Março de 1959. João Gilberto, LP Chega de Saudade voz violão, dois em um apresenta um samba batido diferente, uma nova bossa, desafinadamente afinada e aí, meus caros, tímpanos e gogós, nunca mais foram os mesmos. 13 anos, um cantinho e um violão era o que faltava.
No repertório disse antológico disco considerado por muita gente, o melhor de nossa música popular, três músicas de Carlos Lyra. Fiquei ligado. Logo em seguida sai o 1º LP do autor de Maria Ninguém, Saudade fez um um samba e Lobo Bobo que eu já tinha aprendido dedilhar e cantar a duras penas e daí pra frente fui aprendendo: Menina, Quando chegares, Barquinho de papel, Ciúme, Coisa mais linda, Você e eu, Marcha da quarta-feira de cinzas, Feio não é bonito, Quem quiser encontrar o amor, Influência do jazz, Aruanda, Se é tarde me perdoa, Minha namorada, Maria Moita e todas do musical Pobre Menina Rica, e outras menos conhecidas como as belíssimas Aonde andou voce e Só não vem você, e agora mais de sessenta anos depois, tive a honra de ser seu parceiro e a alegria de ouvi-lo cantando uma das sua ultimas composições, nosso Vagalume, em dueto com minha filha Céu.
KLAXON CRIAÇÕES – SOM e IMAGEM, minha firma de fotogramas de publicidade, cumpriu sua história da primeira metade dos anos oitenta até o final dos anos 90.
Mappin, uma loja de departamentos com sede na cidade de São Paulo, cujo nome oficial era Casa Anglo-Brasileira S/A, compôs boa parte dela.
Fundada em 1774, na cidade inglesa de Sheffield, foi trazida para o Brasil em 1913 pelos irmãos Walter e Hebert Mappin.
Durante os 86 anos em que atuou em São Paulo, foi uma das pioneiras do comércio varejistano Brasil.
Na década de 1930, inovou ao colocar etiquetas com os preços nas vitrines e foi a propulsora do crediário.
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Entre os anos 40 e 50, o Mappin foi ponto de encontro. Antecipou o conceito de shopping center, reunindo produtos de diversos tipos em um único local.
A loja na Praça Ramos de Azevedo, no centro da capital paulista, se tornou referência da marca.
Encerrou suas atividades em 1999.
Klaxon foi o nome homenagem a revista a primeira publicação modernista brasileira, uma referência importante para o estudo desse Movimento.
A publicação do periódico, entre 1922 e 1923, foi a primeira ação pós-Semana de Arte Moderna, realizada por um grupo de artistas – poetas, escritores, artistas plásticos, músicos, jornalistas e intelectuais – com o objetivo de imprimir uma identidade nacional à produção artística brasileira e promover um rompimento com as tradicionais escolas europeias.
A redação de Klaxon costumava se reunir na Confeitaria Vienense, e a primeira sede da revista foi na rua Uruguai, número 14, transferindo-se depois para a rua Direita, número 33, sempre pertinho do Ouça o som da klaxon buzinando, nesta montagem – feita gentilmente pela Memorar – de todos fotogramas produzidos pela Klaxon. Quase todas, citando sempre o prefixo do Mappin (com os direitos comprados à 20th Century Fox).
Modas feminina, masculina, infantis, dia das mães, dia dos pais , Natal, Carnaval, ginastica Móvéis, cozinha, primavera, verão, outono, inverno, tudo “era no Mappin”, até o automóvel Lada (russo!)
Desculpem pequenas falhas sonoras; o tempo pune, mas é, e está.
Agradeço à todos que, pacientes e condescendentes, participaram dessas peças como compositores, instrumentistas, cantores ou parceiros.
Amilson Godoy, Angela Márcia, Arismar do Espírito Santo, Caio Flávio, Carlinhos Bala, Claudio Bertrami, Claudio Leal Fereira, José Antonio Almeida, José Clovis Trindade, Lelo Nazário, Luiz Lopes, Luiz Roberto Oliveira, Marcos Xuxa Levy, Nadir Gogliano, Nelson Ayres, Paulinho Campos, Paulo Bellinati, Paul Mounsey, Pichú Borrelli, Rodolfo Stroeter, Silvinha Araújo, Willian Caran, e o gentil e expedito McIntosh Barbosa Poças.
A todos, o meu abraço de carinho e saudade.
•
Este post é dedicado à memória do inesquecível amigo Fernando Vieira de Mello.
25 de janeiro. Aniversário de São Paulo, e do maior compositor de música popular de todos os tempos! Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim!
Semibreves
• Wave
Era o tempo dos radinhos Spika, e dos primeiros disk-jockeys; eu era um. Com uma vassoura velha como microfone, ia mandando para o ar o Hit Parade da discoteca do meu pai. Grandes sucessos . Mantovani, Percy Faith, Chuck Berry, Teddy Reno, Carlos Gardel, Sammy Davis Jr, Dean Martin, Angela Maria, Dorival Caymmi, Rosemary Clooney… O primeiro lugar vinha sendo dia-dia disputado pelo Frankie Layne, com Jezebel e Black Gold, pelo Roy Hamilton, com Ebb Tide e Unchained Melody, e pelos Diamonds com Little Darling, o estouro do ano.
“Oh little darling
Tchup tchu-ara
Tchup tchu-ara
Oh little darling
Oh oh oh oh”
A versão em português foi gravada por Lana Bittencourt e também estourou, mas, do lado B, vinha uma canção pelo ar, uma cidade a cantar, uma mulher a cantar “Se Todos Fossem Iguais a Você”, de Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, que conquistou a audiência e ficou semanas no topo da parada. Foi a primeira vez que vi o nome dessa sublime parceria.
E, um pouco mais que de repente, chegou “Chega de Saudade”, e o disk-jockey largou a rádio no ar, e tratou de aprender violão.
•
• Tom
Fotografou o som
com sua Rolleyflex
revelou-se a sua enorme inspiração.
• One Finger
Meu amigo e parceiro Luiz Roberto Mello e Souza Oliveira, paulista do Leblon, músico e tomaníaco, numa visita ao Colégio Mello e Souza, no Rio de Janeiro, encontrou nos seus arquivos, o script de uma peça, que foi representada pelos alunos, lá pelos anos trinta do século passada.
O autor, não sei quem era. mas, no papel de Dr. Carrapatoso, estava o garoto Antonio Carlos Jobim.
Aquele um.
•
• Meditação
Antonio
Carlos
Brasileiro
de
Almeida
Jobim
Antonio Carlos Planetário de Almeida Jobim
Tom Mixer.
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• Outras notas, mas, a base é uma só.
#1. O grande Ronaldo Bôscoli, letrista de “Lobo Bôbo”, “Barquinho”, “Fim de noite”, “Saudade Fez um Samba”, “Você”, e muitas outras da Bossa Nova, por pouco não foi o letrista de um tema que Tom Jobim mostrou a ele em primeira mão. Chegou a fazer um esboço, mas foi seu cunhado Vinícius de Moraes, quem acabou escrevendo a letra de “Garota de Ipanema”.
#2. Vinícius não acertou de cara na letra, e quem quiser conhecer uma tentativa (Menina que Passa),leia “Antonio Carlos Jobim, uma Biografia”, de Sérgio Cabral, Ed. Lumiar. Tem também no Cancioneiro Jobim.
#3. Ronaldo Bôscoli reinvindicava que foi ele quem apresentou o Tom a Vinicius, e não o Lúcio Rangel, na lendário Casa Villarino Bar.
#4. Tom, Bôscoli e João Gilberto fizeram 2 músicas em parceria! Uma, ninguém lembra mais, e a outra,
Só a saudade assim, faz um dia a gente saber que o amor existe, sim. Só um dia assim, faz a gente sentir que o amor chegou ao fim…
ficou, segundo o maestro, um plágio de “Meditação”, também dele, em parceria com Newton Mendonça.
#5. Ronaldo Bôscoli foi quem escreveu os versos para a introdução recitativa do “Desafinado”: Quando eu vou cantar você não deixa…
#6. Segundo ele, os nomes de mulher de mulher citados nas músicas de Tom, não tem nada a ver. Ana Luiza, Lígia etc… todos esses nomes são códigos. Inclusive Ângela, que ele fez para o Roberto Carlos – o qual, aliás, estupidamente, a esnobou – é linda. – Miéli e eu praticamente obrigamos o Rei a cantá-la num show – e ele finalmente a cantou, entre um e outro pot-pourri de seus sucessos.
#7. Bôscoli afirma também que colaborou em Luíza com sete cores, sete mil amores.
A resposta do Tom, e a confirmação dessas dicas, vocês encontram no livro Eles e Eu – Memórias de Ronaldo Bôscoli, por Luiz Carlos Maciel e Ângela Chaves, Editora Nova Fronteira.
#8. A música Corcovado, pra mim, a cara da bossa nova, começava originalmente, com cara de samba canção:
Um cigarro um violão….
nada condizente com os estatutos ensolarados da BN, remetendo ao Cubo das Trevas – assim, Tom chamava as antigas boites esfumaçadas onde ele tocava seu pianinho, correndo atrás do aluguel.
Quem deu o toque, e Tom aceitou, foi o mago de Juazeiro, João Gilberto do Prado Pereira de Oliveira, e ficou assim:
Um cantinho e um violão…
#9. Tom nasceu num dia 25 de janeiro – aniversário de São Paulo, e “Chega de Saudade”, com João Gilberto estourou em São Paulo, e, no início dos anos sessenta apresentava um programa de televisão na TV Paulista, canal 5! Acredite quem quiser! O programa chamava-se “O Bom Tom” e eu tive a felicidade de assistir vários deles. Lembro dos programas com João Gilberto, Luís Bonfá, Ronaldo Bôscoli. Jamais vou esquecer de Vinícius, Aloysio de Oliveira e Sylvia Telles abraçados, dançando e cantando “Eu preciso de você”, como se fosse um can can, com o maestro soberano ao piano.
Como o sol precisa de um poente
Eu preciso de você
Só de você
Como toda orquestra de um regente
Eu preciso de você
Só de você…
É duro aceitar que não temos sequer um fotograma de “O Bom Tom”. Incrível é que o programa era o segundo lugar em audiência em São Paulo, perdendo apenas para o Cirquinho do Arrelia, no canal 7!
#10. Carinhoso.
•
LP (ou CD) do Século
janeiro de 2000
Estamos nos aproximando da virada do século, e pelo jeito que as coisas caminham, o espaço pro genial está totalmente preenchido, visto que proliferam eleições e coleções dos melhores de tudo, de tudo que é assunto, e com um ano de antecedência.
É de se supor que, ninguém mais acredita caber mais alguém, nessa nau dos imortais que partiu, no oceano sem praias…
E, já que estamos fechando para balanço, apresento o meu voto, que aliás, ninguém perguntou, para o melhor CD ou LP deste século de musica popular:
O maior cantor de todos os tempos e o maior compositor da música popular.
Um telefonema, do próprio Frank, pro Bar Veloso, deu o chute inicial.
As gravações, com os belíssimos arranjos de Claus Ogerman, iniciaram dia 30 de janeiro de 1967 as 20 horas.
A formação da orquestra era de 10 violinos, 4 violas, 4 cellos, 3 flautas, trombone, contrabaixo, piano e 2 bateristas, um para as músicas americanas, e o Dom Um Romão para as brasileiras, atendendo a um pungente pedido do Tom : – Se você não vier, vou entrar por um cano que não tem tamanho!
E aquele violãozinho do Astênio Claustro Fobim “que não tocava bem”, mas que tocava como ninguém, bem colocado, suingado, preenchendo os espaços com elegância, e sem malabarismos, o violão mais bossa nova de toda Bossa Nova.
(João Gilberto é outro assunto).
Contracantos geniais, as chamadas “inner voices”, que o nosso Maestro fazia magistralmente.
O CD, remixado, contem algumas intervenções geniais, que não aparecem no LP. Por exemplo, a “baixaria “ que o Tom faz em “I Concentrate on You” enquanto o Frank está cantando, o final de “Garota de Ipanema” (aliás a melhor gravação desta música, (São João que me perdoe) e outras mais.
A primeira música gravada foi “Baubles, Bangles and Beads”. Sinatra não gostou: – Preciso botar menos gelo nos meus drinques!
Mandaram o Tom cantar mais alto. Sinatra aconselhou :
– Abra o paletó, mostre o colete à prova de balas e cante.
Mataram às 20h e 45m, no setimo take.
A primeira música de Tom Jobim que o Frank gravou foi Dindi, que terminou lá pelas 23 horas com o comentário do “The Voice” :
– Porra, que beleza de canção!
Sinatra brincou com Ogerman e Tom sobre a delicadeza e a suavidade dos arranjos : – Não canto assim desde que tive faringite !
Foram três noites de gravação, jantares e drinques, e o resultado foi eleito pela crítica americana como o àlbum do ano.
Para mim esses dois batutas produziram o tal biscoito fino, o melhor do século!
Quem quiser que mostre outro.
Como diria o nosso Baden Powell: – Encosta pra ver se dá!
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O homem cordial e bondoso.
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• E voltei pra minha nota
#10. Um dia, papeando com o maestro soberano, contei a ele que minha mãe se formou em piano no Conservatório Dramático Musical de São Paulo, onde foi aluna de Mário de Andrade, em História da Música; ele abriu um sorriso e com seu jeito cordial disse:- Que bom, Edgard, os paulistas são formidáveis e os Andrades (Oswald e Mário) são dois craques!
Brincando, aproveitei a chance e falei, que ele estava devendo uma musica para São Paulo, afinal ele nasceu no dia 25 de janeiro, e ele disse que estava fazendo. Aqui está ela:
#11. Apostaria minhas colcheias que o “Prelúdio Nº3”, para violão, de Heitor Villa-Lobos, foi motivo de inspiração para a maravilha que é “Saudades do Brasil”.
#12. O trisavô paterno do compositor, José Martins da Cruz Jobim, era natural de Jovim, Gondomar, Portugal. O sobrenome Jobim alude a essa localidade.
Ora pois: será que aí não houve a troca “B” pelo “V” e bice bersa, ó pá?
escrevi o roteiro para esse espetáculo que contou com um elenco maravilhoso.
Johnny Alf
Ruriá Duprat e Luiz Roberto Oliveira
Noite Ilustrada
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Foi a estréia da minha filha Céu nos palcos. Cantou Tem gato na Tuba.
Com minha filha Céu
Primeiras e últimas páginas do roteiro original:
Depoimentos inseridos durante o espetáculo:
Mário Lago
Washington Olivetto
José Ramos Tinhorão
Joyce Pascowitch
Max Nunes
Aurora Miranda
Carlos Manga
Gilberto Gil.
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• Cantores do rádio com Elis Regina, Rita Lee, Maria Bethania, Gal Costa, Fafá de Belém, Marina, Joyce, Zezé Motta, Joana, Quarteto em Cy: https://www.youtube.com/watch?v=prPXz-_L5og
• Cantores do rádio é resultado de uma parceria entre Lamartine Babo (1904-1963), João de Barro, o Braguinha (1907-2006)
e Alberto Ribeiro (1902-1971) após uma noitada no Cassino da Urca, onde os três perderam todo o dinheiro que apostarm.
• Carmen Miranda e sua irmã Aurora cantam a canção no filme “Alô, Alô, Carnaval“,
Seqüenciador e sampler desenvolvidos pioneiramente por Luiz Roberto Oliveira e professor Guido Stolfi
Músicos: ARP 2600 e Prophet 5
Regente: Apple IIe
Gravada em setembro de 1983 na Norte Magnético
Premio Colunistas. Trilha do Ano
PS#1: Não existia o que hoje se chama sampler – nós tratávamos a gentil máquina de papagaio.
S PS#2: Sampler é um equipamento que consegue armazenar sons (samples) de arquivos em formato WAV numa memória digital, e reproduzí-los posteriormente, um a um ou de forma conjunta se forem grupos, montando uma reprodução solo ou mesmo uma equivalente a uma banda completa. (Uma boa definição extraída da Wikipédia)
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Trilha 15′
Produtora do filme: Multiefeitos
Diretor: Laonte Klawa
Arp 2600 e Prophet 5 executados por um sofware, desenvolvido pioneiramente para um Apple II, por Guido Stolfi e Luiz Roberto Oliveira, Ainda não existia MIDI.
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Tok & Stock
Trilha 30′
Produtora do Filme: Enzo Barone
Instrumentos: Arp 2600, Prophet 5, Arp Omni, sequenciados por um software desenvolvido pioneiramente por Luiz Roberto Oliveira e Guido Stolfi para um Apple II
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Trilha de 15″
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Voley
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Trilhas: 30 segundos
Luiz Roberto Oliveira (Arp 2600 e Prophet 5), Edgard Poças (violão, percussão e efeitos)
Gravadas no estúdio Norte Magnético em abril de 1982
Acabava de sair o Prophet 5, anteriormente usávamos o analógico e antológico Arp 2600 que o Luiz Roberto Olibveira trouxe dos USA mas ainda sequenciávamos num Apple II com um software desenvolvido pioneiramente por ele e o genial Guido Stolfi. Posteriormente comprei o Performer 1.o.
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Trilha 30′ • Dança das Horas, de Ponchielli
Agiencia: Standard
Produtora do Filme: Taba
Diretora do Filme: Cristina “Mosquita”
Produtora de som: Norte Magnético (de Luiz Roberto Oliveira)