Archive for the ‘Ê viola!’ Category

Ê viola!

terça-feira, julho 4th, 2023

Pichu Borrelli e Edgard Poças

À João Pernambuco (1883 – 1947) e Catulo da Paixão Cearense (1863 – 1946)

João Pernambuco

Por Lula Barbosa e Maria Clara Novais

Olê olê, olê olá
viola ali, viola lá
olê olê, olê olá
folia ali, folia lá
 
Ê viola cantadêra,
passapé rasqueado
é modão, cururu recortado
 
Ê viola, cantadêra de moda
é reisado matuto
no meu coração
 
A viola chegou, abre a roda
é toada é cateretê
chamamé, é um canto chorado
cipó preto, é só escolher
 
Quando encontra com seu violão
não há, ó gente, ó gente, ó não
 
Ê viola cantadêra,
passapé, rasqueado
é modão, cururu recortado 
 
Ê viola, cantadêra de moda
é reisado matuto
no meu coração
 
Ê viola, madeira de pinho
já foi arve que nóis derribô
suas corda são os passarinho
a cantá o que ela escuitô
 
Quando encontra com seu violão
não há, ó gente, ó gente, ó não
 
Ê viola cantadêra
cantadêra de moda  
é reisado
no meu coração


Catulo da Paixão Cearense

JOÃO PERNAMBUCO

“Bach não se envergonharia de assinar seus estudos”. Villa-Lobos, referindo-se a João Pernambuco.

BIOGRAFIA INDICADAJoão Pernambuco, arte de um povo. José de Souza Leal e Artur Luiz Barbosa. Rio de Janeiro: Edição Funarte. 1982.

PRA OUVIR:

Leandro Carvalho “Descobrindo João Pernambuco” (Eldorado, 1999)
Álbum completo: https://www.youtube.com/watch?v=TK9X-fXgRgk

Leandro Carvalho “João Pernambuco: O poeta do violão” (Eldorado, 1997)
Álbum completo: https://www.youtube.com/watch?v=vzw5dGuHUQc

HITS:

Jongo – Rafael Rabelo: https://www.youtube.com/watch?v=XwwuxfrYs0o

Jongo – Baden Powell: https://www.youtube.com/watch?v=cR9QZetlrcE

Graúna – Rafael Rabello: https://www.youtube.com/watch?v=dAosEI_BK2I

Sons de carrilhões – Dilermando Reis: https://www.youtube.com/watch?v=2H4gk-B7IZY

Sons de carrilhões (João Pernambuco)- com Fábio Lima: https://www.youtube.com/watch?v=L0_6sDM3D7w

Sons de carrilhões – Yamandu Costa e Rafael Schimidt: http://Yamandu Costa e Rafael Schimidt

Sons de carrilhões: – Baden Powell: https://www.youtube.com/watch?v=onfYV5hHDNo

Sons de carrilhões – Raphael Rabello & Dino 7 Cordas: https://www.youtube.com/watch?v=gERMxDYl75I

Sons de carrilhões -Rafael Rabello: https://www.youtube.com/watch?v=4DTCWlxNfqo

Sons de carrilhões – Yamandú e Paulo Moura: https://www.youtube.com/watch?v=orRdmy58W7k

INCRÍVEL!!! ショーロ/ペルナンブーコ: 定期演奏会/2013年9月22日 6歳(年長): https://www.youtube.com/watch?v=kC4dwKkAvZ4

O célebre Agustin “Mangoré” Barrios (de moustache e polâinas), autor de La Catedral (clássico do violão), entre os violonistas João Pernambuco e Quincas Laranjeira, no Cavaquinho de Ouro, atual Rua da Carioca. De vez e quando, um índio de casaca aparecia por lá, pra fazer um sonzinho,

João Pernambuco no Café Angrense. 1929

EXCELENTE SITE SOBRE MÚSICA SERTANEJA: http://www.recantocaipira.com.br

CDs e LPs:

ROBERTO CORRÊA. 2011. CD. Viola de Arame {Composições brasileiras}. Viola Corrêa. Brasília Brasil. 

ZÉ DO RANCHO. 1997. CD. Luar do Sertão. BMG. São Paulo Brasil. 

ZÉ DO RANCHO. 1966. LP. A viola do Zé. RCA. São Paulo Brasil. 10 

  • O grande Miécio Caffé (repare a assinatura) me presenteou com essa caricatura de
    Inezita Barroso que a autografou numa mesa do antigo e saudosíssimo restaurante Parreirinha. Numa outra mesa, Jamelão jantava uma rã, prato clássico da casa que expunha os batráquios em sua vitrine.
    “Ê viola!”: https://www.youtube.com/watch?v=NuzgF4pRNGA

CATULO DA PAIXÃO CEARENSE

“Escute / Eu sou o Catullo / E Catullo da Paixão
Sou cearense no nome / Mas nasci no Maranhão”.

• PRA OUVIR:

• 15 COMPOSIÇÕES:
https://www.ouvirmusica.com.br/catullo-da-paixao-cearense/

“Não tem a sua poesia a disciplina da arte dos homens: é forte, insubordinada como a própria natureza”.
– Coelho Neto

“Catullo, depois de seus livros de modinhas e lundús, redescobriu para seu uso próprio, a poesia regionalista, que procura imitar a dicção e o sentir do homem rural. Nessa imitação é que ele tornou-se um poeta admirável, certa­mente o maior criador de imagens da poesia brasileira”. – Mário de Andrade

“Acompanhando-se ao violão e cantando uma das suas composições,
Catullo é extraordinário, é arrebatador!
Duvido que haja um coração insensível à sua arte.
No seu gênero, foi o maior cantor do Brasil. ”– Villa-Lobos

A PAIXÃO SEGUNDO CATULO – Álbum Completo:
https://www.youtube.com/watch?v=SfKMEFOJODI | Selo Sesc:

“Catullo é um grande músico. Faz-se poeta para melhor cantar a maravilhosa e incomparável natureza da terra brasileira.” – maestro Francisco Braga

QUEM FOI CATULO DA PAIXÃO CEARENSE, o “Poeta do Sertão” – Por Laura Capelhuchnik, para o Nexo Jornal: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/03/24/Quem-foi-Catulo-da-Paixão-Cearense-o-‘poeta-do-sertão’

“O meu grande mérito está nisso:
em não conhecer o sertão e descrevê-lo tão admiravelmente.
Sou um sertanejo sem sertão”. – Catullo da Paixão Cearense

  • foi o compositor mais gravado entre 1902 e 1930


“Catullo é o sublime cantor da terra brasileira na sua encantadora poesia.”
Adelaide de Castro Alves, irmã do grande Castro Alves.

• HITS:

  • escreveu a letra para a melodia de “Flor Amorosa”, composta em 1880 pelo flautista Joaquim Antônio Callado, o”pai dos chorões”, considerada o primeiro choro da história.

FLOR AMOROSA

Flor amorosa – com Jacob do Bandolim: https://www.youtube.com/watch?v=zHR1wFYS_6E

Flor Amorosa – com Altamiro Carrilho: https://www.youtube.com/watch?v=8833NaZYhVI

Flor Amorosa – com a LETRA de Catullo: https://www.youtube.com/watch?v=GJP6TKodN8Y

  • foi mestre da arte de fazer versos, de grande musicalidade, utilizando um vocabulário que vai do dialeto da língua nordestina aos clássicos da língua portuguesa, sintetizando o saber popular e o saber erudito.


Publicou dezenas de livros de poesia.
Juntou a literatura clássica com a de cordel, popularizando seus versos durante o período da República no Rio de Janeiro.

Com o Meu Sertão deu um livro pouco menos que genial. Quando Catullo brilha mais, quando atinge os fulgores verdadeiramente sublimes do estro dele, é nos momentos em que descreve a natureza, um sentimento ou um ser, especialmente — a mulher. Catullo não sabe pressupor. Conta tudo para ficar bem entendido pelo autor. É um fenômeno de cul­tura, de civilização. Mas eis que Catullo Cearense se bota comentando um sentimento, uma cabocla, surge, então, o vate admirável, analista bom, frase percuciente e sobre­tudo o espantoso criador de metáforas.
Catulo Cearense foi sublime no Meu Sertão“. – Mário de Andrade

Catulo utilizava nas suas letras um vocabulário rebuscado, cheio de preciosismos. Aos poucos, a partir dos anos 20, essa linguagem foi desaparecendo.

Templo Ideal

Albertino Pimentel e Catullo da Paixão Cearense

Olha estes céus, ó anjo, iluminados
de corações sofrentes e magoados
e o teu candor na tela cérula a brilhar,
sob um trasflor de madrepérola
de versos consagrados

Com camafeus, opalas e turquesas
e as ametistas que tu exalas no falar
com o éter da saudade, eterno marmor de sofrer
um templo ideal eu vou te erguer

A teus pés terás a hiperdulia da poesia
ave-maria dos meus ais!
consagração do pranto deste santo coração
virgíneo escrinio da ilusão

Ó, teus pés florei
com os meus extremos
que são fluídos crisântemos
deste amor com que te amei
mandei a minha dor soluçar
num resplendor de diademar

Do coração de essências lacrimosas
que eu marchetei de rimas dolorosas
fiz um míssil espiritural que adiamantei
filigranei com os alvos lírios
destas lágrimas saudosas

O teu altar num pedestal de mágoas
eu fiz das águas do Jordão do meu penar
tens uma grinalda em tua fronte constelei
das esmeraldas que por ti sonhei

Versos passionais
meigas violetas,
borboletas das ideías,
orquídeas dos meus ais
voai, saudosos, primorosos
dulcorosos beija-flores dos tristores
que eu lhe fiz dos amargores
doces hóstias multicores
e um túríbulo de dores
cujo incenso é a inspiração


Com amor e pura santidade
guardo o culto da saudade
no meu coração

Eis o teu templo de aurorais fulgores
que eu perfumei só com o ideal das flores
arcanjos de ouro tendo às mãos ebúrneas liras
e a teu pés cantando em coro
sobre um trono de safiras

Nos pedestais dos róseos alabastros
verás dois astros: Tasso e Dante a soluçar!
sobre o teu altar e debruçado em áurea cruz
meu coração numa explosão de luz!

    • foi celebridade. Com seu inseparável violão, levou a música popular aos salões da nobreza na corte carioca – era amigo dos presidentes, políticos e empresários. Não só o povo humilde adorava Catulo, como também vários intelectuais e autoridades nacionais.
    • em 1914, por exemplo, o então presidente da República, marechal Hermes da Fonseca, convidou Catulo para ir ao palácio do Catete cantar suas modas.
      Lá, ele foi aplaudido de pé por muita gente poderosa.
    • foi a figura mais importante da cultura popular brasileira entre 1880 e 1940.

    “Catulo Cearense é o mistério de uma raça desabrochando em beleza.” – Paulo Barreto (João do Rio)

    • foi um dos poucos poetas populares no Brasil que, em vida, recebeu todas as honras e uma adoração tão grande do povo. Isso porque ele usou e abusou de toda a sonoridade do sotaque nordestino e soube transmitir, em versos simples, a ingenuidade e a pureza do caboclo. Seus poemas e as letras de suas músicas cativaram a sensibilidade do povo.

    ALGUNS POEMAS

    • A VARIANTE REGIONALISTA COMO RECURSO ESTÉTICO-ESTILÍSTICO DE CATULO DA PAIXÃO CEARENSE – Por José Ribamar Neres Costa: http://www.linguagemidentidades.ufma.br/publicacoes/pdf/Artigo%20Jose%20Ribamar%20Neres%20Costa.pdf

    Catulo foi o escolhido da sorte, para arquivar, no coro dos povos que cantam, 
    a voz do seu próprio povo. Roquette Pinto

    Na minha choça, teu escravo sou até… 
    Tenho uma roça e uma casa de sapé… 
    Foi para dar-te que a fiz.

    Aqui vivo por amar-te. Feliz…
    Nela contigo serei Mais que um rei! 

    • Popularizou a seresta. Reverenciado por Villa-Lobos, Ruy Barbosa, Pixinguinha. Oferecia na sua palhoça, que ele chamava de “Palácio Choupanal”, feijoadas e saraus, fundamentais para a divulgação da nossa música popular.

    “Catulo cantando uma de suas modinhas, é extraordinário! Recitando um de seus poemas é arrebatador ! – Afonso Arinos ( jurista, historiador e crítico brasileiro.)

    Catulo não quer, porém, que os seus frutos nasçam no jardim ou brilhem em vasos de porcelana: quer conservá-los no mato, envoltos nas folhas. A seiva para o fruto quem a dá é Deus. À árvore compete, apenas, dar forma ao pomo. Catulo tem toda a inspiração dos grandes e verdadeiros poetas; e como é sertanejo, vaza essa forte seiva nos rústicos moldes que lhe fornece o sertão”. Humberto de Campos

    • Foi, provavelmente, o autor da letra da primeira música caipira de que se tem notícia no Brasil: “Cabocla di Caxangá”, gravada por Paulo Tapajós, em 1913.

    POLÊMICAS

    CABÔCA DE CAXANGÁ (Batuque sertanejo) de João Pernambuco e Catullo, com Paulo Tapajós: https://www.youtube.com/watch?v=5Ckz3RAJpTU

    • Em entrevista a Joel Silveira, nos idos de 1940, Catulo da Paixão Cearense declarou-se “Um sertanejo sem sertão”, ressaltando o mérito de saber descreve-lo muito bem, apesar de não conhecê – lo.
    Parte desse mérito ele deveria creditar ao violonista João Pernambuco, com quem conviveu por diversos anos, e que lhe forneceu, além de alguns temas musicais, um variado vocabulário sertanejo que usaria em seus versos. Um exemplo dessa colaboração é a composição de “Caboca de Caxangá”, que entrou para a história assinada apenas pelo poeta. Inspirado numa toada que João lhe mostrara e que teria melodia do violonista, composta sobre versos populares, Catulo escreveu extensa letra, impregnada de nomes de árvores (taquara, oiticica, embiruçu…) animais (urutau, coivara, jaçanã…), localidades (Jatobá, Cariri, Caxangá, Jaboatão…) e gírias do sertão nordestino, daí nascendo em 1913 a embolada “Caboca do Caxangá”, classificada no disco como batuque sertanejo. E nasceu para o sucesso, que se estenderia ao carnaval de 1914, para desgosto de Catulo, que achava depreciativo o uso da composição dos foliões. – Extraído do livro “A canção do tempo” – vol.1. De Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello.
    O grifo é nosso.

    Neste site – mais pormenores sobre a polêmica sobre a autoria de “Caboca de Caxangá“: http://daniellathompson.com/Texts/Le_Boeuf/cron.pt.17.htm

    Catulo omitiu a parceria de João Pernambuco, assinando sozinho sua autoria, e de várias canções que tinham melodias de outros compositores.

    Villa-Lobos, enfático sobre o plágio de Catulo, arranjou a mesma canção para voz e piano, e a incluiu em seu ciclo de Canções Típicas Brasileiras (1919–1935), tendo apenas ele mesmo creditado como autor!.
    Ouça, com a soprano americana Roberta Alexander com o pianista Alfred Heller (no CD Villa-Lobos: Songs).: https://www.youtube.com/watch?v=e7rquDWFKiA

    Outras gravações:

    LUAR DO SERTÃO:


    https://www.youtube.com/watch?v=f7GVA5MwdCM

    • é uma toada brasileira de grande popularidade, melodia de João Pernambuco e letra de Catulo da Paixão Cearense, considerada o “Hino Nacional Sertanejo”.
    • é uma das músicas brasileiras mais gravadas de todos os tempos, e conta atualmente com mais de 150 interpretações diferentes.
    • é melodia pura, emotiva, e versos simples, ingênuos exaltando o luar, e a vida no sertão.
    • Primeira gravação – 1914, por Eduardo das Neves, lendário cantor, compositor e palhaço de circo: https://www.youtube.com/watch?v=pJpzOoab9vI
    • sua autoria foi protagonista de uma das maiores polêmicas da história de nossa música popular. Historiadores e personalidades ligadas à música afirmavam que o tema tinha origem no coco ritmo e dança da região Nordeste do Brasil, com influências dos batuques africanos e dos bailados indígenas – É do Maitá, ou Meu Engenho é do Humaitá, de autor anônimo.
    • Catulo, que se autodenominava “um sertanejo sem sertão”, pois sabia descreve-lo muito bem, apesar de não conhecê-lo, declarava que o Luar do Sertão era uma melodia nortista, “pertencente ao domínio folclórico”.
    • No menu principal, em ALMANAQUE QUALQUER NOTA – Vol 2. , no post LUAR DO SERTÃO, tem mais assunto e outras gravações, algumas surpreendentes.

    Ouça o tal do coco ” É do Maitá” , ou “Meu Engenho é do Humaitá”: https://www.youtube.com/watch?v=ygUl-oSn_as

    Acho que a única coisa semelhante entre melodia de Luar do Sertão e a melodia desse coco é o ritmo da segunda parte, composto de quatro semínimas a cada tempo, mas, isso é próprio de qualquer coqueiro que dá coco.
    A melodia do refrão (não há, ó gente, ó não…) não tem nada parecido com nenhuma parte de É do Maitá.
    Pra mim a melodia é de João de Pernambuco.
    Catulo não fazia muita questão de revelar o nome de seus parceiros.

    “Só tu és Brasil da cabeça aos pés e escreve para Brasil.” – Monteiro Lobato

    RASGA O CORAÇÃO:

    Villa -Lobos intitulou seu Choro Nº 10 de Rasga Coração e utilizou na sua composição a melodia do xote Yara de Anacleto de Medeiros, e não cita o nome do autor da belíssima melodia! composto por volta de 1896, gravada em 1907, e editada em 1912, com letra de Catulo passando-se a chamar Rasga o coração.

    Yara com a Banda da Casa Edison:
    https://www.youtube.com/watch?v=k-DJrbGACWA

    • Rasga o coração: com Alfredo Del-Penho:
    https://www.youtube.com/watch?v=pDy_Mw7mhdc

    Rasga o coração: com Teca Calazans:
    https://www.youtube.com/watch?v=VEaPPGhubso


    Ouça o Choro Nº 10 de Heitor Villa-Lobos (maravilha!): aos 9’49” entra a melodia de Yara, de Anacleto de Medeiros:
    https://www.youtube.com/watch?v=pXR7C1p1Sbk

    • CATULOEDIÇÃO ESPECIAL

    http://memoria.bn.br/pdf/120588/per120588_1946_EdicaoEspecial.pdf

    Se a lua nasce  
    Por detrás da verde mata  
    Mais parece um sol de prata  
    Prateando a solidão
    .”

     “Catulo da Paixão Cearense “é o maior lírico brasileiro de todos os tempos”.  
    Mário de Andrade

    Do acervo de Edgard Poças

    “Teu sorriso inspira a lira que afinei por teu falar”


    Nacionalizador da nossa poesia, no que esta tem de menos importado, de menos estranho à nossa vida e à nossa paisagem sertaneja, em Catulo é o Brasil, que resiste à invasão das ideias e dos sentimentos alheios, a revelar-se em sua rudeza, em seu primitivismo, mas inteiramente nosso, sem os remendos de outras civilizações, contrárias, muitas vezes, à nossa índole e ao nosso destino. Classifiquem-no de rude, de bárbaro e de retardatário no tempo e no espaço, mas este é o Brasil natural, genuíno, brasileiro, do qual hão de ir nascendo, cheios de viço, de frescura e de originalidade, ideias e sentimentos, costumes e aspirações, toda uma civilização caracteristicamente nossa. – Recolhido de um jornal da época

    “O Brasil contemporâneo, o Brasil intelectual, ainda não se deu ao trabalho de ler e meditar a obra de Catulo Cearense, desse formidável poeta regional, que pode muito bem ser incorporado aos grandes poetas da sua geração. Creio que o seu nome só terá o devido esplendor e será suficientemente grande, depois que a morte lhe fechar os olhos.” – Júlio Dantas

    Ai quem me dera se eu morresse lá na serra,
    abraçado à minha terra, e dormindo de uma vez…

    BIBLIOGRAFIA:

    Grande parte do material abaixo não se encontra mais nas livrarias.
    Alguma coisa ainda pode ser encontrada nos sebos e na NET.

    LEAL, José de Souza. BARBOSA, Artur Luiz. João Pernambuco, arte de um povo. Rio de Janeiro: Funarte. 1982.

    FRAZÃO, Francisco Adelino de Souza: Uma análise semiótica das canções , Ontem ao luar, Flor amorosa e Cabôca de Caxangá, de Catulo da Paixão Cearense”.

    MORAES, Kleiton de Sousa. O lugar de quem fala ou sobre a autoria e o tempo – Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil (Acompanhando a trajetória do modinheiro e poeta Catulo da Paixão Cearense, o artigo debate as estratégias mobilizadas pelo escritor a fim de tornar-se autor de sua obra e poeta de destaque no campo literário brasileiro da primeira metade do século XX.) : http://www.scielo.br/pdf/topoi/v19n39/2237-101X-topoi-19-39-53.pdf

    CEARENSE, Catulo da Paixão. Meu Sertão. Rio de Janeiro. Bedeschi. 1936.

    CORRÊA, Roberto N. A Arte de Pontear a viola. Brasília: Editora Viola Corrêa, 2000. 

    CALDAS, Waldenyr. O que é música Sertaneja. São Paulo: Brasiliense, 1999. 

    FERRETE, J. L. Capitão Furtado, Viola Caipira ou Sertaneja? Rio de Janeiro: Funarte, Instituto Nacional de Música, Divisão de Música Popular, 1985) 

    PINTO, João Paulo de Amaral. A viola de Tião Carreiro. 2008. 371 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes. Campinas, SP. 2008. 

    LEITE, Carlos Augusto Bonifácio. CATULO, DONGA, SINHÔ E NOEL- A FORMAÇÃO DA CANÇÃO POPULAR URBANA BRASILEIRA : https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/29578/000777402.pdf?sequence=1&isAllowed=y

    SILVA JUNIOR, Gonçalo. Música e Boemia. A autobiografia perdida de Catulo da Paixão Cearense.São Paulo: Editora Noir. 2017.

    NEPOMUCENO, Rosa. Música Caipira: roça ao rodeio. São Paulo: Ed. 34, 1999. PAHLEN, Kurt. A Ópera. São Paulo: Gráfica e Editôra EDIGRAF Ltda, 86/88. 

    PEREIRA, Arley, Inezita Barroso: a história de uma brasileira. São Paulo: Editora 34, 2013. 

    PERIPATO, Sandra Cristina., Zé do Rancho

    TINHORÃO, José Ramos. Cultura Popular: temas e questões. São Paulo: Ed. 34, 2001.

    TINHORÃO, José Ramos. Pequena História da música popular: da modinha à lambada. São Paulo: Art. Editora, 1991. 

    ALENCAR, Edigar de. Claridade e Sombra na Música do Povo. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora. 1984

    VILELA, Ivan. Cantando a própria historia: Música Caipira e Enraizamento. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013. 

    ZÉ DO RANCHO. Autobiografia: Um artista e sua História. Q+ Imagem e Print Graf: 2008. 

    CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. São Paulo: Editora Itatiaia Ltda. 1984.

    ARAUJO, Alceu Maynard. Folclore Nacional vol. II.São Paulo: Edições Melhoramentos. 1967.

    CAMPOS, Eduardo. Cantador, Musa e Viola. Rio de Janeiro: Companhia Editora Americana. 1973. 

    ANDRADE, Mário.Dicionário Musical Brasileiro. São Paulo: Editora Itatiaia Ltda. 1989.

    SEVERIANO, Jairo. MELLO, Zuza Homem de. A Canção no tempo. 85 anos de  músicas  brasileiras. Vol.  1. 1901-1957. São Paulo: Editora 34. 1997.

    MARIZ, VASCO. A Canção Brasileira. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira. 1985.

    PASSOS, Claribalte. Vultos e Temas da Música Brasileira. Rio de Janeiro: Paralelo. 1972.

    ANDRADE, Mário de. Aspectos sobre a música brasileira. São Paulo: Martins. 1965.

    MARTINS, J.B. Antropologia da Música Brasileira. São Paulo: Editora Obelisco. 1978.

    SONGBOOKS & PARTITURAS:

    • João Pernambuco: https://pt.slideshare.net/luihammed/joo-pernambuco-11-choros-famosos.

    • João Pernambuco: https://www.superpartituras.com.br/joao-pernambuco

    Catullo da Paixão Cearense: https://www.superpartituras.com.br/catulo-da-paixao-cearense

    …quando encontra com seu violão,
    não há, ó gente, ó gente, ó não!

    CALDAS, Waldenyr. O que é música Sertaneja. São Paulo: Brasiliense, 1999. 

    FERRETE, J. L. Capitão Furtado, Viola Caipira ou Sertaneja? Rio de Janeiro: Funarte, Instituto Nacional de Música, Divisão de Música Popular, 1985) 

    PINTO, João Paulo de Amaral. A viola de Tião Carreiro. 2008. 371 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Artes. Campinas, SP. 2008. 

    LEITE, Carlos Augusto Bonifácio. CATULO, DONGA, SINHÔ E NOEL- A FORMAÇÃO DA CANÇÃO POPULAR URBANA BRASILEIRA : https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/29578/000777402.pdf?sequence=1&isAllowed=y

    SILVA JUNIOR, Gonçalo. Música e Boemia. A autobiografia perdida de Catulo da Paixão Cearense.São Paulo: Editora Noir. 2017.

    NEPOMUCENO, Rosa. Música Caipira: roça ao rodeio. São Paulo: Ed. 34, 1999. PAHLEN, Kurt. A Ópera. São Paulo: Gráfica e Editôra EDIGRAF Ltda, 86/88. 

    PEREIRA, Arley, Inezita Barroso: a história de uma brasileira. São Paulo: Editora 34, 2013. 

    PERIPATO, Sandra Cristina., Zé do Rancho

    TINHORÃO, José Ramos. Cultura Popular: temas e questões. São Paulo: Ed. 34, 2001.

    TINHORÃO, José Ramos. Pequena História da música popular: da modinha à lambada. São Paulo: Art. Editora, 1991. 

    ALENCAR, Edigar de. Claridade e Sombra na Música do Povo. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora. 1984

    VILELA, Ivan. Cantando a própria historia: Música Caipira e Enraizamento. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013. 

    ZÉ DO RANCHO. Autobiografia: Um artista e sua História. Q+ Imagem e Print Graf: 2008. 

    CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do Folclore Brasileiro. São Paulo: Editora Itatiaia Ltda. 1984.

    ARAUJO, Alceu Maynard. Folclore Nacional vol. II.São Paulo: Edições Melhoramentos. 1967.

    CAMPOS, Eduardo. Cantador, Musa e Viola. Rio de Janeiro: Companhia Editora Americana. 1973. 

    ANDRADE, Mário.Dicionário Musical Brasileiro. São Paulo: Editora Itatiaia Ltda. 1989.

    SEVERIANO, Jairo. MELLO, Zuza Homem de. A Canção no tempo. 85 anos de  músicas  brasileiras. Vol.  1. 1901-1957. São Paulo: Editora 34. 1997.

    MARIZ, VASCO. A Canção Brasileira. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira. 1985.

    PASSOS, Claribalte. Vultos e Temas da Música Brasileira. Rio de Janeiro: Paralelo. 1972.

    ANDRADE, Mário de. Aspectos sobre a música brasileira. São Paulo: Martins. 1965.

    MARTINS, J.B. Antropologia da Música Brasileira. São Paulo: Editora Obelisco. 1978.

    SONGBOOKS & PARTITURAS:

    • João Pernambuco: https://pt.slideshare.net/luihammed/joo-pernambuco-11-choros-famosos.

    • João Pernambuco: https://www.superpartituras.com.br/joao-pernambuco

    Catullo da Paixão Cearense: https://www.superpartituras.com.br/catulo-da-paixao-cearense