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Djalma Santos

quinta-feira, março 24th, 2011

Lá se vão mais de sessenta anos! Jogamos muito pingpong, na sede da Associação Portuguesa de Desportos, minha lusa querida, que ficava no Largo de São Bento, em frente a igreja. No salão de jogos, de janelas altas, com vista para o largo, enfrentei Djalma Santos em memoráveis partidas, a lusaiada em volta da mesa, vibrava. Às vezes formávamos duplas com Ortega, ponta esquerda colombiano portador do maior petardo, como se dizia, com o genial Pinga, o nosso goleiro Muca que nos deixou tão cedo e Mário Américo, homem bom, a pessoa mais engraçada que conheci na vida.

Os caras jogavam muito, pudera, naquele tempo, concentração era pingpong, baralho e bilhar. Ipodtablet, celular, jogos eletronicos, Maria Chuteira, nem em sonho. Às vezes, meu pai, que passava as tardes jogando sueca, dava uma carona no nosso DKW para o querido Djalma – naquele tempo demorava para um jogador comprar um carro. Lembro do portuga aconselhando o futuro lateral direito campeão do mundo a cuidar bem do dinheirinho, quem sabe comprando, lógico: uma padaria!

Djalma Santos honrou a camisa da Portuguesa, depois a do Palmeiras e com a canarinho foi bicampeão mundial. Em 1958, jogando apenas a final contra a Suécia, foi eleito o maior lateral direito da Copa.

Estive no Pacaembú no seu jogo de despedida da seleção, e não resisti às lágrimas na sua volta olimpica, gloriosamente aplaudido. Nunca mais o craque e sua classe, seu dominio de bola, o jeito de correr com as pernas em arco, as famosa laterais que alcançavam a pequena área, e mais que tudo isso, a dignidade com que exerceu sua profissão.

Foto da charge, publicada no extinto jornal Gazeta Esportiva, de autoria do tambem querido e saudoso Miécio Caffé.

O original, muito mais bonito, se encontra no Estúdio Plug In, do meu filho Diogo.

P.S.: Djalma Santos encerrou sua carreira brilhante aos quarenta e dois anos de idade e nunca foi expulso de campo.