Março de 1959. João Gilberto, LP Chega de Saudade voz violão, dois em um apresenta um samba batido diferente, uma nova bossa, desafinadamente afinada e aí, meus caros, tímpanos e gogós, nunca mais foram os mesmos. 13 anos, um cantinho e um violão era o que faltava.
No repertório disse antológico disco considerado por muita gente, o melhor de nossa música popular, três músicas de Carlos Lyra. Fiquei ligado. Logo em seguida sai o 1º LP do autor de Maria Ninguém, Saudade fez um um samba e Lobo Bobo que eu já tinha aprendido dedilhar e cantar a duras penas e daí pra frente fui aprendendo: Menina, Quando chegares, Barquinho de papel, Ciúme, Coisa mais linda, Você e eu, Marcha da quarta-feira de cinzas, Feio não é bonito, Quem quiser encontrar o amor, Influência do jazz, Aruanda, Se é tarde me perdoa, Minha namorada, Maria Moita e todas do musical Pobre Menina Rica, e outras menos conhecidas como as belíssimas Aonde andou voce e Só não vem você, e agora mais de sessenta anos depois, tive a honra de ser seu parceiro e a alegria de ouvi-lo cantando uma das sua ultimas composições, nosso Vagalume, em dueto com minha filha Céu.
Orquestra Sinfônica Brasileira tocando o Trenzinho do Caipira (Tocata da Bachiana Brasileira Nº 2) – Roberto Minczuk, Maestro. CLIQUE – https://www.youtube.com/watch?v=wIG4h7lvj4Y
“Sim, sou brasileiro e bem brasileiro. Na minha música eu deixo cantar os rios e os mares deste grande Brasil. Eu não ponho mordaça na exuberância tropical de nossas florestas e dos nossos céus, que eu transponho instintivamente para tudo que escrevo”
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“A minha obra musical é consequência da predestinação. Se ela é em grande quantidade, é fruto de uma terra extensa, generosa e quente”
“O Brasil é uma floresta encantada onde a Europa jogou o tapete persa velho, mofado, cheio de poeira, cheio de ácaro”.
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Em meados da década de 1950, Villa-Lobos foi convidado a compor a trilha do filme Green Mansions, do diretor americano Mel Ferrer, estrelado por sua esposa, Audrey Hepburn e o galã Tony Perkins. O filme, um absurdo sem pé nem cabeça passou desapercebido. A trilha original de Villa-Lobos foi “adaptada” pelo compositor (polonês!) Bronislaw Kaper A canção interpretada por Tony Perkins ao violão é uma canção mais adequada para filme de faroeste. Clique no endereço abaixo para assistir o trailer:
Villa-Lobos não gostou nenhum pouco das mudanças na sua partitura, e reaproveitou as ideias musicais compondo a cantata “A Floresta do Amazonas.” Uma das canções da cantata, a Melodia Sentimental, foi um sucesso, ultrapassou os limites das salas de concerto, e entrou no repertório da música popular. Villa-Lobos promovia essa síntese entre os universos erudito e popular. Suas peças para violão são um bom exemplo. Desde a gravação de Elizeth Cardoso, nos anos 1960, a Melodia Sentimental vem ganhando lugar no repertório de muitos cantores.
Acorda, vem ver a lua/ Que dorme na noite escura/ Que fulge tão bela e branca Derramando doçura/ Clara chama silente/ Ardendo meu sonhar/ As asas da noite que surgem/ E correm no espaço profundo/ Oh, doce amada, desperta/ Vem dar teu calor ao luar/ Quisera saber-te minha / Na hora serena e calma/ A sombra confia ao vento/ O limite da espera/ Quando dentro da noite/ Reclama o teu amor/ Acorda, vem olhar a lua/ Que brilha na noite escura/ Querida, és linda e meiga/ Sentir teu amor e sonhar.
OBS: Se quiser ir mais fundo na obra do mestre, procure na NET por: Bachianas Nº2 (inteira), Choros, nº6, 11, Uirapurú, Prole do bebê e Quartetos.
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“Villa-Lobos realiza o milagre das coisas verdadeiramente grandes, nos impondo-nos o mais profundo e comovido silêncio. Sua música é como essa terrível natureza do Brasil, sem bonitezas, simplesmente grande.” – Di Cavalcanti
Declaração imperdível
Ele era garoto. Ia sempre à minha casa na Rua Itapiru, número 97. Tocava violão muito bem, como sempre tocou. Às vezes, acompanhava meu pai. Mais tarde é que toquei uns chorinhos para ele. Sempre gostou de música. Tocava violoncello no Cinema Odeon e fazia umas pausas complicadas. Mas todo mundo achava Villa-Lobos meio esquisito, sabe? Não davam muito valor a ele. Villa-Lobos foi um sujeito que chegou antes a uma realidade que todos nós sabemos. Eu conheci Villa-Lobos muito antes de 1922. Como eu já disse, ele ia na minha casa porque admirava os chorões. Às vezes até fazia acompanhamento no violão. Era bom no violão – Pixinguinha
IMPRESSIONANTE: entre no Youtube, procure por Prelúdio(s), ou Estudos de Villa-Lobos para violão. A quantidade de obras interpretadas por violonistas do mundo inteiro é surpreendente! Imagine se o mestre ouvisse o que segue: • • • * • Estudo Nº1 – Xingye Li – https://www.youtube.com/watch?v=XyNb_2y51SE • Estudo Nº2 – Xingye Li – https://www.youtube.com/watch?v=fEHjD4CyAU8
• Sugestão de CD: Villa-Lobos • Oeuvre pour Guitare, por Fabio Zanon
ATENÇÃO VIOLONISTAS! Vale muito a pena ouvir os Cinco Prelúdios para Violão, transcritos para piano, por José Vieira Brandão – aluno de Villa-Lobos interpretados por Sonia Rubinsky: https://www.youtube.com/watch?v=DRzHetnhsBY
“O Brasil precisa de educação, de uma educação que não seja de pássaros empalhados em museus, mas de vôos amplos no céu da arte.”
“É preciso não esquecer a enorme responsabilidade dos educadores que vão ministrar às crianças os primeiros conhecimentos de arte, incumbindo-se, verdadeiramente, da sua educação musical. Como também nunca será demasiado insistir na finalidade pragmática do canto orfeônico.”
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“A música, eu a considero, em princípio, como um indispensável alimento da alma humana. Por conseguinte, um elemento e fator imprescindível à educação do caráter da juventude.” – Villa-Lobos. •
” O canto coletivo, com o seu poder de socialização, predispõe o indivíduo a perder no momento necessário a noção egoísta da individualidade excessiva, integrando-o na comunidade, valorizando no seu espírito a ideia da necessidade de renúncia e da disciplina ante os imperativos da coletividade social, favorecendo, em suma, essa noção de solidariedade humana, que requer da criatura uma participação anônima na construção das grandes nacionalidades.”•
Cai cai balão – Canção folclórica, harmonizada por Villa-Lobos. Arranjo de Edgard Poças para o CD: Villa -Lobos e Carlos Gomes para crianças: www.youtube.com/watch?v=RJT45D2hewc
Carneirinho, Carneirão – Canção folclórica, harmonizada por Villa-Lobos. Arranjo de Edgard Poças para o CD Villa- Lobos e Carlos Gomes para crianças: https://www.youtube.com/watch?v=lOkyP4P8aKw
O cravo brigou com a rosa. – Canção folclórica, harmonizada por Villa-Lobos. Arranjo de Edgard Poças para o CD Villa-Lobos e Carlos Gomes para crianças: http://www.youtube.com/watch?v=H2IZk52hxRk
My bus and I, do musical Magdalena. -Olha o Índio de casaca na Broadway, minha gente! www.youtube.com/watch?v=MS8DmMfXaDo “Nossa gente tem grande, poderoso, senso criador. Não é razoável, pois que nossos artistas não façam por conseguir, no cenário musical do mundo, o lugar que lhes compete ocupar.”
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” Que espécie de civilização é essa, a atual? Se a televisão está quebrada, o avindo em pane, o homem está desamparado. Vivemos a época da máquina!” – Villa-Lobos – Imagino se ele visse o computador e o celular!
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Villa sobre a ONU: ” Se ouvissem mais música, haveria menos guerras”.
Villa-Lobos posando para fotografias a serem publicadas em livro, no qual só apareceriam sua mãos, demonstrando o manosolfa – sistema de notas musicais em gestos, aplicado em treinamento com professores para educação musical escolar e canto orfeônico.
“Gosto da liberdade em todos os sentidos, gosto de estudar e pesquisar, de trabalhar e compor sistematicamente”.
“Os meus amigos e admiradores, por serem bons e sem maldades, costumam perdoar os meus erros e defeitos”.
“Assim como não gosto de pensar no futuro, não me sinto bem olhando o passado. Eu sou como o viajante que, ao atravessar um rio num cipó, não pode olhar para trás nem para a frente, a fim de não perder o equilíbrio”.
“ Incompreendido, humilhado, desrespeitado pela sua terra, Villa-Lobos, pela sua força criadora ímpar, deveria ter sido venerado, amado, respeitado pelos seus compatriotas. Infelizmente isso não aconteceu. Teve que lutar contra a indiferença, passando dificuldades e privações para garantir sua subsistência”. – Camargo Guarnieri.
“Poucas são as pessoas que, no Brasil, têm ideia exata do que seja o renome do Maestro H. Villa-Lobos no estrangeiro. Nunca um brasileiro conheceu a glória de modo tão puro como esse nosso compatriota genial: nem mesmo Santos Dumont nos seus grandes dias em Paris. Nem mesmo Santos Dumont nos dias em que foi o homem mais festejado, mais caricaturado, mais fotografado na capital da França” – Gilberto Freyre.
“ (…) Que Villa-Lobos tenha enfim no Brasil uma consagração digna dele, é o que desejo. Nós ainda não presenciamos com clareza o que ele representa para o Brasil. Por mais que as transcrições de artigos sobre ele, publicados no estrangeiro, provem a importância dele, essas transcrições não bastam para mostrar a formidável propaganda que Villa-Lobos fez lá fora. Ele não fixa cartazes nas paredes do mundo, mostrando que o café é gostoso, enquanto a Colômbia planta mais café valorizado pela nossa estupidez. Mas em compensação ele tornou o Brasil uma coisa humana de permanência viva na consciência de milhares de estrangeiros” – Mário de Andrade.
Cidadão do mundo igual a Tom Jobim, tanto poderíamos vê-lo subindo o morro da Mangueira em companhia do educador AnísioTeixeira e surpreendê-lo abraçado a Cartola, como flagrá-lo num jantar que lhe foi oferecido por celebridades em New York num bate-papo animado com Duke Ellington.
Explosivo, carinhoso, bem-humorado, jogador fanfarrão de sinuca que tirou grana do próprio bolso para financiar o bloco carnavalesco “Sodade do Cordão”, que, segundo Renato de Almeida, tentava reviver os antigos grupos de velhos, onde palhaços, morcegos e rainhas misturavam-se – a instrumentália percursiva de adufos, reco-recos. – Hermínio Bello de Carvalho.
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“A arte existe para exprimir e satisfazer a humanidade. O verdadeiro ideal do artista é servir a massa do povo, dar-lhe alguma coisa que, graças aos seus sons naturais, só ele pode dar”
“A música é a única expressão da Arte que reúne os requisitos de força dominadora compreensível a todas as raças, e por isso mesmo capaz de uma conciliação racional entre os povos.”
Perguntaram-lhe certa feita se era futurista. Respondeu: – Não . Nem futurista nem passadista. E acrescentou:- Eu sou eu!
Villa-Lobos, ao ser indagado pelos artistas parisiense com quem iria estudar, respondeu logo que chegou: – “Não vim para estudar com vocês, vim para lhes mostrar o que tenho feito”.
“Villa-Lobos acaba de chegar de Paris. Quem chega de Paris espera-se que venha cheio de Paris. Entretanto Villa-Lobos chegou de lá cheio de Villa-Lobos. – Manuel Bandeira
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“Logo que sinto a influência de alguém me sacado todo e pulo fora”.
Esse, o Villa amigo de Cartola e de Donga, esse o educador preocupado com a “educação social pela música”, esse, o índio de casaca, como chamou Menotti del Picchia, esse o amante atento que autografava bilhete em fotos que, de madrugada, deixava no colo de Mindinha, guardiã de seus trabalhos que entravam noite a dentro. – Hermínio Bello de Carvalho
“Num país de tendências liberais e democráticas como o Brasil, todas as correntes técnicas e estéticas aparecem, apesar das naturais reações do público conservador, como acontece nas nações civilizadas.”
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EXCELENTE documentário “O Índio de Casaca”, produzido em 1987, com direção de Roberto Feith e apresentado pelo ator Paulo José. Entre as imagens raras do compositor e de sua época, há depoimentos de personagens como Guerra Peixe, Tom Jobim, Andrés Segovia, Ana Stella Schic, Walter Burle Marx, Turíbio Santos, Vasco Mariz, Maria Augusta Machado e outros. http://bossa-brasileira.blogspot.com/2013/08/o-indio-de-casaca-villa-lobos-no-cinema.html
Loque Arcanjo, doutor em história, violonista e professor de música da Universidade do Estado de Minas Gerais, autor do livro, “Heitor Villa-Lobos – os sons de uma nação imaginada”, apresentando uma perspectiva histórica sobre a vida de um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos”. https://www.youtube.com/watch?v=EVNoKLXQh-8
SCHIC, Anna Stella. Villa-Lobos – O Índio Branco.Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda.1989.
KIEFER, Bruno. Villa-Lobos e o Modernismo na Música Brasileira. Porto Alegre: Editora Movimento.1981.
CLARET, Martin. O Pensamento Vivo de Heitor Villa-Lobos. São Paulo: Martin Claret Editores. 1987.
HORTA, Luiz Paulo. Villa-Lobos. Uma Introdução. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores. 1987.
MACHADO, Maria Célia. Heitor Villa-Lobos. Tradição e Renovação na Música Brasileira. Rio de Janeiro: Editora UFRJ.
NEGWER, Manuel. Villa-Lobos. O florescimento da música brasileira. São Paulo: Martins Fontes Editora. 2009.
GUIMARÃES, Luiz e Colaboradores. Villa-Lobos – Visto da Plateia e na Intimidade. Rio de Janeiro: Gráfica Editora Arte Moderna. 1972.
CARVALHO, Hermínio Bello de. O Canto do Pajé – Villa-Lobos e a Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo. 1988.
PALMA, Enos da Costa. CHAVES JUNIOR, Edgard de Brito. As Bachianas Brasileiras de Villa-Lobos. Rio de Janeiro: Companhia Editora Americana. 1971.
HORTA, Luís Paulo. Edição de Centenário Villa-Lobos. Projeto da Companhia Brasileira de Projetos e Obras. São Paulo: Edições Alumbramento – Livroarte Editora. 1986.
ANDRADE, Mário de Andrade. Música, Doce Música. São Paulo: Livraria Martins Editora. 1963.
ANDRADE, Mário de Andrade. Pequena História da Música. São Paulo. Livraria Martins Editora. 1967.
VILLA-LOBOS, Heitor. Guia Prático. Estudo Folclórico Musical. Primeiro Volume. São Paulo e Rio de Janeiro: Irmãos Vitale.1941.
VILLA-LOBOS, Heitor. Canto Orfeônico. Primeiro Volume. São Paulo e Rio de Janeiro: Irmãos Vitale. 1940.
VILLA-LOBOS, Heitor. Canto Orfeônico. Segundo Volume. São Paulo e Rio de Janeiro: Irmãos Vitale. 1951.
MARIZ, Vasco.Vida Musical. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1997.
Museu Villa-Lobos.Presença de Villa-Lobos– 8. Volume MEC- DAC – Rio de Janeiro. 1973.
SEVERIANO, Jairo. MELLO, Zuza Homem de. A Canção no tempo. 85 anos de músicas brasileiras. Vol. 1. 1901-1957. São Paulo: Editora 34. 1997.
SEVERIANO, Jairo. MELLO, Zuza Homem de. A Canção no tempo. 85 anos de músicas brasileiras. Vol. 2. 1958-1985. São Paulo: Editora 34. 1998.
MARIZ, VASCO .A Canção Brasileira. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira. 1985.
PASSOS, Claribalte. Vultos e Temas da Música Brasileira. Rio de Janeiro: Paralelo. 1972.
ANDRADE, Mario de. Aspectos da Música Brasileira. São Paulo: Livraria Martins Editora. 1965.
MARTINS, J.B.Antropologia da Música Brasileira. São Paulo: Editora Obelisco. 1978.
MEDAGLIA, Júlio. Música Impopular. São Paulo: Global. 1988.
ACIOLY, Karen. Tuhú, o menino Villa-Lobos. Rio de Janeiro: Editora Ltda. 2007.
SQUEFF, Enio. WISNIK, José Miguel. O nacional e o popular na cultura brasileira. São Paulo: Brasiliense. 1982.
BARBOSA, Valdinha. DEVOS, Anne Marie. Radames Gnattali. O Eterno Experimentador. Rio de Janeiro: Funarte. 1985.
“Toda minha filosofia se centraliza na música porque a música é a única razão, único motivo para a minha existência. Eu somente sou útil, de alguma forma, através da música. Componho por imperativo biológico”.
“Devemos procurar educar os nossos artistas e compositores de modo a que acabem apreciando devidamente o seu dever de servidores da humanidade. ”
Pra frente, ó música! Que algum dia tu sejas a maior inspirara da Paz entre os homens”.
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“Era um espetáculo. Tinha algo de vento forte na mata, arrancando e fazendo redemoinhar ramos e folhas; caía depois sobre a cidade para bater contra as vidraças, abri-las ou despedaçá-las, espalhando-se pelas casas, derrubando tudo; quando parecia chegado ao fim do mundo, ia abrandando, convertia-se em brisa vesperal, cheia de doçura. Só então se percebia que era música, sempre fora música. Assim é que eu vejo Heitor Villa-Lobos na minha saudade que está apenas começando, ao saber de sua morte, mas que não altera a visão antiga e constante. Quem o viu um dia comandando o coro de quarenta mil vozes adolescentes, no estádio do Vasco da Gama, não pode esquecê-lo nunca. Era a fúria organizando-se em ritmo, tornando-se melodia e criando a comunhão mais generosa, ardente e purificadora que seria possível conceber. A multidão em torno vivia uma emoção brasileira e cósmica, estávamos tão unidos uns aos outros, tão participantes e ao mesmo tempo tão individualizados e ricos de nós mesmos, na plenitude de nossa capacidade sensorial, era tão belo e esmagador, que para muitos não havia outro jeito senão chorar, chorar de pura alegria. Através da cortina de lágrimas, desenhava-se a nevoenta figura do maestro, que captara a essência musical de nosso povo, índios, negros, trabalhadores, caboclos, seresteiros de arrabalde; que lhe juntara ecos e rumores de rios, encostas, grutas, lavouras, jogos infantis, assovios e risadas de capetas folclóricos”. – Carlos Drummond de Andrade
Em meados da década de 1950, nosso grande Villa-Lobos foi convidado a compor a trilha do filme Green Mansions, do diretor americano Mel Ferrer, estrelado por sua esposa, Audrey Hepburn e o galã Tony Perkins. O filme, um absurdo total, passou desapercebido. A trilha original de Villa-Lobos foi “adaptada” pelo compositor polonês Bronislaw Kaper. E, a canção, interpretada por Tony Perkins ao violão, é música para filme de cowboy. Assista o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=FkTar7VJ4xg Villa não gostou nenhum pouco das mudanças na sua partitura e reaproveitou as ideias musicais compondo a cantata A Floresta do Amazonas. Uma das canções da cantata, a Melodia Sentimental, foi um sucesso, e ultrapassando os limites das salas de concerto, entrou para o repertório da música popular. Villa-Lobos promoveu, constantemente, a síntese entre os universos erudito e popular. Suas peças para violão são exemplares. Desde a gravação de Elizeth Cardoso, nos anos 1960, a Melodia Sentimental vem ganhando lugar no repertório de diversos cantores.
Em 1974, fui ao Rio de Janeiro, de trem noturno – apelidado por Vinicius de Moraes de”avião dos covardes” – para conhecer o Museu Villa-Lobos. Dormi quase nada pensando na possibilidade de, quem sabe, arrumar um estágio na Universidade Musical de Cascadura.
Infelizmente não havia vaga nenhuma ,mas, houve um delicioso papo com dona Arminda, mulher do Indio de casaca, que comandava o museu, à quem ele dedicou as Nove Bachianas Brasileiras, os Cinco Prelúdios Para Violão, e um bocado de outras mais.
Seguem os três melhores momentos.
• Dona Mindinha contou que numa ocasião, em Nova York, seu marido a levou para conhecer ouvir um grande compositor se apresentar ao piano – não disse quem nem onde. O lugar, segundo ela, bem mixuruca, o artista estava numa pindaíba danada, era nada mais nada menos que Béla Bartók!
• Perguntei se ela conhecia Antonio Carlos Jobim e da admiração do Tom pela obra de Villa-Lobos.
– Sim, claro que conheço, ele compõe melodias lindas, e ama a obra do Villa. Lá, pelos anos 50, ele esteve em nossa casa. Lembro bem dele brincando ao se despedir: – Maestro, quer vender pra mim a ária da Bachiana Nº5? O Villa ri; ele gostava do Tom e até havia avisado ao Santoro (Claudio) não se arriscar na música popular, porque com o Antônio Carlos Jobim na parada a coisa complicava pra ele! Tom estava começando sua carreira de compositor, que o consagrou no mundo inteiro. O Brasileiro se tornou Planetário.
• Após um cafezinho, dona Mindinha foi atender alguém, disse que voltava logo e que eu a esperasse. Fiquei sapeando pela sala alguns pertences do maestro; batuta, piteira, borrachas, óculos vários lápis, entre eles, um com prolongador e que não parava de olhar pra mim. Dona Mindinha voltou a tempo de frustrar e rir da minha investida no patrimônio nacional e ouvir minha pretensão.
– Dona Mindinha, desde pequeno, eu sei que é feio roubar; acontece que esse lápis encantado eu escrevo minha sinfonia!
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Voltei com um bocado de partituras, entre elas, a Melodia Sentimental, que vinte e dois anos depois, sugeri à Zizi Possi que a incluir no repertório do CD Mais Simples, e livro Solfejos que aí está, autografado por Mindinha Villa-Lobos
Na música, até o silêncio tem ritmo. é o chefão do movimento!
Então, eu te pergunto:
– Pedra tem RITMO? Eu acho que não … está petri-ficado … c’est finit!
O RITMO gosta de ação Ele é o maestro na Sinfonia do Infinito!
Em homenagem ao ritmo eu compus – que palavra! – este Milk Shake de ritmos para você solfejar ad libitum, ou seja, à vontade – no seu ritmo.
Coloque na pauta, uma porção de rap com um toque de rock cem gramas de forró e samba à vontade carimbó também três xícaras de rumba, duas de vaneirão umas de baião desfiado, outras de frevo rasgado, um fado afiado uma pitada de merengue um maço de chorinhos um passo de bolero um lero de baquetas no aro, uma colher de salsa diversas folhas de valsa e meia marcha lenta sem pausas refogada num breque de break acelerado seguido duma balada derretida numa bela tarantela… aí carregue no reggae rodelas de axé sem espinhas e tempere com pito compassos de techno picado com funk ralado polvilhe e deixe num molho hip-hop por breve fermata e bata nos ouvidos até ficar macio – o som, é claro – ajuste o gogó a seu gosto e sirva -se
Beba, moderadamente à vontade!
E, trate de balançar pra não ficar com cara de sofá!
Cachoeira chora, chora não descansa de chorar cachoeira, acho eu esse choro é saudade do mar
Cachoeira chora, chora não descansa de chorar cachoeira, acho eu esse choro é saudade do mar
E o mar está tão longe nem sequer te vê mas eu juro, nesse choro que ele chora por você
Carinhoso, Gracioso, Chorinho faceiro, Murmurando, Ingênuo, Lamento, Brasileiro
Cachoeira, chora agora, um chorinho de alegria natureza, água viva, dia noite, noite e dia cachoeira serra abaixo riacho, rio, mar
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“A criação é um ato de amor, alguma coisa que se comunica a toda humanidade. Um artista não pode fazer nada que contribua para piorar o mundo. Acho que tenho deveres para com as pessoas com quem convivo”. Antônio Carlos Jobim
BIOGRAFIA INDICADA: CABRAL, Sérgio. Antonio Carlos Jobim. Uma Biografia. Rio de Janeiro: Lumiar Editora: 1997.
SUPER INDICADO: Tons sobre Tom. Tárik de Souza, Márcia Sesimbra, Tessy Calado. Rio de Janeiro: Revan: 1995. Tem um artigo brilhante: O Arquiteto da Utopia, de Tárik de Souza.
STONE FLOWER: (Álbum inteiro – Lançamento de Chovendo na roseira e uma belíssima Aquarela do Brasil, Amparo, melodia que virou Olha Maria): https://www.youtube.com/watch?v=_lfHX8NBmXk
• Tom gostava de bichos, de plantas. Ele prestava atenção numa formiga passando. Imitava o barulho do macaco. Ele falava de pássaros, assobiava. Era um brasileiro. João Gilberto
TOM JOBIM AND FRIENDS – 1996 Álbum inteiro: https://www.youtube.com/watch?v=WxJ-xRzKWJM – 00:00 Inútil Paisagem; Triste; Esperança Perdida – Herbie Hancock 08:29 Ela É Carioca – Herbie Hancock 14:52 The Boy From Ipanema (versao: N. Gimbel) – Shirley Horn 17:36 Once I Loved (O Amor Em Paz – versao: R. Gilbert) – Shirley Horn 23:05 O Grande Amor – Gonzalo Rubalcaba & Joe Henderson 32:32 No More Blues (Chega De Saudade – versão: J.Cavanaugh) – Herbie Hancock & Joe Henderson 37:58 Água De Beber – Gonzalo Rubalcaba 43:55 A Felicidade – Tom & Gal 48:54 Se Todos Fossem Iguais A Você – Tom & Gal 54:00 Luíza – Tom 57:29 Wave (Vou Te Contar) – Tom 01:01:54 Caminhos Cruzados (Newton Mendonça) – Tom & Gal 01:06:25 Finale: The Girl From Ipanema – todos
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• Nascimento da maior parceria da música popular brasileira:
No início, havia uma certa timidez. As primeiras músicas ficaram uma porcarias. Fizemos três sambas horríveis, num desajuste total. Mas Vinicius, pacientemente, queria que fôssemos trabalhando até sair uma coisa direita – Tom Jobim.
• Lembro de Tom na gravação de Chega de Saudade. Ele estava ali, na cabine, e eu no estúdio. Tom estava olhando, tinha os olhos emocionados, entusiasmados. João Gilberto
• A canção que me causou maior impacto de todas as canções que eu já ouvi na minha vida foi uma do Tom, Chega de saudade. Foi um marco em minha vida, em todos os sentidos – Caetano Veloso
• Me lembro do dia exato em que ouvi o Chega de saudade. Lembro exatamente onde eu estava e tudo. E lembro da impressão que tive quando ouvi essa música. Foi muito forte mesmo. Muita coisa mudou na minha cabeça – Edu Lobo
• A grande música que me bateu foi quando papai chegou da Odeon com o 78 Chega de Saudade – Danilo Caymmi
• Lembro nitidamente da canção que me fez acordar para a música. Paulo César Pinheiro
•Uma pessoa que fez Chega de saudade não precisa nunca mais me dar mais nada. E na verdade nós nunca daremos o bastante a ele. Nunca teremos dado o bastante – Caetano Veloso
O trabalho que fiz com Tom Jobim foi um dos que mais me deram satisfação pessoal e profissional em minha carreira. Ele era um gênio e fazia qualquer um que trabalhava com ele sentir-se bem – Frank Sinatra
Eu frequentava muito a casa dele. Pescamos bastante. Não se pode ficar concentrado só na música. Pescamos muito na Barra da Tijuca. Um dia me surgiu Correnteza mostrei para o Tom e aí fizemos juntos – Luís Bonfá
“Eu acho que universal mesmo é fazer samba. Quer dizer, um pintor universal é aquele que pinta bem o seu quintal. Agora, se o brasileiro vai querer pintar o quintal sueco, aí já fica mais difícil“.
TOM JOBIM- As Nascentes – Acervo da TV CULTURA – (IMPERDÍVEL!) Tom fala de Villa-Lobos, Pixinguinha, Radamés, Ary Barroso, Vinicius de Moraes, da Bossa Nova, da Garota de Ipanema, de Chico Buarque: https://www.youtube.com/watch?v=54VNMBOTtvk
Tom apresentando para Nelson Pereira dos Santos, Equipe da TV Bandeirantes, Dori Daymmi e Danilo Caymmi, a música Passarim ainda inacabada https://www.youtube.com/watch?v=z9HH98woqfw
Documentário: 3 Antonios 1 jobim – Documentário que representa um bate papo informal entre quatro grandes brasileiros: Tom Jobim, Antonio Callado, Antonio Houaiss e Antonio Candido. No qual conversam sobre suas experiências bem como do século XX brasileiro :Dirigido por Rodolfo Brandão: em 1993. https://www.youtube.com/watch?v=H5eT1ZY_UTQ
Caetano Veloso mencionou a história abaixo, em 1981, numa entrevista para Roberto D’Avila, no Canal Livre da TV Bandeirantes:
“Tom era o grande músico que foi capaz de realizar, como arranjador, como orientador, como uma pessoa que domina os meios de expressão da música, como compositor, um novo movimento. E é o maior do Brasil, por causa disso”. Caetano Veloso
Pena a parceria não ter saído. Deixa aqui, uma sugestão para Caetano Veloso por letra na melodia e gravar em dueto com Gal Costa, o belíssimo Diálogo, do LP Wave, de 1967 Ouça e considere se minha sugestão procede: http://letras.kboing.com.br/#!/tom-jobim
Dediquei minha vida à música brasileira, porque já tem francês para escrever música francesa, americano para escrever música americana.
SONGBOOKS
• CANCIONEIRO JOBIM – Obras completas. Cinco volumes. JOBIM MUSIC. Perfeito. As composições escritas de acordo com a concepção do maestro. Equipe de craques.
• CANCIONEIRO JOBIM – Obras escolhidas. O máximo! JOBIM MUSIC CASA DA PALAVRA.
O Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB) é uma organização sem fins lucrativos sediada em Niterói – RJ que é voltada para a pesquisa, preservação e promoção da Música Popular Brasileira. Sua missão consiste em documentar, catalogar e divulgar o acervo musical brasileiro, passado e presente, através da manutenção e atualização de um banco de dados virtual. O resultado é um dos maiores arquivos online de informações, sons e imagens da discografia brasileira, disponível na internet para consultas gratuitas. Fundado em 2006, o IMMuB conseguiu mapear e catalogar mais de 82 mil discos produzidos no país. Isto equivale a aproximadamente 580mil fonogramas, reunindo mais de 91 mil compositores e intérpretes. Fruto de 25 anos de pesquisa, a catalogação abrange toda a história da música brasileira, desde a primeira gravação em 1902 até os lançamentos mais recentes. O acervo segue em constante expansão, recebendo centenas de discos, capas e músicas mensalmente. https://immub.org/p/o-instituto.
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BIBLIOGRAFIA
OBS: Grande parte desse material não se encontra mais à venda. Algo ainda pode ser encontrado nos sebos e na NET e mídias digitais.
CABRAL, Sérgio. Antonio Carlos Jobim. Uma Biografia. Rio de Janeiro: Lumiar Editora: 1997.
JOBIM, Helena. Antonio Carlos Jobim. Um Homem Iluminado. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira. 1996.
SOUZA, Tárik de, Márcia Sesimbra, Tessy Calado. Tons sobre Tom.Rio de Janeiro: Revan: 1995.
CASTRO, Ruy. Chega de saudade – São Paulo: Companhia das Letras. 1990
CASTRO, Ruy. A onda que se ergueu no mar – São Paulo: Companhia das Letras. 2001
ENCONTROS/TOM JOBIM. Tom Jobim. Organização e apresentação Frederico Coelho e Daniel Caetano.Rio de Janeiro: Azougue Editorial. 2011.
CASTELLO, José. Vinicius de Moraes: O Poeta da Paixão. São Paulo: Companhia das Letras. 1994.
SÁNCHEZ, José Luis. Tom Jobim. A simplicidade do génio.Rio de Janeiro: Record: 1998.
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NESTROVSKI, Arthur. Lendo Música. 10 ensaios sobre 10 canções. São Paulo: Publifolha. 2007.
LISBOA JUNIOR, LUIZ AMÉRICO. 81 Temas da Música Popular Brasileira.Itabuna: Agora Editoria Gráfica Ltda, 2000.
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SEVERIANO, Jairo. MELLO, Zuza Homem de. A Canção no tempo. 85 anos de músicas brasileiras. Vol. 1 – 1901-1957. São Paulo: Editora 34. 1997 e 1998
SEVERIANO, Jairo. MELLO, Zuza Homem de. A Canção no tempo. 85 anos de músicas brasileiras. Vol. 2 -1958-1985. São Paulo: Editora 34. 1998.
MARIZ, VASCO. A Canção Brasileira. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira. 1985.
PASSOS, Claribalte. Vultos e Temas da Música Brasileira. Rio de Janeiro: Paralelo. 1972.
TINHORÃO, José Ramos. Pequena história da música popular. São Paulo: Art. 1991.
Tom devia se sentir muito sozinho, porque era superior. Quando manifestava admiração pela sensibilidade de Villa-Lobos, havia uma identidade de posição diante do panorama brasileiro. Tom demonstrava essa identidade nas conversas em que citava Villa-Lobos, contava histórias e até comentava a solidão do Villa-Lobos no Brasil. Todo homem excepcional, todo grande criador encontra estas dificuldades no seio da humanidade, em qualquer pais do mundo. No Brasil, com uma tradição de frustrações e de impotências em todas as áreas, quando surge um ser muito potente, ele vai enfrentar aborrecimentos terrivelmente irritantes e geradores de infelicidade, que não podem ser interpretados como um não reconhecimento de talento. – Caetano Veloso
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Lembro de Tom no concerto no Carnegie Hall. Ele moço, tocando piano. Nós ali, fazendo música. Nós ali, representando o Brasil. A gente querendo homenagear o Brasil, querendo o bem do Brasil. Nós querendo fazer uma coisa boa para o país. Um Brasil que fosse representado pela sua música, uma música bonita. Era uma coisa meio infantil, ilusão da juventude, o que seja. Mas acho que fizemos alguma coisa pelo Brasil. Tom fez tanto pelo Brasil (João Gilberto chora, chora, chora). O Brasil já foi tão bonito – João Gilberto – reportagem da revista VEJA, publicada em 25 de janeiro de 2014.
Fotografei você, na minha Rollei Flash, revelou-se minha enorme gratidão.
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O Tom foi uma sequencia do Villa-Lobos, do Radamés Gnattali. Foi o paisagista do Brasil. Mesmo na música que não tem letra, era o Brasil. São imagens brasileiras. É cinema puro.” – Paulo César Pinheiro – Tons sobre Tom – Márcia Cezimbra – Tessy Callado e Tarik de Souza (Editora Revan) 1995
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“A morte de Tom tem que ser levada como a expressão mais simples do decorrer da vida. Nasce-se e morre-se. Eu nunca poderia admitir a morte de Tom Jobim – ele andava se queixando da saúde – e tive que engolir seco e me preparar para isso durante anos”. Dorival Caymmi.
“Ele sabia o poder que tinha, sem parecer vaidoso. Sabia o que significava como artista do Brasil para o resto do mundo e para o próprio Brasil. Ficava orgulhoso com o que deixaria para a eternidade. A obra de Tom é grandiosa. É obra de imortalidade”. – Paulo Cesar Pinheiro – Tons sobre Tom – Márcia Cezimbra – Tessy Callado e Tarik de Souza (Editora Revan) 1995.