“O ente que olhar, daqui a 100 anos, as obras-primas de J. Carlos, poderá viver a vida que estamos vivendo”
– Álvaro Moreira, um dos maiores desenhistas da história da imprensa brasileira.
J. Carlos
José Carlos de Brito e Cunha (1884-1950), o J. Carlos é autor de uma das mais poderosas crônicas visuais do Brasil na primeira metade do século XX. Sua vasta produção, que se acredita ter passado de 50 mil desenhos, inclui caricaturas, charges, cartuns, alfabetos tipográficos, vinhetas, publicidade, enfim, todo o universo gráfico das primeiras revistas ilustradas do Brasil. – do site do Instituto Moreira Salles.
Álvaro Moreira tinha razão. Em outubro de 2019, assistindo magnífico Instituto Moreira Sallesa a exposição
J. Carlos: originais, uma longa e variada produção em cerca de 300 desenhos desse artista genial.
Porém, como autor teatral o grande desenhista não se saiu bem com o espetáculo É de outro mundo, que, após 16 dias depois da estreia, saiu de cartaz. De especial, nessa peça, havia o samba-canção Na grota funda – com o subtítulo de Esse mulato vai sê meu, com letra sua e música de Ari Barroso, apresentado por Araci Cortes:
Na grota funda/ Na virada da montanha/ Só se conta uma façanha/ Do mulato da Raimunda/
Matou a nega/ Cum pedaço de canela/ E depois, sem mais aquela/ Foi juntá com uma galega
Ela morreu/ Na virada da montanha/ Vai havê outra façanha/ Esse mulato vai sê meu
Esse mulato/ Vai fazendo o que ele qué/ Já matou duas mulhé/ Porque bamba ele é de fato
Se não morreu/ Vai mangá esse cachorro/ Na virada ali do morro/ Esse mulato vai sê meu
Lamartine Babo assistiu a peça, adorou a melodia de Ari Barroso, mas não gostou nada dos versos de J. Carlos.
E, sem consultar os autores, escreveu outra letra, mudou o nome da música para No rancho fundoe apresentou a nova obra num programa de rádio e, desse jeito nasceram, uma obra prima da música popular brasileira e uma inimizade entre J. Carlos e Ari Barroso, que durou até a morte do desenhista.
Ari Barroso tentou explicar a J. Carlos que não tinha nada a ver com isso, e jurou que a iniciativa foi de Lamartine Babo. Mas, foi em vão, porque ex-parceiro nunca mais quis saber de conversa. Ari, é claro, gostou da mudança na letra – se ele estivesse interessado em manter a parceria com J. Carlos não teria autorizado, um ano depois, a gravação da cantora Elisa Coelho.
Uma ocasião, Dona Darci Vargas, esposa de Getúlio, nossa primeira dama, contando com amplo apoio da imprensa, promoveu um espetáculo, com nossos maiores artistas, para angariar fundos para suas obras de assistência social, e foi um sucesso de público. Ao final da temporada, dona Darci, distribuiu brindes entre os artistas em sinal de agradecimento. Lamartine recebeu o do parceiro Ary Barroso, que não pode comparecer ao espetáculo, e, dias depois, encontra o que Lalá entrega-lhe uma caneta.
– Ué, não era um relógio? – estranhou Ari.
– Não. É uma caneta mesmo – respondeu Lamartine.
– Disseram que ela me presenteou com um relógio.
– Que relógio, Ari, foi essa caneta, mesmo, palavra!
– Estranho…, a informação que me deram é que seria um relógio…
Ari não acreditou na história, convencido de que o relógio, presente de dona Darci virou caneta.
Tempo depois, o locutor Osvaldo Sargentelli, sobrinho de Lamartine, estava no restaurante Fiorentina, no Leme,
Rio de Janeiro, ao lado de Ari Barroso, quando Lamartine entrou, e foi até a mesa onde os dois estavam.
Ari enfia a mão no bolso de dentro do paletó, e fala, bem alto, para Lalá ouvir:
– Vou ver que horas são…
E tira uma caneta do bolso.
Me disseram que era uma caneta!
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Rancho fundo (Ary Barroso e Lamartine Babo) com Elisete Cardoso:
Noel: “Nasci no Estácio o samba é a corda eu sou a caçamba O samba na realidade não vem do morro e nem lá da cidade – e quem suportar uma paixão sentirá que o samba então nasce do coração”. Feitio de Oração.
Wilson: Você vem de um palacete, eu nasci num barracão, sapo namorando a lua, numa noite de verão”. Preconceito.
Ismael: “… ele é aquele que na escola de samba toca, pandeiro, surdo e tamborim. Faça por ele, como se fosse por mim”. Antonico.
Ismael recebeu a medalha da Ordem do Jogral, oferecida por Luís Carlos Paraná, dono desse bar que marcou época em São Paulo, dos anos 60 e 70. Fui levá-lo, e, no caminho o fundador da “Deixa Falar”, primeira escola de samba me mostrou um cartão que tirou duma carteira guardada no bolso interno do paletó, junto ao peito. Na frente:
Noël Rosa – Compositor
Rua Teodoro da Silva, 392 – Vila Isabel
No verso: Ismael, aparece em casa; quero te mostrar umas coisas. Abraço. Noël.
Meu objetivo além de prestar uma homenagem a Noel Rosa, é mostrar a atualidade da sua poesia.Arrisco-me a dizer que, mesmo para as pessoas com menos de 40 anos, que em quase sua totalidade não conhecem Noel Rosa, um momento de observação cuidadosa sobre o que ele disse e cantou não passaria incólume: é impossível não impressionar ou se emocionar com algumas partes de sua obra, mesmo que não se goste dela no sentido mais estrito.
A análise das letras das músicas de Noel Rosa foi feita consultando o extraordinário trabalho de Omar Abu Chahia Jubran, reproduzido em uma coleção de 14 CD’ sobre o “Poeta da Vila”, lançado em 2000 pela Universal. Muitos fatos e dados estão baseados no excelente livro de João Máximo e Carlos Didier (Noel Rosa, uma biografia mais acurada e detalhada de Noel bem como no famoso livro de Almirante (“Nos tempos de Noel Rosa”, 2a. ed, 1977, Francisco Alves).
Tido por muitos como o “filósofo do samba”, vejo Noel mais como um extraordinário cronista do nosso cotidiano, com uma criatividade e uma sagacidade – e por não se dizer beleza – inigualáveis. A maioria das letras de Noel tem ao menos uma palavra magistralmente escolhida, uma expressão fascinante, uma combinação maravilhosa de termos que dizem, por meio de uma dezena de sílabas, algo que outros só conseguiriam expressar com muitos versos.
Por volta do fim dá década de 60, Jornalista Sérgio Cabral, pai do ex-prefeito do Rio de Janeiro, estava presente em um debate entre os dois sambistas. Donga (Rio de Janeiro, nascido em 5 de abril de 1890 e falecido em 25 de agosto de 1974) pertencente ao primeiro estilo de Samba e o criador do que seria o primeiro do Brasil o “Pelo Telefone” composto na casa da Tia Ciata, uma negra Baiana que se mudou para o Rio e era anfitriã de pessoas influentes, tendo muita importância na história do samba e candomblé no País e Ismael Silva, um dos fundadores do segundo estilo. Ao serem indagados sobre o que era samba, começou a confusão! Donga respondeu que samba sempre foi: “O Chefe da polícia pelo telefone mandou me avisar, que na carioca tem uma roleta para se jogar….” Citando o começo do seu samba “Pelo Telefone”, Ismael Silva na mesma hora retrucou “ISSO É MAXIXE!” Quando Ismael foi indagado por Donga com a mesma pergunta sobre o que era Samba, Este prontamente respondeu: ” Se você jurar que me tem amor eu posso me regenerar. Mas se é para fingir mulher, a orgia assim não vou deixar…” Citando o samba de sua composição. No mesmo momento Donga interrompeu afirmando “ISSO É MARCHA!!!”
O que é, e qual a origem do Samba Vamos tentar entender e tirar nossas próprias conclusões, conhecendo um pouco dos gêneros musicais citados pelos dois compositores da época.
O que é Maxixe? O Maxixe é um estilo de musica brasileira criada pelos negros no Rio de Janeiro e que esteve em alta no fim do século XIX, ficou também conhecida como Tango Brasileiro, por conta das influências de ritmo exercidas pelos Tangos Argentinos, que também surgiram na mesma década. O que é Marcha? Como a própria palavra já diz, é um estilo musical feito para marchar, geralmente é escrito em compassos. Começou sendo usada nas marchas militares, também foi criada a marcha fúnebre e depois nasceram as marchas de carnaval, usadas nos blocos de rua e posteriormente nas escolas de samba. Da marcha foi desenvolvido depois os sambas enredo. Samba então é…. Finalizando, do Maxixe a Marcha, samba é samba e tá na alma e no sangue do brasileiro, e como tudo no Brasil, ao meu entender é um miscigenação de ritmos, com influência africana, argentina e de vários outros cantos. Enfim samba é a cara do Brasil, tudo junto e misturado.
O Carnaval
por Noël Rosa
O carnaval nada mais é do que uma amostra, na Terra, de como será o inferno no céu.
O Brasil. Por Noël Rosa
Comparo o meu Brasil A uma criança perdulária Que anda sem vintém Mas tem a mãe que é milionária.
Carta para Lindaura
Carta ao médico
André Diniz no seu livro1
Acerta no x do problema:
Um sambista de mão cheia.… que construiu a sua musicalidade reunindo referências diversas.… Um mediador cultural que, nas trocas de linguagem e na experiência de mundo com os compositores de formação mais humilde, dos morros e do subúrbio, deu o caminho definitivo de um samba que não é negro nem branco, mas mestiço; um samba que não nasceu no morro nem no asfalto, mas com a obra do indivíduo que soube aproveitar a influência dos rítmos europeus, africanos e americanos na formação de suas composições, mediando mundos culturais distintos, ultrapassando fronteiras delimitadas pela origem social, expressando a música de uma cidade.
O samba na realidade
Não vem do morro
Nem lá da cidade
E quem suportar uma paixão
Sentirá que o samba então
Nasce do coração.
Publicado pela Casa da Palavra e inclui um belo CD com sucessos do nosso Noël.
Quem Dá Mais
Araci de Almeida e Ismael Silva no túmulo de Noel Rosa
“O samba evoluiu. A rudimentar voz do morro transformou-se, aos poucos, numa autêntica expressão artística… A poesia espontânea do nosso povo levou a melhor na luta contra o feitiço do academismo a que os intelectuais do Brasil viveram muitos anos ingloriamente escravizados. Poetas autênticos, anquilosados no manejo do soneto, depauperados pela torturante lapidação de decassílabos e alexandrinos sonoros, sentiram em tempo a verdade. E o samba tomou conta de alguns deles(…) O gosto público foi-se aprimorando. Outros poetas vieram dizer, em linguagem limpa e bonita, coisas maravilhosas (…)É preciso, porém, acentuar que esses poetas tiveram, também que se modificar, abandonando uma porção de preconceitos literários. Influíram sobre o público, mas foram, também, por ele influenciados. Da ação recíproca dessas duas tendências, resultou a elevação do samba, como expressão de arte, e resultou na humanização de poetas condenados a estacionar pelo sortilégio do academismo”.
BIOGRAFIA INDICADA: MAXIMO, João e DIDIER, Carlos, Noel Rosa – uma biografia. Brasília: UNB, 1990.
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MPB COMPOSITORES – Você e a MPB. Contém biografias, fotos, discografias e CDs. 41 CDs e 40 fascículos. Editora Globo.
OS GRANDES SAMBAS DA HISTÓRIA. Contém biografias, fotos, discografias e CDs. Editora Globo e BMG gravadora.
Batuque é um privilégio ninguem aprende samba no colégio Noël Rosa
A vila não quer abafar ninguém só quer mostrar que faz samba também. Noël Rosa
Fazer poema lá na vila (Isabel) é um brinquedo ao som do samba dança até o arvoredo. Noël Rosa
Fazer samba não é contar piada quem faz samba assim não é de nada o bom samba é uma forma de oração Baden Powell – Vinicius de Moraes
Porque o samba nasceu lá na Bahia e se hoje ele é branco na poesia ele é negro demais no coração Baden Powell – Vinicius de Moraes Samba triste, a gente faz assim eu aqui, você longe de mim. Billy Blanco – Baden Powell Então não vamos mais brigar saudade fez um samba em seu lugar Carlos Lyra – Ronaldo Bôscoli
O samba trazendo a alvorada meu coração Paulinho da viola
Falsa baiana?
Ô Brasil, samba que dá bamboleio que faz gingar ô Brasil do meu amor terra de nosso senhor Ary Barroso Samba morena e me desacata Ary Barroso Frase de Desde que o samba é samba, e Agoniza mas não morre Ai, que samba bom ai que coisa louca! Geraldo Pereira Nasci no Estácio e fui diplomado na roda de bamba Noël Rosa
Êle é aquele que vive na corda êle é aquele que na escola de samba toca cuíca, tocas surdo e tamborim faça por ele como se fosse por mim Ismael Silva …? Eu só ponho bebop no meu samba ? é Jackson mesmo? quando o tio Sam… O pato vinha cantando alegremente, quem-quem quando o marreco sorridente pediu para entrar também no samba Jaime Silva – Neusa Teixeira?
Samba lelê tá doente… D.P.?
Eu nasci com o samba no samba eu me criei e do danado do samba nunca me separei Dorival Caymmi
Quem samba não nega que o samba carrega esse dom de curar Devotos do Samba, Leandro Sapucahy
O samba é o pai do prazer O samba é filho da dor Caetano Veloso e Gilberto Gil? Ver se tem mais
E quando eu me apaixonei Não passou de ilusão, o seu nome rasguei Fiz um samba canção das mentiras de amor Que aprendi com você Tom Jobim
Faço meus sambas e faço meus trenzinhos. Adoniran Barbosa
Leva meu samba Meu mensageiro Este recado para meu amor primeiro Leva meu samba – Ataulfo Alves Quero morrer numa batucada de bamba Na cadencia bonita do samba – Ataulfo Alves
André Diniz , Noël Rosa, o poeta do samba e da cidade:
O samba, na realidade não vem do morro, nem lá da cidade e quem suportar uma paixão sentirá que o samba, então, nasce do coração Noël Rosa
Kid Pepe, parceiro de, Noël Rosa, em “Orvalho vem caindo”: – Eu já sei porque você só dá palpite: é porque eu não gosto de salada de palmito! Noel: – Pô Kid, isso não rima ! Kid: – Não rima no fim, mas rima no começo !
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Wilson Batista
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ISMAEL SILVA
Batucando na caixa de fósforo
com Vinícius de Moraes
Com Nelson Cavaquinho
com Carmem Miranda
com Carmem Costa
Luiz Barbosa
Rei da divisão, do molho e da mumunha. Boêmio inveterado, morreu aos vinte e oito anos de idade. Ouça o carinha cantando e batucando no seu chapéu de palha, acompanhado espetacularmente ao piano por Custódio Mesquita. Algo assim como uma tabelinha Pelé e Coutinho.
Luiz BarbosaLuiz Barbosa e Pixinguinha
Na Estrada da Vida, de Wilson Baptista. Gravação de 1933.
Seja Breve
Composição de Noel Rosa. Luiz Barbosa canta em dueto com João Petra. Gravação de 1933. Custódio Mesquita, pra variar, arrasando no piano.
Vassourinha
Mário Ramos, genial sambista paulistano, o Vassourinha, que nos deixou em 1942 aos 19 anos de idade. Garoto sincopado. Sua obra se resume em apenas seis discos 78 rpm.
Contribui com algumas fotos e pitacos para o curta metragem A Voz e o Vazio; a Vez de Vassourinha, (1998), roteiro e direção de Carlos Adriano.
Seguem duas gravações do varredor da Rádio Record, com o acompanhamento mais que demais do regional de Benedito Lacerda.
Ouça Vassourinha. Estrela luminosa e breve.
… e o Juiz Apitou, de Wilson Baptista. Gravação de 1942.
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Cyro Monteiro
Descendente direto de Luiz Barbosa. Ao invés do chapéu de palha, caixa de fósforos, assim como Wilson Baptista, de quem foi grande intérprete.
Estive diversas vezes com ele em 1965, por ocasião da montagem do espetáculo Vinicius Poesia e Canção,no Teatro Municipal de São Paulo, com direção de meu primo Zequinha Marques da Costa.
Uma das pessoas mais bonitas e bondosas que conheci na vida. Unanimidade entre os artistas como exemplo de ser humano. Grande contador de histórias, emérito batedor de papo.Um dia, num dos intervalos dos ensaios, saímos pra molhar a palavra, e no meio da conversa que girava em torno da desfaçatez e do cinismo dos políticos ele sai com essa:
– Edgard, o candidato é um ótimo sujeito, fala tudo que a gente quer ouvir, promete o mundo que a gente quer, quem não cumpre é o eleito! Tinha pavor de avião, só entrava em caso extremo e sob proteção de São Evilásio…
– São Evilásio, Cyro?
– Pois é, santo desconhecido tem maior disponibilidade…
Rio – São Paulo, só no saudoso trem noturno, batizado de “avião dos covardes”. Aracy de Almeida, a dama da Central, Vinicius de Moraes, Baden Powell, Braguinha, vararam muitas noites bebendo e cantando no carro restaurante que fechava às onze e meia da noite, mas com uma boa caixinha ia até às tantas.
Eu mesmo, quando tinha de ir ao Rio, para reuniões de pré-produção da Turma do Balão Mágico, me servia desse expediente, não que eu seja covarde, o que me falta é coragem.
Ouça o querido Formigão.
Quatro loucos num Samba. Do LP Senhor Samba, lançado pela CBS. 1961.Leia o texto de contracapa escrito por Vinicius de Moraes.
“Quatro loucos num samba” por Ciro Monteiro
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João Gilberto
Gênio. Inimitável. Nasceu em stereo. Voz e violão. Mudou a história da música popular mundial.
Incrível como ainda existe gente rotulando João Gilberto de bossa nova! João é, antes de mais nada, sambista!
Conheci João em 1961, nos bastidores do programa Brasil 61 que era apresentado por Bibi Ferreira, no antigo canal 9, na rua Nestor Pestana em São Paulo. Jamais vou esquecer a maneira gentil como me tratou – eu tinha 15 anos e ele era meu ídolo.
No dia seguinte liguei pro Lord Palace Hotel onde ele estava hospedado e aprendi tocar Um Abraço no Bonfá pelo telefone!
Falei com ele mais vezes , mas isso é papo para um outro post.
•
Preciosa caixa Noel pela Primeira Vez,organizada por Omar Jubran, que contem a obra completa em 14 discos.
” Fiz um poema pra te dar, cheio de rimas que acabei de musicar se, por capricho, não quiseres aceitar, tenho que jogar no lixo mais um samba popular.”
a Pixinguinha (1897-1973) e a Jacob do Bandolim (1918-1969)
por Maria Clara Novaes
Seu sabe tudo, você sabe tantas coisas
dos astros, das estrelas, do céu sabe também
dos continentes dos países e dos povos
sabidão sabe que sabe
sabe mais do que ninguém
Sabe dos rios oceanos cachoeiras
das plantas e dos bichos, das pedras dos metais
História
geografia
tecnologia
e Ciências Naturais
e muito mais:
Informática Política Gramática
prosa Poesia
artes em geral
Esportes Medicina
economia
sabe disso daquilo etc. e tal
Não há dúvida de quanto você sabe
e eu aqui querendo só saber porque
que o sabidão aí nem desconfia
como eu gosto
quanto eu gosto de você
•
Alfredo da Rocha Vianna Filho, conhecido como Pixinguinha (Rio de Janeiro, 4 de maio de 1897 — Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 1973), foi um compositor, arranjador, maestro, professor, flautista e saxofonista brasileiro.
Chorinho Sabido por Edgard Poças
Não deixe de assistir esse Vídeo do Thomas Farkas! Vale a pena!
Carteira de Identidade de compositor
Pixinguinha e amigos
Pixinguinha e sua flauta – Os oito batutas
Com Radamés Gnatalli
partitura “Vou vivendo”
saxofone… músico completo.
Da flauta ao
Com alguns amigos.
Com Luis Amistrong
Dormindo na partitura
Com Donga
E Cartola
•
Jacob Pick Bittencourt, mais conhecido como Jacob do Bandolim (Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de 1918 — Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1969) foi um músico, compositor e bandolinista brasileiro de choro.
Com Pixinguinha
Caros amigos
Relendo o belo livro Jacob do Bandolim,de Ermelinda A. Paz,professora da URFJ e da Uni Rio, vencedora do Concurso Lúcio Rangel de monografias da Funarte, lançado em 1997,
Vejam esse depoimento dado no “Programa Gláucio Gil”, em 1965, colhido na pg107 do compositor Jacobque “era muito apegado às suas raízes culturais, motivo pelo qual era um eterno desconfiado para com os modismos e o que se chamasse renovação em música” .
Eu noto que todas as vezes que se fala em música brasileira atual, fala-se necessariamente no vocábulo evolução. Nunca se fala em involução, que é justamente o antônimo, o oposto. Eu acho que o fato dese modificar alguma coisa não significa necessariamente evolução. Pode ser involução. E aliás é o que vejo.
“Jacob estava se referindo em especial à bossa nova. Não foram poucas as vezes em que ele dizia que o pessoal que divulgava a bossa nova não sabia o que era bossa nova. O episódio ocorrido com a música Chega de Saudade, de tom e Vinicius, foi para ele umademonstração de que estava certo quanmdo dizia que nem eles sabiam o que faziam”.
vamos ao episódio (pg 168) narrado pelo próprio Jacob em carta datada de março de1963 ao jornalista e grande biógrafo da MPB, Sérgio Cabral
pg 138 : Jacob regravaChegadeSaudade, LP MIS (set 68 ), ao vivo, num espetáculo memorável ao lado de Elizete Cardoso e Zimbo Trio,realizado no Teatro João Caetano, no RJ, ícone da Bossa Nova aquela que na pg é chamada;;;;;;;;;;;;;e a parte bisada do show. O LPfoi relançado pelo MIS em 1977 (pg 141)
pg 135 :gravou Chega de SaudadenoLP RCA VICTOR (jun 63 !) “Jacob revive sambas para voce cantar” – com regional e metais portanto não pode ser choro, pois, Tom Jobim havia-lhe tramsmitido por meio da partitura.
O maestro fala constantemente que achava imporante escrever a composição,
registrar a obra músical no papel.
Tom aparece ao lado de Vinicius de Moraes num caderno intitulado Repertório Trivial(pg 35), que constava de 329 títulos, de diversos gêneros. Aliás, desse relicário poderiam perfeitamente constar O Barquinho,Nós e o Mar , Telefone, Você,Vagamente, Ah, Se Eu Pudesse, Errinho à-toa, e outras tantas de Roberto Menescal, magnífico compositor, para não citar o grande Tom, o que nos leva a pensar que as referências a BN tinham um pouco de implicânciado genialbandolinista.
pg 168 : história da parte partitura manuscrita (pg 189) onde se lê“ Ao Jacob o Chega deSaudade, como foi feito” , assinado por Antonio Carlos Jobim, em 18 – 12 -59, e posteriormente à máquina por Jacob, “no Bar Zeppelin, rua Visconde de Pirajá, presente Lúcio Rangel”. Comparando-a com a escrita no Cancioneiro Jobim,recentemente publicado com o mais-que-credibilizadoaval de Paulo Jobim notamos que :
e levanto a lebre,só vai dar pra entender, lá no “descanso que a vida não dá”lá no “oco do mundo”, Naquele A este encontro que a gente eu não devo faltar , porque se eu fosse recnstruir essa história eu diria que naquela mesa (tá faltando ele, J.Gilberto), parece que esse bar jávai fechar, do Vilarinho, nunca mais.
Será?
edgard poças
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Referências bibliográficas:
ARANHA, Carla. Chorinho. Como todo começou. Rio de Janeiro: DBA Editora. 2012.
ALVITO, Marcos. Histórias do Samba. De João da Baiana a Zeca Pagodinho. Rio de Janeiro: Matrix. 2013.
MARIZ, Vasco. Vida Musical. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1997.
CASTELLO BRANCO, Sidney. Benedito Lacerda. O Flautista de ouro: Um gênio da orfandade. Rio de Janeiro: Global Choro Music. 2014.
Eu vou te contar uma história história bastante interessante começa assim, emocionante termina num fim eletrizante
Surpreendente é arrepiante palpitante e extravagante tem alegria também tem bastante
Patati Patatá Piriri Pororó patati Patatá Piriri Pororó patati Patatá Piriri Pororó é assim Patati Patatá!
Agora vou te contar uma piada piada que é muito engraçada começa pra lá de hilariante termina num riso galopante
Você vai se ralar de risada você vai gargalhar gargalhada essa piada é desopilante
Patati Patatá Piriri Pororó patati Patatá Piriri Pororó patati Patatá Piriri Pororó é assim Piriri Pororó!
Eu vou te contar uma fofoca fofoca que é bem cabeluda fofoca é super linguaruda alguém me contou mas não espalha
A fofoca é fogo na palha a fofoca é farofa no vento ela viaja que nem pensamento
Patati Patatá Piriri Pororó patati Patatá Piriri Pororó patati Patatá Piriri Pororó é assim Patati Patatá!
É assim Patati Patatá! é assim Patati Patatá!
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“Compositora, maestrina e pianista, Chiquinha Gonzaga é tida até hoje não só como um dos grandes nomes da música brasileira dos séculos XIX e XX, mas como uma personagem marcante e atuante que, oriunda de uma sociedade patriarcal, abriu caminhos e rompeu barreiras em diversos segmentos, tornando-se pioneira na defesa dos direitos autorais de músicos e autores teatrais.” Apresentação de Chiquinha no Instituto Moreira Salles – https://ims.com.br/titular-colecao/chiquinha-gonzaga/
Site da Chiquinha – Ótimo! Idealizado pelos pianistas e pesquisadores Alexandre Dias e Wandrei Braga, o site do Acervo Digital Chiquinha Gonzaga dá acesso à biografia e às obra completas da compositora: http://www.chiquinhagonzaga.com/acervo/
BIOGRAFIAINDICADA: DINIZ, Edinha. Chiquinha Gonzaga. Uma história de vida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora. 2009.
OBS: Querendo cortar mais jacas, vá até o menu QUALQUER NOTA e clique em CORTANDO JACA.
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• Ó abre alas, a primeira marcha de carnaval da história! É uma marcha rancho composta em 1899 para o bloco de rua “Rosa de Ouro”. Chiquinha era da fuzarca! – Banda da Casa Edison (1913) – Repare como parece um “corridinho” português. https://www.youtube.com/watch?v=Id8cl4nA9ng
OBS: Marcha rancho – Um gênero musical que faz parte das nossas raízes. Seu ritmo é mais lento, dolente que o das marchas marchinhas comuns.
OBS: Forrobodó é um baile popular, um arrastão pé, forró, festa ruidosa, animada, mas, também quer dizer confusão; trapalhada, falta de regras ou disciplina.
OBS: Maxixe, foi o primeiro tipo de dança urbana surgida no Brasil. Era dançado em locais que não atendiam a moral e aos bons costumes da época, como em forrós, gafieiras da cidade nova e nos cabarés da Lapa, no Rio de Janeiro, por volta de 1875. Aí tem muito assunto: vale a pena saber.
SONGBOOKS : O melhor de Chiquinha Gonzaga. Peças originais e arranjos para piano. São Paulo. Irmãos Vitale. 1999.
O Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB) é uma organização sem fins lucrativos sediada em Niterói – RJ que é voltada para a pesquisa, preservação e promoção da Música Popular Brasileira. Sua missão consiste em documentar, catalogar e divulgar o acervo musical brasileiro, passado e presente, através da manutenção e atualização de um banco de dados virtual. O resultado é um dos maiores arquivos online de informações, sons e imagens da discografia brasileira, disponível na internet para consultas gratuitas. Fundado em 2006, o IMMuB conseguiu mapear e catalogar mais de 82 mil discos produzidos no país. Isto equivale a aproximadamente 580mil fonogramas, reunindo mais de 91 mil compositores e intérpretes. Fruto de 25 anos de pesquisa, a catalogação abrange toda a história da música brasileira, desde a primeira gravação em 1902 até os lançamentos mais recentes. O acervo segue em constante expansão, recebendo centenas de discos, capas e músicas mensalmente. https://immub.org/p/o-instituto
“Onde estão os teatros? Procuro e não acho. Tenho escrito tantas peças, e boas, e agora tenho cinco peças lindas de bons escritores e não tenho teatro! Atualmente só representam tudo que há de indecente, porco e nojento!” – Chiquinha Gonzaga
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BIBLIOGRAFIA:
OBS: Grande parte desse material não se encontra mais nas livrarias. Mas, contando com a sorte, pode ser encontrado nos sebos e/ou espalhados pela NET.
DINIZ, Edinha. Chiquinha Gonzaga. Uma história de vida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora. 2009.
LIRA, Mariza. Chiquinha Gonzaga: Grande Compositora Popular Brasileira. Rio de Janeiro: MPB Reedições.1978.
EFEGÊ, Jota. Figuras e Coisas da Música Popular Brasileira. Volume1. Rio de Janeiro: Funarte. 1978.
EFEGÊ, Jota. Figuras e Coisas da Música Popular Brasileira. Volume 2. Rio de Janeiro: Funarte. 1980.
SANTA CRUZ, Maria Aurea. A Musa sem máscara. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1992.
MARTINS, J.B.Antropologia da Música Brasileira. São Paulo: Editora Obelisco. 1978.
SODRÉ, Muniz. Samba, o dono do corpo. Rio de Janeiro: Mauad Editora. 1998
CALDAS, Waldenyr. Iniciação à Música Popular Brasileira. São Paulo: Editora Ática. 1989.
LISBOA JUNIOR, LUIZ AMÉRICO. 81 Temas da Música Popular Brasileira. Itabuna: Agora Editoria Gráfica Ltda, 2000.
SIQUEIRA, Baptista. Origem do termo samba. São Paulo: IBRASA. 1978.
RUIZ, Roberto. Araci Cortes: Linda Flor. Rio de Janeiro: Funarte. 1984.
BARBOSA, Valdinha. DEVOS, Anne Marie. Radames Gnattali. O Eterno Experimentador. Rio de Janeiro: Funarte. 1985.
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“O nome de Chiquinha Gonzaga evoca mais que a figura gigantesca da música brasileira, responsável por um legado de mais de mil obras, entre as quais brilham sucessos como Ó abre alas, considerada a primeira canção carnavalesca nacional, e O Corta-Jaca, que logo passou a designar igualmente um gênero musical, tamanha sua popularidade. O nome da compositora, maestrina e pianista é também sinônimo de uma mulher que, nadando contra a corrente de seu tempo, fez da paixão, em vários sentidos, uma alavanca para sobreviver e se destacar numa sociedade conservadora, machista, tolhedora. Uma audácia que lhe custou, por muito tempo, o reconhecimento de seu justo lugar na arte.” – Mànya Millen, em Abre Alas para Chiquinha – https://ims.com.br
Dia 12, levou Antônio Pedro, amigo desde 1969, quando ele dirigiu “O Beijo no Asfalto”, de Nelson Rodrigues, no teatro Oficina em São Paulo, e me convidou para compor a trilha musical. E, se Deus for como a gente acha que devia ser, ele já está em grandes papos com Dionísio entre copos de vinho e cenas de teatro. Cartaz do Oficina.
Programa da peça “Beijo no Asfalto”
Dia 4, dia do meu aniversário, levou o cartunista Paulo Caruso, que há pouco fez a capa do CD Bem-vindo com parcerias que fiz com grandes músicos e amigos frequentadores dos saraus do nosso Walter Appel. E, se Deus for daquele jeito que a gente acha que devia ser, o Paulo já caricaturou Atena e convidados.
Capa do CD Bem-vindo
Hoje, 15 de março, foi-se embora meu amigo e parceiro Teo de Barros compositor, violonista e arranjador. Quantas canções e harmonias foram junto. O violão ficou… Bem que suas harmonizações podiam ter ficado presas às suas cordas, aí era só pedir ao Ricardo, seu filho, me emprestar o pinho e eu atacava Por um Beijo, do Anacleto Medeiros e Catulo da Paixão Cearense, com seu acompanhamento.
No inicio dos anos oitenta peguei uma hepatite forte e o médico recomendou repouso total, justamente no dia que tinha de fazer o arranjo do jingle que havia composto para a
“A Turma GALAK NESTLÉ” para gravar em seguida. Théo gentilmente foi até a minha casa gravou o jingle e fez o arranjo.
A Turma Galak Nestlé
Justamente para o CD Bem-vindo, nossa parceria infantil, Palhaço, com o genial Edgard Gianullo.
Palhaço – Téo de Barros e Edgard Poças, por Edgard Gianullo
– Pai, o Pelé vem gravar um comercial aqui no estúdio, hoje às quatro!
Fui correndo.
Depois de abraçá-lo – confesso que chorei – mandei essa:
– Pelé, a tua sorte foi que eu gostava de música!
O rei respondeu de primeira:
-Não vem me dizer que você com essa cara jogava futebol!
E eu fiquei pensando quantas vezes ele deve ter ouvido esse lero…
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Pelé e a camisa autografada para André Gil Bairão, futuro expoente da educação esportiva.
Pelé, querido; voce é o rei e sempre será!
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P.S.: Pelé, convidado para abrir a cerimônia de abertura da Copa do Mundo da Rússia, acabou não indo; fiquei super chateado, porque havia feito a letra para a música da cerimônia. Fica o consolo do sorriso do Rei, quando soube o nome:
Luisa Possi no ensaio do show “Natal. Dia de Noite Feliz”.
O show (21/12/2022) Céu Jaçana
Hoje é o dia (Ruriá Duprat e Edgard Poças) por Luisa Possi e Jean WilliamOs Três Reis Magos (Domínio Publico – Edgard Poças)por Jean WilliamFuturo é presente (Piska – Edgard Poças)por Jean WilliamAcalanto de Natal (Paul Mounsey e Edgard Poças) por Luisa PossiEstrelinha (Nelson Ayres e Edgard Poças)
São Paulo, era a cidade que mais crescia no mundo, mas, ainda tinha mais prédios do que edifícios, mais chácaras que supermercados, mais vento que academias, e muito, muito mais passarinhos, e claro, campos de futebol. Aliás, no Brasil dos anos 50, quem não nascia gente tinha grande chance de nascer bola, ou passarinho. Teve um, Pelé, que nasceu gente e virou rei da bola; outro, Mané, que nasceu bola e virou passarinho, oGarrincha. Aliás, com esses dois que jogando juntos nunca perderam, o escrete canarinho nos deu a Copa do Mundo de 1958, sambando com a bola no pé (no jogo, não no pagode). Pra quem não conheceu a Paulicéia ddsse tempo, a Avenida 23 de maio era um córrego, e, do terreno onde fica o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia até o Clube Círculo Militar era tudo campos de futebol; plantações de dribles, bicicletas, chapéus, sem-pulos, embaixadas e tabelinhas. Todos pelados. O campo mais bonito era o do quartel, mais acima, na rua Abílio Soares, com a Tutóia, um tapete verde. Quartel sem muros, só as guaritas, uma em cada rua, um paraíso para a garotada que entrava sem bater continência, batia bola, bola-ao-cesto, tomava banho e saía do mesmo jeito, sem continência nenhuma. Bem antes da revolução de 64. Lembro do Pelé jogando ali na seleção do exército, fazendo dupla com Mazzola antes de trazerem o caneco. A copa do mundo é nossa; com brasileiros não há quem possa… O bairro era o Paraíso, que belo nome. Foi lá que eu conheci o garoto Eduardo, já dedilhando o pinho, esabendo que a Bossa Nova era muito natural, os dois inspirados no João Gilberto, que nasceu gente, e virou passarinho. E seguimos vida afora, deslizando nas canções, amigos até hoje. Ele se tornou o Gudin, grande compositor, doutorado em sambas e canções, com pitadas de legítimo sotaque paulistano e parceiro de gente da pesada. E agora, para nosso orgulho já estão disponíveis, para download, partituras e letras com cifras de 150 composições de Gudin, selecionadas e transcritas à mão por ele mesmo e organizadas em 4 volumes (2 com partituras e 2 com letras e cifras), como parte do projeto “A documentação de uma Obra”.
Tudo muito bem organizado num ambiente gráfico especial criado pela sua filha Joana, para a aconchegar a obra do meu velho amigo Eduardo Gudin. Entre, e sinta-se em casa:
E não é que, agora, que a bola nacional anda meio murcha e os passarinhos nos acordam tossindo, nos tornamos parceiros, por obra do meu indecoroso assédio, extensivo a outros parceiros presentes no CD Bem-vindo, que aí segue. Ouça e sinta-se em casa do Walter Appel que juntou todos esses amigos num sarau de inquebrantável otimismo.
O CD Bem-vindo está disponibilizados nas plataformas musicais.
Capa CD Bem-Vindo
Contra-capa CD Bem-Vindo
Nossa parceria, nasceu de uma valsa (Dagosa) que o Gudin havia feito, alguns anos atrás. Aqui está ela conforme me mostrou, numa gravação caseira tocando com o mestre Paulinho Nogueira.
Será? – Eduardo Gudin e Edgard Poças, com Maria Clara Novaes e Edgard Poças
Este texto foi escrito especialmente para o @estudioplugin
Eu tinha 14 anos em 1960, quando ouvi Vinicius de Moraes cantando o samba que eu estou ouvindo agora, com música e letra de sua autoria. Está no Youtube, com ele cantando “Pela luz dos olhos teus”, com o grande Oscar Castro Neves no violão.
Tom Jobim, mais de 15 anos depois, arranjou em valsa. Está no Youtube também.
Vinicius, plural até no nome; dezenas de parceiros, centenas de obras primas.
Saudade.
– Edgarzinho, vamos tocar um violãozinho?
Vinicius nasceu em 19 de outubro de 1913 e faleceu em 9 de julho de 1980.
Eu morro ontem. Nasço amanhã.
Ando aonde há espaço.
Meu tempo é quando.
Poeta amigo, que a paz seja contigo.
Duas músicas que cantamos muitas vezes:
Com Zequinha, seu melhor amigo, depois do cachorro engarrafado, é claro.