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Chorinho sabido

terça-feira, julho 4th, 2023

Pichu Borrelli e Edgard Poças

a Pixinguinha (1897-1973) e a Jacob do Bandolim (1918-1969)

por Maria Clara Novaes

Seu sabe tudo, você sabe tantas coisas

dos astros, das estrelas, do céu sabe também

dos continentes dos países e dos povos

sabidão sabe que sabe

sabe mais do que ninguém

Sabe dos rios oceanos cachoeiras

das plantas e dos bichos, das pedras dos metais

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e Ciências Naturais

e muito mais:

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sabe disso daquilo etc. e tal

Não há dúvida de quanto você sabe

e eu aqui querendo só saber porque

que o sabidão aí nem desconfia

como eu gosto

quanto eu gosto de você

Alfredo da Rocha Vianna Filho, conhecido como Pixinguinha (Rio de Janeiro, 4 de maio de 1897 — Rio de Janeiro, 17 de fevereiro de 1973), foi um compositor, arranjador, maestro, professor, flautista e saxofonista brasileiro.

Chorinho Sabido por Edgard Poças

Não deixe de assistir esse Vídeo do Thomas Farkas! Vale a pena!
Carteira de Identidade de compositor
Pixinguinha e amigos
Pixinguinha e sua flauta – Os oito batutas
Com Radamés Gnatalli
partitura “Vou vivendo”
saxofone… músico completo.
Da flauta ao
Com alguns amigos.
Com Luis Amistrong
Dormindo na partitura
Com Donga
E Cartola

Jacob Pick Bittencourt, mais conhecido como Jacob do Bandolim (Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de 1918 — Rio de Janeiro, 13 de agosto de 1969) foi um músico, compositor e bandolinista brasileiro de choro.

Com Pixinguinha

Caros amigos

 

Relendo o belo livro Jacob do Bandolim,  de Ermelinda A. Paz,  professora da URFJ e da Uni Rio, vencedora do Concurso Lúcio Rangel de monografias da Funarte, lançado em 1997,

 

Vejam esse depoimento dado no “Programa Gláucio Gil”, em 1965, colhido na pg  107 do compositor Jacob  que “era muito apegado às suas raízes culturais, motivo pelo qual era um eterno desconfiado para com os modismos e o que se chamasse renovação em música” .

 

Eu noto que todas as vezes que se fala em música brasileira atual, fala-se necessariamente no vocábulo evolução. Nunca se fala em involução, que é justamente o antônimo, o oposto. Eu acho que o fato dese modificar alguma coisa não significa necessariamente evolução. Pode ser involução. E aliás é o que vejo.

 

“Jacob estava se referindo em especial à bossa nova. Não foram poucas as vezes em que ele dizia que o pessoal que divulgava a bossa nova não sabia o que era bossa nova. O episódio ocorrido com a música Chega de Saudade, de tom e Vinicius, foi para ele umademonstração de que estava certo quanmdo dizia que nem eles sabiam o que faziam”.

 

vamos ao episódio (pg 168) narrado pelo próprio Jacob em carta datada de março de1963 ao jornalista e grande biógrafo da MPB, Sérgio Cabral

 

 

pg 138 : Jacob regravaChegadeSaudade, LP MIS (set 68 ), ao vivo, num espetáculo memorável ao lado de Elizete Cardoso e Zimbo Trio,  realizado no Teatro João Caetano, no RJ, ícone da Bossa Nova aquela que na pg é chamada;;;;;;;;;;;;;  e a parte bisada do show. O LP  foi relançado pelo MIS em 1977 (pg 141)

 

 

pg 135 :   gravou Chega de Saudade  no  LP RCA VICTOR (jun 63 !) “Jacob revive sambas para voce cantar” – com regional e metais portanto não pode ser choro, pois, Tom Jobim havia-lhe tramsmitido por meio da partitura.

O maestro fala constantemente que achava imporante escrever a composição,

registrar a obra músical no papel.

 

 

Tom aparece ao lado de Vinicius de Moraes num caderno intitulado Repertório Trivial  (pg 35), que constava de 329 títulos, de diversos gêneros. Aliás, desse relicário poderiam perfeitamente constar  O Barquinho,  Nós e o Mar , Telefone, Você,  Vagamente, Ah, Se Eu Pudesse, Errinho à-toa, e outras tantas de Roberto Menescal, magnífico compositor, para não citar o grande Tom, o que nos leva a pensar que as referências a BN tinham um pouco de implicância  do genial  bandolinista.

 

 

 

pg 168 : história da parte partitura manuscrita (pg 189) onde se lê  “ Ao Jacob o Chega deSaudade, como foi feito” , assinado por Antonio Carlos Jobim, em 18 – 12 -59, e posteriormente à máquina por Jacob, “no Bar Zeppelin, rua Visconde de Pirajá, presente Lúcio Rangel”. Comparando-a com a escrita no Cancioneiro Jobim,  recentemente publicado com o mais-que-credibilizado aval de Paulo Jobim notamos que :

 

e levanto a lebre,  só vai dar pra entender, lá no “descanso que a vida não dá”  lá no “oco do mundo”, Naquele A este encontro que a gente eu não devo faltar , porque se eu fosse recnstruir essa história eu diria que naquela mesa (tá faltando ele, J.Gilberto), parece que esse bar jávai fechar, do Vilarinho, nunca mais.

Será?

edgard poças

 

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SONGBOOKS & PARTITURAS:

CHEDIAK, Almir. Choro – Mário Sève, Rogério Souza e Dininho – São Paulo: Irmnaos Vitale. 2009.

Álbum de Choros de Pixinguinha e Benedito Lacerda. Álbum 1. São Paulo. Rio de Janeiro. Irmãos Vitale Editores. 1947.

Álbum de Choros de Pixinguinha e Benedito Lacerda. Álbum 2. São Paulo. Rio de Janeiro. Irmãos Vitale Editores. 1948.

Álbum Pixinguinha: melodias para instrumentos em clave de sol com cifras para piano ou acordeon. Irmãos Vitale. 1978.

CARRASQUEIRA, Maria José. O melhor de Pixinguinha. Melodias e Cifras. São Paulo. Rio de Janeiro. Irmãos Vitale Editores. 1997.

O melhor do choro brasileiro: 60 peças com melodias e cifras: 1º volume – São Paulo: Irmãos Vitale. 1997.

O melhor do choro brasileiro: 60 peças com melodias e cifras: 2º volume – São Paulo: Irmãos Vitale. 1998.

O melhor do choro brasileiro: 60 peças com melodias e cifras: 3º volume – São Paulo: Irmãos Vitale. 2002.

LEME, Bia Paes. Pixinguinha Na Pauta. 36 arranjos para o programa O Pessoal da Velha Guarda. São Paulo: Instituto Moreira Salles. 2010.