Pichu Borrelli e Edgard Poças
à Noel Rosa, Ismael Silva e Wilson Batista
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Tem criança no samba
Quem diz que criança não sabe sambar
não sabe de nada de samba
deixa falar
o samba é criança do Estácio de Sá
herança que vem da Bahia, iá iá
O samba é cadência espalhada no ar
é dança da gente do nosso país
quem diz que criança não sabe sambar
eu nunca ouvi um palpite tão infeliz
Quem diz que criança não sabe sambar
não sabe a história do samba
deixa falar
o samba é criança do Estácio de Sá
herança que vem da Bahia, iá iá
O samba é cadência espalhada no ar
é dança da gente do nosso país
quem diz que criança não sabe sambar
eu nunca ouvi um palpite tão infeliz
Dança criança
o samba no pé
tem criança no samba, tem
tem criança na roda
quem diz que criança não sabe sambar
é palpite infeliz ou não é?
Vai pra escola
e deixa falar.
Quem diz que criança não sabe sambar
não sabe não serve pro samba
deixa falar
o samba é criança do Estácio de Sá
herança que vem da Bahia, iá iá
O samba levanta poeira do chão
é porta bandeira do nosso país
criança balança no samba
criança tem ginga de bamba
quem é você quem não sabe nem o que diz
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Noel Rosa Ismael Silva Wilson Batista
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Noel: “Nasci no Estácio o samba é a corda eu sou a caçamba O samba na realidade não vem do morro e nem lá da cidade – e quem suportar uma paixão sentirá que o samba então nasce do coração”. Feitio de Oração.
Wilson: Você vem de um palacete, eu nasci num barracão, sapo namorando a lua, numa noite de verão”. Preconceito.
Ismael: “… ele é aquele que na escola de samba toca, pandeiro, surdo e tamborim. Faça por ele, como se fosse por mim”. Antonico.
Ismael Silva fala sobre o samba:
https://www.youtube.com/watch?v=8_KKiSPzz9Y&list=FLug0n2ZsZSjsOI67EdglW0A
Ismael recebeu a medalha da Ordem do Jogral, oferecida por Luís Carlos Paraná, dono desse bar que marcou época em São Paulo, dos anos 60 e 70. Fui levá-lo, e, no caminho o fundador da “Deixa Falar”, primeira escola de samba me mostrou um cartão que tirou duma carteira guardada no bolso interno do paletó, junto ao peito. Na frente:
Noël Rosa – Compositor
Rua Teodoro da Silva, 392 – Vila Isabel
No verso: Ismael, aparece em casa; quero te mostrar umas coisas. Abraço. Noël.
Bando de Tangarás: sensacional!
http://www.youtube.com/watchv=eZHh_rSIFXA&feature=youtu.be
TEM CRIANÇA NO SAMBA
Meu objetivo além de prestar uma homenagem a Noel Rosa, é mostrar a atualidade da sua poesia.Arrisco-me a dizer que, mesmo para as pessoas com menos de 40 anos, que em quase sua totalidade não conhecem Noel Rosa, um momento de observação cuidadosa sobre o que ele disse e cantou não passaria incólume: é impossível não impressionar ou se emocionar com algumas partes de sua obra, mesmo que não se goste dela no sentido mais estrito.
Análise de 21 canções de Noël Rosa: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-20032013-094031/publico/2011_SandraReginaMarcelinoPinto_VCorr.pdf
A análise das letras das músicas de Noel Rosa foi feita consultando o extraordinário trabalho de Omar Abu Chahia Jubran, reproduzido em uma coleção de 14 CD’ sobre o “Poeta da Vila”, lançado em 2000 pela Universal. Muitos fatos e dados estão baseados no excelente livro de João Máximo e Carlos Didier (Noel Rosa, uma biografia mais acurada e detalhada de Noel bem como no famoso livro de Almirante (“Nos tempos de Noel Rosa”, 2a. ed, 1977, Francisco Alves).
Tido por muitos como o “filósofo do samba”, vejo Noel mais como um extraordinário cronista do nosso cotidiano, com uma criatividade e uma sagacidade – e por não se dizer beleza – inigualáveis. A maioria das letras de Noel tem ao menos uma palavra magistralmente escolhida, uma expressão fascinante, uma combinação maravilhosa de termos que dizem, por meio de uma dezena de sílabas, algo que outros só conseguiriam expressar com muitos versos.
Por volta do fim dá década de 60, Jornalista Sérgio Cabral, pai do ex-prefeito do Rio de Janeiro, estava presente em um debate entre os dois sambistas. Donga (Rio de Janeiro, nascido em 5 de abril de 1890 e falecido em 25 de agosto de 1974) pertencente ao primeiro estilo de Samba e o criador do que seria o primeiro do Brasil o “Pelo Telefone” composto na casa da Tia Ciata, uma negra Baiana que se mudou para o Rio e era anfitriã de pessoas influentes, tendo muita importância na história do samba e candomblé no País e Ismael Silva, um dos fundadores do segundo estilo.
Ao serem indagados sobre o que era samba, começou a confusão! Donga respondeu que samba sempre foi:
“O Chefe da polícia pelo telefone mandou me avisar, que na carioca tem uma roleta para se jogar….”
Citando o começo do seu samba “Pelo Telefone”, Ismael Silva na mesma hora retrucou “ISSO É MAXIXE!”
Quando Ismael foi indagado por Donga com a mesma pergunta sobre o que era Samba, Este prontamente respondeu:
” Se você jurar que me tem amor eu posso me regenerar. Mas se é para fingir mulher, a orgia assim não vou deixar…”
Citando o samba de sua composição.
No mesmo momento Donga interrompeu afirmando “ISSO É MARCHA!!!”O que é, e qual a origem do Samba
Vamos tentar entender e tirar nossas próprias conclusões, conhecendo um pouco dos gêneros musicais citados pelos dois compositores da época.
O que é Maxixe?
O Maxixe é um estilo de musica brasileira criada pelos negros no Rio de Janeiro e que esteve em alta no fim do século XIX, ficou também conhecida como Tango Brasileiro, por conta das influências de ritmo exercidas pelos Tangos Argentinos, que também surgiram na mesma década.
O que é Marcha?
Como a própria palavra já diz, é um estilo musical feito para marchar, geralmente é escrito em compassos. Começou sendo usada nas marchas militares, também foi criada a marcha fúnebre e depois nasceram as marchas de carnaval, usadas nos blocos de rua e posteriormente nas escolas de samba. Da marcha foi desenvolvido depois os sambas enredo.
Samba então é….
Finalizando, do Maxixe a Marcha, samba é samba e tá na alma e no sangue do brasileiro, e como tudo no Brasil, ao meu entender é um miscigenação de ritmos, com influência africana, argentina e de vários outros cantos. Enfim samba é a cara do Brasil, tudo junto e misturado.
O Carnaval
por Noël Rosa
O carnaval
nada mais é
do que uma amostra,
na Terra,
de como será
o inferno no céu.
O Brasil. Por Noël Rosa
Comparo o meu Brasil
A uma criança perdulária
Que anda sem vintém
Mas tem a mãe que é milionária.
Carta para Lindaura
Carta ao médico
André Diniz no seu livro1
Acerta no x do problema:
Um sambista de mão cheia.… que construiu a sua musicalidade reunindo referências diversas.… Um mediador cultural que, nas trocas de linguagem e na experiência de mundo com os compositores de formação mais humilde, dos morros e do subúrbio, deu o caminho definitivo de um samba que não é negro nem branco, mas mestiço; um samba que não nasceu no morro nem no asfalto, mas com a obra do indivíduo que soube aproveitar a influência dos rítmos europeus, africanos e americanos na formação de suas composições, mediando mundos culturais distintos, ultrapassando fronteiras delimitadas pela origem social, expressando a música de uma cidade.
O samba na realidade
Não vem do morro
Nem lá da cidade
E quem suportar uma paixão
Sentirá que o samba então
Nasce do coração.
Publicado pela Casa da Palavra e inclui um belo CD com sucessos do nosso Noël.
Quem Dá Mais
CLIQUE PRA OUVIR:
https://www.ouvirmusica.com.br/noel-rosa-musicas/
Ismael em São Paulo, por Edgard Poçashttp://www.edgardpocas.com.br/category/qualquer-nota/ismael-silva-que-eu-conheci/
Referências bibliográficas.
https://mobile.mis.rj.gov.br/perolas/carta-escrita-por-ary-barroso/
Tentar Baixar do Youtube o somente o endereço e também a serie do Braguinha sobre ele.
Assista ao excelente documentário: Noël Rosa – Meu luto é saudade:
http://www.youtube.com/watch?v=wGo_Ns_Ec1c
www.youtube.com/watch?v=wGo_Ns_Ec1chttps://www.youtube.com/watch?v=wGo_Ns_Ec1c
http://www.youtube.com/watch?v=-50LXGbZC2ow
Ary Barroso, em carta para Almirante, radialista, cantor e pesquisador da música brasileira:
https://mobile.mis.rj.gov.br/perolas/carta-escrita-por-ary-barroso/
ENTREVISTA de Noel Rosa para o jornal ??????:
“O samba evoluiu. A rudimentar voz do morro transformou-se, aos poucos, numa autêntica expressão artística… A poesia espontânea do nosso povo levou a melhor na luta contra o feitiço do academismo a que os intelectuais do Brasil viveram muitos anos ingloriamente escravizados. Poetas autênticos, anquilosados no manejo do soneto, depauperados pela torturante lapidação de decassílabos e alexandrinos sonoros, sentiram em tempo a verdade. E o samba tomou conta de alguns deles(…) O gosto público foi-se aprimorando. Outros poetas vieram dizer, em linguagem limpa e bonita, coisas maravilhosas (…)É preciso, porém, acentuar que esses poetas tiveram, também que se modificar, abandonando uma porção de preconceitos literários. Influíram sobre o público, mas foram, também, por ele influenciados. Da ação recíproca dessas duas tendências, resultou a elevação do samba, como expressão de arte, e resultou na humanização de poetas condenados a estacionar pelo sortilégio do academismo”.
BIOGRAFIA INDICADA: MAXIMO, João e DIDIER, Carlos, Noel Rosa – uma biografia. Brasília: UNB, 1990.
PARA PESQUISA deTODOS COMPOSITORES da MPB:
IMMUB – https://immub.org/compositor/lamartine-babo
ALMIRANTE. No tempo de Noel Rosa. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora. 1977.
MÁXIMO, João, DIDIER, Carlos. Noel Rosa, uma biografia.Brasília: Editora Universidade de Brasília. 1990.
DINIZ, André. Noel Rosa, o poeta do samba e da cidade. Rio de Janeiro: Casa d.a Palavra. 2010.
CALDEIRA, Jorge. Noel Rosa – De costas para o mar. São Paulo: Brasiliense Editora. 1982.
SODRÉ, Muniz. Samba, o dono do corpo. Rio de Janeiro: Mauad Editora. 1998.
FROTA, Wander Nunes. Auxílio Luxuoso. Samba símbolo nacional, geração Noel Rosa e indústria cultural. São Paulo: Anna Blume. 2003.
ALVITO, Marcos. Histórias do Samba: de João da Baiana a Zeca Pagodinho. Rio de Janeiro: Matrix. 2013.
CARVALHO, Hermínio Bello de. Araca – Arquiduquesa do Encantado. Um perfil de Aracy de Almeida. Rio de Janeiro: Edições Folha Seca. 2004.
MARIZ, Vasco.Vida Musical. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1997.
VIVACQUA, Renato. Música Popular Brasileira. Cantos e Encantos. São Paulo: João Scortezi Editora. 1992.
ALENCAR, Edigar de. Claridade e Sombra na Música do Povo. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves Editora. 1984.
AUGUSTO, Alexandre. Moreira da Silva. O último dos malandros. Rio de Janeiro: Editora Record. 1996.
DINIZ, André. Almanaque do Samba. A história do samba. O que ouvir. O que ler, onde curtir. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor. 2006.
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SEVERIANO, Jairo. MELLO, Zuza Homem de. A Canção no tempo. 85 anos de músicas brasileiras. Vol. 2. 1958-1985. São Paulo: Editora 34. 1998.
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GENTE DE SUCESSO.A vida de Tom Jobim.Rio de Janeiro: Editora Rio.
RISÉRIO, Antonio. Caymmi: Uma Utopia de Lugar. Bahia: Editora Perspectiva.
DOMINGUES, André. Caymmi sem folclore.São Paulo: Barcarolla. 2009.
ENCONTROS/TOM JOBIM. Tom Jobim. Organização e apresentação Frederico Coelho e Daniel Caetano.Rio de Janeiro: Azougue Editorial. 2011.
PAZ, Ermelinda, A. Jacob do Bandolim. Rio de Janeiro: Funarte. 1997.
CASTRO, Ruy. Chega de Saudade.A História e as Histórias da Bossa Nova.
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CABRAL, Sérgio. Pixinguinha. Vida e Obra.Rio de Janeiro: Lumiar Editora. 1997.
VALENÇA, Soares Suetônio. Tra-lá-lá.Rio de Janeiro: Funarte. 1981.
NAPOLITANO, Marcos. A Síncope das Idéias.São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo. 2007.
MOURA, M. ROBERTO. No Princípio era a Roda. Um estudo sobre o samba, partido-alto e outros pagodes.Rio de Janeiro: Rocco. 2004.
MPB COMPOSITORES – Você e a MPB. Contém biografias, fotos, discografias e CDs. 41 CDs e 40 fascículos. Editora Globo.
OS GRANDES SAMBAS DA HISTÓRIA. Contém biografias, fotos, discografias e CDs. Editora Globo e BMG gravadora.
DICIONÁRIO CRAVO ALBIN da MÚSICA POPULAR BRASILEIRA – http://dicionariompb.com.br/lamartine-babo
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SONGBOOKS:
CHEDIAK, Almir. Noel Rosa 1 – Songbook – Petrópolis: Lumiar Editora. n/d.
CHEDIAK, Almir. Noel Rosa 2 – Songbook – Petrópolis: Lumiar Editora. n/d
CHEDIAK, Almir. Noel Rosa 3 – Songbook – Petrópolis: Lumiar Editora. n/d
ALZUGUIR, Rodrigo. Wilson Baptista – Cancioneiro Comentado. Perfil Biográfico. Partituras Cifradas. São Paulo: Irmãos Vitale. 2013.
Assista o Filme “Noël Rosa, o poeta da Vila”
hthttp://www.youtube.com/watch?v=aw-KHB8w3fI8w3fI
Batuque é um privilégio
ninguem aprende samba no colégio
Noël Rosa
A vila não quer abafar ninguém
só quer mostrar que faz samba também.
Noël Rosa
Fazer poema lá na vila (Isabel) é um brinquedo
ao som do samba dança até o arvoredo.
Noël Rosa
Fazer samba não é contar piada
quem faz samba assim não é de nada
o bom samba é uma forma de oração
Baden Powell – Vinicius de Moraes
Porque o samba nasceu lá na Bahia
e se hoje ele é branco na poesia
ele é negro demais no coração
Baden Powell – Vinicius de Moraes
Samba triste, a gente faz assim
eu aqui, você longe de mim.
Billy Blanco – Baden Powell
Então não vamos mais brigar
saudade fez um samba em seu lugar
Carlos Lyra – Ronaldo Bôscoli
O samba trazendo a alvorada
meu coração
Paulinho da viola
Falsa baiana?
Ô Brasil, samba que dá
bamboleio que faz gingar
ô Brasil do meu amor
terra de nosso senhor
Ary Barroso
Samba morena
e me desacata
Ary Barroso
Frase de Desde que o samba é samba, e Agoniza mas não morre
Ai, que samba bom
ai que coisa louca!
Geraldo Pereira
Nasci no Estácio
e fui diplomado na roda de bamba
Noël Rosa
Êle é aquele que vive na corda
êle é aquele que na escola de samba
toca cuíca, tocas surdo e tamborim
faça por ele como se fosse por mim
Ismael Silva
…? Eu só ponho bebop no meu samba
? é Jackson mesmo?
quando o tio Sam…
O pato vinha cantando alegremente, quem-quem
quando o marreco sorridente pediu
para entrar também no samba
Jaime Silva – Neusa Teixeira?
Samba lelê tá doente… D.P.?
Eu nasci com o samba
no samba eu me criei
e do danado do samba
nunca me separei
Dorival Caymmi
Quem samba não nega que o samba carrega esse dom de curar
Devotos do Samba, Leandro Sapucahy
O samba é o pai do prazer
O samba é filho da dor
Caetano Veloso e Gilberto Gil? Ver se tem mais
E quando eu me apaixonei
Não passou de ilusão, o seu nome rasguei
Fiz um samba canção das mentiras de amor
Que aprendi com você
Tom Jobim
Faço meus sambas e faço meus trenzinhos.
Adoniran Barbosa
Leva meu samba
Meu mensageiro
Este recado
para meu amor primeiro
Leva meu samba – Ataulfo Alves
Quero morrer numa batucada de bamba
Na cadencia bonita do samba
– Ataulfo Alves
André Diniz , Noël Rosa, o poeta do samba e da cidade:
O samba, na realidade
não vem do morro, nem lá da cidade
e quem suportar uma paixão
sentirá que o samba, então,
nasce do coração
Noël Rosa
Kid Pepe, parceiro de, Noël Rosa, em “Orvalho vem caindo”:
– Eu já sei porque você só dá palpite:
é porque eu não gosto de salada de palmito!
Noel: – Pô Kid, isso não rima !
Kid: – Não rima no fim, mas rima no começo !
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ISMAEL SILVA
Luiz Barbosa
Rei da divisão, do molho e da mumunha. Boêmio inveterado, morreu aos vinte e oito anos de idade. Ouça o carinha cantando e batucando no seu chapéu de palha, acompanhado espetacularmente ao piano por Custódio Mesquita. Algo assim como uma tabelinha Pelé e Coutinho.
Na Estrada da Vida, de Wilson Baptista. Gravação de 1933.
Seja Breve
Composição de Noel Rosa. Luiz Barbosa canta em dueto com João Petra. Gravação de 1933. Custódio Mesquita, pra variar, arrasando no piano.
Vassourinha
Mário Ramos, genial sambista paulistano, o Vassourinha, que nos deixou em 1942 aos 19 anos de idade. Garoto sincopado. Sua obra se resume em apenas seis discos 78 rpm.
Contribui com algumas fotos e pitacos para o curta metragem A Voz e o Vazio; a Vez de Vassourinha, (1998), roteiro e direção de Carlos Adriano.
Seguem duas gravações do varredor da Rádio Record, com o acompanhamento mais que demais do regional de Benedito Lacerda.
Ouça Vassourinha. Estrela luminosa e breve.
… e o Juiz Apitou, de Wilson Baptista. Gravação de 1942.
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Cyro Monteiro
Descendente direto de Luiz Barbosa. Ao invés do chapéu de palha, caixa de fósforos, assim como Wilson Baptista, de quem foi grande intérprete.
Estive diversas vezes com ele em 1965, por ocasião da montagem do espetáculo Vinicius Poesia e Canção,no Teatro Municipal de São Paulo, com direção de meu primo Zequinha Marques da Costa.
Uma das pessoas mais bonitas e bondosas que conheci na vida. Unanimidade entre os artistas como exemplo de ser humano. Grande contador de histórias, emérito batedor de papo.Um dia, num dos intervalos dos ensaios, saímos pra molhar a palavra, e no meio da conversa que girava em torno da desfaçatez e do cinismo dos políticos ele sai com essa:
– Edgard, o candidato é um ótimo sujeito, fala tudo que a gente quer ouvir, promete o mundo que a gente quer, quem não cumpre é o eleito! Tinha pavor de avião, só entrava em caso extremo e sob proteção de São Evilásio…
– São Evilásio, Cyro?
– Pois é, santo desconhecido tem maior disponibilidade…
Rio – São Paulo, só no saudoso trem noturno, batizado de “avião dos covardes”. Aracy de Almeida, a dama da Central, Vinicius de Moraes, Baden Powell, Braguinha, vararam muitas noites bebendo e cantando no carro restaurante que fechava às onze e meia da noite, mas com uma boa caixinha ia até às tantas.
Eu mesmo, quando tinha de ir ao Rio, para reuniões de pré-produção da Turma do Balão Mágico, me servia desse expediente, não que eu seja covarde, o que me falta é coragem.
Ouça o querido Formigão.
Quatro loucos num Samba. Do LP Senhor Samba, lançado pela CBS. 1961.Leia o texto de contracapa escrito por Vinicius de Moraes.
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João Gilberto
Gênio. Inimitável. Nasceu em stereo. Voz e violão. Mudou a história da música popular mundial.
Incrível como ainda existe gente rotulando João Gilberto de bossa nova! João é, antes de mais nada, sambista!
Conheci João em 1961, nos bastidores do programa Brasil 61 que era apresentado por Bibi Ferreira, no antigo canal 9, na rua Nestor Pestana em São Paulo. Jamais vou esquecer a maneira gentil como me tratou – eu tinha 15 anos e ele era meu ídolo.
No dia seguinte liguei pro Lord Palace Hotel onde ele estava hospedado e aprendi tocar Um Abraço no Bonfá pelo telefone!
Falei com ele mais vezes , mas isso é papo para um outro post.
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Preciosa caixa Noel pela Primeira Vez,organizada por Omar Jubran, que contem a obra completa em 14 discos.
” Fiz um poema pra te dar,
Noël Rosa
cheio de rimas que acabei de musicar
se, por capricho, não quiseres aceitar, tenho que jogar no lixo mais um samba popular.”