Posts Tagged ‘Heitor Villa-Lobos’

Tuhú

terça-feira, julho 4th, 2023

Pichu Borrelli e Edgard Poças

dedicada Heitor Villa-Lobos.

Tuhú por Edgard Poças

Lá vem o trem
um menino imaginando no trem
um lugar igual a nunca se viu
descobrindo o Brasil
 
Lá vai o trem
desenhando 
um país vai o trem
todo verde, amarelo, azul 
leste oeste norte sul
 
Lá vem o trem
tem um índio de casaca no trem
estudar em Cascadura ele vem
vem sonhando uma nação
coração
 
Lá vai o trem
um menino imaginando no trem
um lugar igual nunca se viu
descobrindo o Brasil
 
Lá vem o trem
apitando como nunca se ouviu
é Tuhú rasgando o seu coração 
descobrindo o Brasil
 
Tuhúuu…

Tuhuzinho

Villa-Lobos, mocidade
Janota

Ai vem o trem !

Trenzinho do Caipira, com Leopold Stokowski de maquinista: – http://www.youtube.com/watch?v=hIM4FiS5Zck

Orquestra Sinfônica Brasileira tocando o Trenzinho do Caipira (Tocata da Bachiana Brasileira Nº 2) – Roberto Minczuk, Maestro. CLIQUEhttps://www.youtube.com/watch?v=wIG4h7lvj4Y

“Sim, sou brasileiro e bem brasileiro. Na minha música eu deixo cantar os rios e os mares deste grande Brasil. Eu não ponho mordaça na exuberância tropical de nossas florestas e dos nossos céus, que eu transponho instintivamente para tudo que escrevo”

“A minha obra musical é consequência da predestinação. Se ela é em grande quantidade, é fruto de uma terra extensa, generosa e quente”

Saudades das selvas brasileiras Nº2 – Nelson Freire (piano) – http://youtube.com/watch?v=pXMylnfWLsk

O que me interessa é a natureza do Brasil

Quando me lembro que Villa-Lobos é brasileiro, sinto vontade de dar vivas: Viva o Brasil! Viva Villa-Lobos! – Gilberto Freire

A lenda do caboclo – Com Yo Yo Ma (cello) e Duo Assad (violões) https://www.youtube.com/watch?v=vr0fuRThIDg

O Canto do Cisne Negro. Bela gravação de Cristina Ortiz (piano) e Antonio Menezes (Violoncelo): https://www.youtube.com/watch?v=9HfhsJyU0Tw

Bachianas Brasileiras No. 5 – Ária (Cantilena), com a soprano argelina Amel Brahim – http://www.youtube.com/watchv=NxzP1XPCGJE&list=RDNxzP1XPCGJE&index=1

Preludio da Bachiana Nº4. Nelson Freire (piano) – http://www.youtube.com/watch?v=A1Emge2-4AM

Bachiana Nº 4 – Orquestra Simón Bolivar, regida por Roberto Tibiriça. http://www.youtube.com/watch?v=5mf3SQ3dVz8

Comentário para o documentário O tempo e a Música – Edgard Poças: http://cadaumcomseucadau.hospedagemdesites.ws/wp content/uploads/2019/09.mp

Choros Nº 10, com a BBC Symphony Orchestra. Final emocionante! https://www.youtube.com/watch?v=pXR7C1p1Sbk

“A música, eu a considero, em princípio, como um indispensável alimento da alma humana”

Alma Brasileira, Valsa da dor e Lenda do Caboclo, com Nelson Freire. http://www.youtube.com/watch?v=3yaltoJdSYo

“O Brasil é uma floresta encantada onde a Europa jogou o tapete persa velho, mofado, cheio de poeira, cheio de ácaro”. 

Com Audrey Hepburn, Mel Ferrer e Tony Perkins.

Em meados da década de 1950, Villa-Lobos foi convidado a compor a trilha do filme Green Mansions, do diretor americano Mel Ferrer, estrelado por sua esposa, Audrey Hepburn e o galã Tony Perkins. O filme, um absurdo sem pé nem cabeça passou desapercebido. A trilha original de Villa-Lobos foi “adaptada” pelo compositor (polonês!) Bronislaw Kaper A canção interpretada por Tony Perkins ao violão é uma canção mais adequada para filme de faroeste. Clique no endereço abaixo para assistir o trailer:

https://www.youtube.com/watch?v=FkTar7VJ4xg

Villa-Lobos não gostou nenhum pouco das mudanças na sua partitura, e reaproveitou as ideias musicais compondo a cantata “A Floresta do Amazonas.” Uma das canções da cantata, a Melodia Sentimental, foi um sucesso, ultrapassou os limites das salas de concerto, e entrou no repertório da música popular. Villa-Lobos promovia essa síntese entre os universos erudito e popular. Suas peças para violão são um bom exemplo. Desde a gravação de Elizeth Cardoso, nos anos 1960, a Melodia Sentimental vem ganhando lugar no repertório de muitos cantores.

A canção interpretada por Tony Perkins ao violão é uma canção mais adequada para filme de faroeste – https://www.youtube.com/watch?v=FkTar7VJ4xg

Melodia sentimental (1ª gravação) – Bidú Saião – https://www.youtube.com/watch?v=9vyh4QCVOiQ

Acorda, vem ver a lua/ Que dorme na noite escura/ Que fulge tão bela e branca Derramando doçura/ Clara chama silente/ Ardendo meu sonhar/ As asas da noite que surgem/ E correm no espaço profundo/ Oh, doce amada, desperta/ Vem dar teu calor ao luar/ Quisera saber-te minha / Na hora serena e calma/ A sombra confia ao vento/ O limite da espera/ Quando dentro da noite/ Reclama o teu amor/ Acorda, vem olhar a lua/ Que brilha na noite escura/ Querida, és linda e meiga/ Sentir teu amor e sonhar.

Melodia Sentimental – Ney Matogrosso – http://www.youtube.com/watch?v=LAEI3W2qKAw&list=RDLAEI3W2qKAw&start_radio=1

OBS: Em MELODIA SENTIMENTAL no ALMANAQUE QUALQUER NOTA, você ouve diversas versões com diversos intérpretes.

Modinha – Villa-Lobos e Manuel Bandeira (Manduca Piá) – Tom Jobim e Danilo Caymmi https://www.youtube.com/watch?v=MnOfq5vIpOU

Modinha – Villa-Lobos e Manuel Bandeira – Carlos José e Época de Ouro https://www.youtube.com/watch?v=e65RW0aZiOM

Modinha – Villa-Lobos e Manuel Bandeira – Roberta Sá e Yamandú Costa https://www.youtube.com/watch?v=gY4euMsqbvg

OBS: Se quiser ir mais fundo na obra do mestre, procure na NET por:
Bachianas Nº2 (inteira), Choros, nº6, 11, Uirapurú, Prole do bebê e Quartetos.

Villa-Lobos realiza o milagre das coisas verdadeiramente grandes, nos impondo-nos o mais profundo e comovido silêncio. Sua música é como essa terrível natureza do Brasil, sem bonitezas, simplesmente grande.” – Di Cavalcanti

Declaração imperdível

Ele era garoto. Ia sempre à minha casa na Rua Itapiru, número 97. Tocava violão muito bem, como sempre tocou. Às vezes, acompanhava meu pai. Mais tarde é que toquei uns chorinhos para ele. Sempre gostou de música. Tocava violoncello no Cinema Odeon e fazia umas pausas complicadas. Mas todo mundo achava Villa-Lobos meio esquisito, sabe? Não davam muito valor a ele. Villa-Lobos foi um sujeito que chegou antes a uma realidade que todos nós sabemos. Eu conheci Villa-Lobos muito antes de 1922. Como eu já disse, ele ia na minha casa porque admirava os chorões. Às vezes até fazia acompanhamento no violão. Era bom no violão – Pixinguinha

Tocando violão

Suíte Popular Brasileira, para violão (Completa) com Pablo di Giusto, http://www.youtube.com/watch?v=Z2_LDC-WQQ0.

Scottish Choro (da Suíte Popular Brasileira) – Com Yamandu Costa & Guto Wirtty! + Q D + http://www.youtube.com/watch?v=pWI4IarGdN4

IMPRESSIONANTE: entre no Youtube, procure por Prelúdio(s), ou Estudos de Villa-Lobos para violão. A quantidade de obras interpretadas por violonistas do mundo inteiro é surpreendente! Imagine se o mestre ouvisse o que segue: • • • * • Estudo Nº1 – Xingye Li – https://www.youtube.com/watch?v=XyNb_2y51SEEstudo Nº2 – Xingye Li – https://www.youtube.com/watch?v=fEHjD4CyAU8

Estudo Nº2 – Lying Zhu – https://www.youtube.com/watch?v=lKvJaqUQNkU

5 Prelúdios para violão – Marcin Dilla – https://www.youtube.com/watch?v=2x0cxSoTYBU

• Leonora Spangerberger, com treze anos de idade, tocando os “12 Estudos para Violão”! em sequencia: https://www.youtube.com/watchv=2QXylgwZxZc&list=PLjDvM94tG5OVgOYEU1Qs8hkRSSO_gxx8u&index=2

• Menina de nove anos tocando o Estudo nº2 para violão! – www.youtube.com/watch?v=D2elvLo3yU8

• Irene Gomez, dá dicas para quem quiser tocar o Prelúdio Nº1https://www.youtube.com/watch?v=dBKMB5u2s2U

• Isso é BRASIL!: 2º Movimento do Concerto para Violão e Orquestra. www.youtube.com/watch?v=DDn6_tVvNdg

Sugestão de CD: Villa-Lobos • Oeuvre pour Guitare, por Fabio Zanon

ATENÇÃO VIOLONISTAS! Vale muito a pena ouvir os Cinco Prelúdios para Violão, transcritos para piano, por José Vieira Brandão – aluno de Villa-Lobos
interpretados por Sonia Rubinsky:
https://www.youtube.com/watch?v=DRzHetnhsBY

Villa, pelo grande Nássara

“O Brasil precisa de educação, de uma educação que não seja de pássaros empalhados em museus, mas de vôos amplos no céu da arte.”

“É preciso não esquecer a enorme responsabilidade dos educadores que vão ministrar às crianças os primeiros conhecimentos de arte, incumbindo-se, verdadeiramente, da sua educação musical. Como também nunca será demasiado insistir na finalidade pragmática do canto orfeônico.”

“A música, eu a considero, em princípio, como um indispensável alimento da alma humana. Por conseguinte, um elemento e fator imprescindível à educação do caráter da juventude.” – Villa-Lobos. •

“Que lindos olhos” harmonizada por Villa-Lobos. Coleção Funarte.
O Castelo. Canção folclórica, harmonizada por Villa-Lobos. Coleção Funarte.
O cravo brigou com a rosa. Canção folclórica, harmonizada por Villa-Lobos. Coleção Funarte.
Sapo jururu. Canção folclórica, harmonizada por Villa-Lobos. Coleção Funarte.

” O canto coletivo, com o seu poder de socialização, predispõe o indivíduo a perder no momento necessário a noção egoísta da individualidade excessiva, integrando-o na comunidade, valorizando no seu espírito a ideia da necessidade de renúncia e da disciplina ante os imperativos da coletividade social, favorecendo, em suma, essa noção de solidariedade humana, que requer da criatura uma participação anônima na construção das grandes nacionalidades.”

Cai cai balão – Canção folclórica, harmonizada por Villa-Lobos. Arranjo de Edgard Poças para o CD: Villa -Lobos e Carlos Gomes para crianças: www.youtube.com/watch?v=RJT45D2hewc

Carneirinho, Carneirão – Canção folclórica, harmonizada por Villa-Lobos. Arranjo de Edgard Poças para o CD Villa- Lobos e Carlos Gomes para crianças: https://www.youtube.com/watch?v=lOkyP4P8aKw

O cravo brigou com a rosa. – Canção folclórica, harmonizada por Villa-Lobos. Arranjo de Edgard Poças para o CD Villa-Lobos e Carlos Gomes para crianças: http://www.youtube.com/watch?v=H2IZk52hxRk

Guia Prático, volume 1 – Roberto Szidon (piano). A caixinha de ferramentas do mestre! Não deixe de ouvir! https://www.youtube.com/watch?v=z0zPkyGdR0

Guia Prático, volume 2 – Roberto Szidon (piano). Ou será sua casa de brinquedos? https://www.youtube.com/watch?v=F_pUgsytkR

“O folclore sou eu” – Heitor Villa-Lobos.

My bus and I, do musical Magdalena. -Olha o Índio de casaca na Broadway, minha gente! www.youtube.com/watch?v=MS8DmMfXaDo “Nossa gente tem grande, poderoso, senso criador. Não é razoável, pois que nossos artistas não façam por conseguir, no cenário musical do mundo, o lugar que lhes compete ocupar.”

Ary Barroso e Villa-Lobos. Meu Brasil brasileiro!
Por Mendez
Heitorzinho da cuíca

” Que espécie de civilização é essa, a atual? Se a televisão está quebrada, o avindo em pane, o homem está desamparado. Vivemos a época da máquina!” – Villa-Lobos – Imagino se ele visse o computador e o celular!

Villa sobre a ONU: ” Se ouvissem mais música, haveria menos guerras”.

Villa-Lobos posando para fotografias a serem publicadas em livro, no qual só apareceriam sua mãos, demonstrando o manosolfa – sistema de notas musicais em gestos, aplicado em treinamento com professores para educação musical escolar e canto orfeônico.

“Gosto da liberdade em todos os sentidos, gosto de estudar e pesquisar, de trabalhar e compor sistematicamente”.

“Os meus amigos e admiradores, por serem bons e sem maldades, costumam perdoar os meus erros e defeitos”.

“Assim como não gosto de pensar no futuro, não me sinto bem olhando o passado. Eu sou como o viajante que, ao atravessar um rio num cipó, não pode olhar para trás nem para a frente, a fim de não perder o equilíbrio”.

“ Incompreendido, humilhado, desrespeitado pela sua terra, Villa-Lobos, pela sua força criadora ímpar, deveria ter sido venerado, amado, respeitado pelos seus compatriotas. Infelizmente isso não aconteceu. Teve que lutar contra a indiferença, passando dificuldades e privações para garantir sua subsistência”. –  Camargo Guarnieri.

“Poucas são as pessoas que, no Brasil, têm ideia exata do que seja o renome do Maestro H. Villa-Lobos no estrangeiro. Nunca um brasileiro conheceu a glória de modo tão puro como esse nosso compatriota genial: nem mesmo Santos Dumont nos seus grandes dias em Paris. Nem mesmo Santos Dumont nos dias em que foi o homem mais festejado, mais caricaturado, mais fotografado na capital da França” –  Gilberto Freyre.

“ (…) Que Villa-Lobos tenha enfim no Brasil uma consagração digna dele, é o que desejo. Nós ainda não presenciamos com clareza o que ele representa para o Brasil. Por mais que as transcrições de artigos sobre ele, publicados no estrangeiro, provem a importância dele, essas transcrições não bastam para mostrar a formidável propaganda que Villa-Lobos fez lá fora. Ele não fixa cartazes nas paredes do mundo, mostrando que o café é gostoso, enquanto a Colômbia planta mais café valorizado pela nossa estupidez. Mas em compensação ele tornou o Brasil uma coisa humana de permanência viva na consciência de milhares de estrangeiros” – Mário de Andrade.

Cidadão do mundo igual a Tom Jobim, tanto poderíamos vê-lo subindo o morro da Mangueira em companhia do educador AnísioTeixeira e surpreendê-lo abraçado a Cartola, como flagrá-lo num jantar que lhe foi oferecido por celebridades em New York num bate-papo animado com Duke Ellington.

Explosivo, carinhoso, bem-humorado, jogador fanfarrão de sinuca que tirou grana do próprio bolso para financiar o bloco carnavalesco “Sodade do Cordão”, que, segundo Renato de Almeida, tentava reviver os antigos grupos de velhos, onde palhaços, morcegos e rainhas misturavam-se – a instrumentália percursiva de adufos, reco-recos. – Hermínio Bello de Carvalho.

Puxeta!

“A arte existe para exprimir e satisfazer a humanidade. O verdadeiro ideal do artista é servir a massa do povo, dar-lhe alguma coisa que, graças aos seus sons naturais, só ele pode dar”

Massé!
Preparando as roupas e adereço, balanço financeiro e assistindo o desfile do bloco “Sodade do Cordão”.

Sodade do cordão – Ermelinda A. Paz (Prêmio Carioca de Monografia 1994): http://ermelinda-a-paz.mus.br/Livros/sodade.pdf

“A música é a única expressão da Arte que reúne os requisitos de força dominadora compreensível a todas as raças, e por isso mesmo capaz de uma conciliação racional entre os povos.”

Perguntaram-lhe certa feita se era futurista. Respondeu: – Não . Nem futurista nem passadista.
E acrescentou:- Eu sou eu!

Com os componentes da banda dos fuzileiros navais

Semana de 22

Villa soltando pipa na França.

Villa-Lobos, ao ser indagado pelos artistas parisiense com quem iria estudar,  respondeu logo que chegou: – “Não vim para estudar com vocês, vim para lhes mostrar o que tenho feito”.

“Villa-Lobos acaba de chegar de Paris. Quem chega de Paris espera-se que venha cheio de Paris. Entretanto Villa-Lobos chegou de lá cheio de Villa-Lobos. – Manuel Bandeira

“Logo que sinto a influência de alguém me sacado todo e pulo fora”.

Rascunho de uma biografia
Bilhete para Mindinha

Esse, o Villa amigo de Cartola e de Donga, esse o educador preocupado com a “educação social pela música”, esse, o índio de casaca, como chamou Menotti del Picchia, esse o amante atento que autografava bilhete em fotos que, de madrugada, deixava no colo de Mindinha, guardiã de seus trabalhos que entravam noite a dentro. – Hermínio Bello de Carvalho

1ª página da partitura original

“Num país de tendências liberais e democráticas como o Brasil, todas as correntes técnicas e estéticas aparecem, apesar das naturais reações do público conservador, como acontece nas nações civilizadas.”

EXCELENTE documentário “O Índio de Casaca”, produzido em 1987, com direção de Roberto Feith e apresentado pelo ator Paulo José. Entre as imagens raras do compositor e de sua época, há depoimentos de personagens como Guerra Peixe, Tom Jobim, Andrés Segovia, Ana Stella Schic, Walter Burle Marx, Turíbio Santos, Vasco Mariz, Maria Augusta Machado e outros. http://bossa-brasileira.blogspot.com/2013/08/o-indio-de-casaca-villa-lobos-no-cinema.html

Tom Jobim: As Nascentes – IMPERDÍVEL! (aos dez minutos, ele fala de Villa-Lobos: https://www.youtube.com/watch?v=54VNMBOTtvk

Loque Arcanjo, doutor em história, violonista e professor de música da Universidade do Estado de Minas Gerais, autor do livro, “Heitor Villa-Lobos – os sons de uma nação imaginada”, apresentando uma perspectiva histórica sobre a vida de um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos”. https://www.youtube.com/watch?v=EVNoKLXQh-8

Villa-Lobos: vida, obra e agrupamentos estilísticos: www.youtube.com/watch?v=UnAcPJmmcS0

Referências Bibliográficas:

PEPPERCORN, Lisa. Villa-Lobos. Biografia ilustrada do mais importante compositor brasileiro. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações. 1989.

BARROS, C. Paula. O Romance de Villa-Lobos. Rio de Janeiro: Editora A Noite. 1949.

MARIZ, Vasco.  Heitor Villa-Lobos. Compositor Brasileiro. Rio de Janeiro – Zahar Editores. 1983.

JUNIOR, LoqueAraújo – “O violão de Villa-Lobos entre a Belle Époque e as rodas de choro”: https://www.academia.edu/9747995/O

DA CRUZ, Maria Alice – Villa-Lobos, Para além do nacionalismo : https://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/dezembro2009/ju451_pag12.php

SCHIC, Anna Stella. Villa-Lobos – O Índio Branco.Rio de Janeiro: Imago Editora Ltda.1989.

KIEFER, Bruno. Villa-Lobos e o Modernismo na Música Brasileira. Porto Alegre: Editora Movimento.1981.

CLARET, Martin. O Pensamento Vivo de Heitor Villa-Lobos. São Paulo: Martin Claret Editores. 1987. 

HORTA, Luiz Paulo. Villa-Lobos. Uma Introdução. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editores. 1987.

MACHADO, Maria Célia. Heitor Villa-Lobos. Tradição e Renovação na Música Brasileira. Rio de Janeiro: Editora UFRJ.

NEGWER, Manuel. Villa-Lobos. O florescimento da música brasileira. São Paulo: Martins Fontes Editora. 2009.

GUIMARÃES, Luiz e Colaboradores. Villa-Lobos – Visto da Plateia e na Intimidade. Rio de Janeiro: Gráfica Editora Arte Moderna. 1972.

CARVALHO, Hermínio Bello de. O Canto do Pajé –  Villa-Lobos e a Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro:  Espaço e Tempo. 1988.

PALMA, Enos da Costa. CHAVES JUNIOR, Edgard de Brito. As Bachianas Brasileiras de Villa-Lobos. Rio de Janeiro: Companhia Editora Americana. 1971.

HORTA, Luís Paulo. Edição de Centenário Villa-Lobos. Projeto da Companhia Brasileira de Projetos e Obras. São Paulo: Edições Alumbramento – Livroarte Editora. 1986.

ANDRADE, Mário de Andrade. Música, Doce Música. São Paulo: Livraria Martins Editora. 1963. 

ANDRADE, Mário de Andrade. Pequena História da Música. São Paulo. Livraria Martins Editora. 1967.

VILLA-LOBOS, Heitor. Guia Prático. Estudo Folclórico Musical. Primeiro Volume. São Paulo e Rio de Janeiro: Irmãos Vitale.1941.

VILLA-LOBOS, Heitor. Canto Orfeônico. Primeiro Volume. São Paulo e Rio de Janeiro: Irmãos Vitale. 1940.

VILLA-LOBOS, Heitor. Canto Orfeônico. Segundo Volume. São Paulo e Rio de Janeiro: Irmãos Vitale. 1951.

MARIZ, Vasco.Vida Musical. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1997.

Museu Villa-Lobos.Presença de Villa-Lobos– 8. Volume MEC- DAC – Rio de Janeiro. 1973.

SEVERIANO, Jairo. MELLO, Zuza Homem de. A Canção no tempo. 85 anos de músicas brasileiras. Vol. 1. 1901-1957. São Paulo: Editora 34. 1997.

SEVERIANO, Jairo. MELLO, Zuza Homem de. A Canção no tempo. 85 anos de músicas brasileiras. Vol. 2. 1958-1985. São Paulo: Editora 34. 1998.

MARIZ, VASCO .A Canção Brasileira. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira. 1985.

PASSOS, Claribalte. Vultos e Temas da Música Brasileira. Rio de Janeiro: Paralelo. 1972.

ANDRADE, Mario de. Aspectos da Música Brasileira. São Paulo: Livraria Martins Editora. 1965.

MARTINS, J.B.Antropologia da Música Brasileira. São Paulo: Editora Obelisco. 1978.

MEDAGLIA, Júlio. Música Impopular. São Paulo: Global. 1988.

ACIOLY, Karen. Tuhú, o menino Villa-Lobos. Rio de Janeiro: Editora Ltda. 2007.

SQUEFF, Enio. WISNIK, José Miguel. O nacional e o popular na cultura brasileira. São Paulo: Brasiliense. 1982.  

BARBOSA, Valdinha. DEVOS, Anne Marie. Radames Gnattali. O Eterno Experimentador. Rio de Janeiro: Funarte. 1985.

MUSEU VILLA-LOBOS: http://museuvillalobos.org.br/index.htm

“Toda minha filosofia se centraliza na música porque a música é a única razão, único motivo para a minha existência. Eu somente sou útil, de alguma forma, através da música. Componho por imperativo biológico”.

“Devemos procurar educar os nossos artistas e compositores de modo a que acabem apreciando devidamente o seu dever de servidores da humanidade. ”

Prelúdio. “Modinha” da Bachiana Nº1. : http://www.youtube.com/watch?v=reS-hLZiQDQ

Pra frente, ó música! Que algum dia tu sejas a maior inspirara da Paz entre os homens”.

“Era um espetáculo. Tinha algo de vento forte na mata, arrancando e fazendo redemoinhar ramos e folhas; caía depois sobre a cidade para bater contra as vidraças, abri-las ou despedaçá-las, espalhando-se pelas casas, derrubando tudo; quando parecia chegado ao fim do mundo, ia abrandando, convertia-se em brisa vesperal, cheia de doçura. Só então se percebia que era música, sempre fora música.
Assim é que eu vejo Heitor Villa-Lobos na minha saudade que está apenas começando, ao saber de sua morte, mas que não altera a visão antiga e constante. Quem o viu um dia comandando o coro de quarenta mil vozes adolescentes, no estádio do Vasco da Gama, não pode esquecê-lo nunca. Era a fúria organizando-se em ritmo, tornando-se melodia e criando a comunhão mais generosa, ardente e purificadora que seria possível conceber. A multidão em torno vivia uma emoção brasileira e cósmica, estávamos tão unidos uns aos outros, tão participantes e ao mesmo tempo tão individualizados e ricos de nós mesmos, na plenitude de nossa capacidade sensorial, era tão belo e esmagador, que para muitos não havia outro jeito senão chorar, chorar de pura alegria. Através da cortina de lágrimas, desenhava-se a nevoenta figura do maestro, que captara a essência musical de nosso povo, índios, negros, trabalhadores, caboclos, seresteiros de arrabalde; que lhe juntara ecos e rumores de rios, encostas, grutas, lavouras, jogos infantis, assovios e risadas de capetas folclóricos”.
– Carlos Drummond de Andrade

E agora, José? Poema de Carlos Drummond de Andrade, musicado por Villa-Lobos. https://www.youtube.com/watch?v=9UyFSWmwkSo

Valsa da dor. http://www.youtube.com/watch?v=OmdBwHB2xbY

12.11.1959 – Jorge Peter – SC – Heitor Villa Lobos – Teatro Municipal, Rio de Janeiro. 12.11.1959 – Jorge Peter – Municipal Theater, Rio de Janeiro.

“Considero minhas obras como cartas que escrevi à posteridade, sem esperar resposta.”

Melodia Sentimental. Heitor Villa-Lobos.

terça-feira, julho 4th, 2023

Em meados da década de 1950, nosso grande Villa-Lobos foi convidado a compor a trilha do filme Green Mansions, do diretor americano Mel Ferrer, estrelado por sua esposa, Audrey Hepburn e o galã Tony Perkins. O filme, um absurdo total, passou desapercebido. A trilha original de Villa-Lobos foi “adaptada” pelo compositor polonês Bronislaw Kaper. E, a canção, interpretada por Tony Perkins ao violão, é música para filme de cowboy. Assista o trailer: https://www.youtube.com/watch?v=FkTar7VJ4xg Villa não gostou nenhum pouco das mudanças na sua partitura e reaproveitou as ideias musicais compondo a cantata A Floresta do Amazonas. Uma das canções da cantata, a Melodia Sentimental, foi um sucesso, e ultrapassando os limites das salas de concerto, entrou para o repertório da música popular. Villa-Lobos promoveu, constantemente, a síntese entre os universos erudito e popular. Suas peças para violão são exemplares. Desde a gravação de Elizeth Cardoso, nos anos 1960, a Melodia Sentimental vem ganhando lugar no repertório de diversos cantores.

Aqui estão algumas gravações:

Melodia sentimental – Mônica Salmaso. http://www.youtube.com/watch?v=9Ezy5iu67nk

Melodia sentimental – Maria Bethania. https://www.youtube.com/watch?v=cW1rB7qW5Sk

Melodia sentimental – Sumi Jo. http://www.youtube.com/watch?v=6RuscTYsWR8&list=RDiygEr7YpNMg&index=2

Melodia sentimental – Betty Garcés https://www.youtube.com/watch?v=R_7gMYgSguM

Melodia sentimental – João Bosco. http://www.youtube.com/watch?v=SEDKUa4WSL0

Melodia Sentimental – Renée Fleming. https://www.youtube.com/watch?v=VBbywOhK3Hw

Melodia Sentimental – Roberta Mameli Olaf Laneri,https://www.youtube.com/watch?v=fseLT7hbncIlive in Modena 2016

Melodia Sentimental – Nadine Sierra. http://www.youtube.com/watch?v=7RyYu_nIi88

Melodia Sentimental – Djavan http://www.youtube.com/watch?v=d9BJ9FV3PuU

Melodia Sentimental – Elisete Cardoso. https://www.youtube.com/watch?v=m-FIBRopDWo

Melodia Sentimental – Zizi Possi. http://www.youtube.com/watch?v=LpKS388-gNo

Melodia sentimental – Cristina Braga. Fica linda com harpa! http://www.youtube.com/watch?v=NJPej5fZw0M

Melodia sentimental – Carmen Monarcha. http://www.youtube.com/watch?v=IsOurMmLz34

Melodia sentimental – Celine Rudolph. http://www.youtube.com/watch?v=Ew9EUVZLaGQ

Melodia sentimental – Antonio Nóbrega. https://www.youtube.com/watch?v=aZvKciqbpew

Melodia Sentimental – Sandy e Marcelo Bratke. http://www.youtube.com/watch?v=Lj9KvIWps_M

Dona Mindinha de Villa-Lobos.

terça-feira, julho 4th, 2023

Em 1974, fui ao Rio de Janeiro, de trem noturno – apelidado por Vinicius de Moraes de”avião dos covardes” – para conhecer o Museu Villa-Lobos. Dormi quase nada pensando na possibilidade de, quem sabe, arrumar um estágio na Universidade Musical de Cascadura. 

Infelizmente não havia vaga nenhuma ,mas, houve um delicioso papo com dona Arminda, mulher do Indio de casaca, que comandava o museu, à quem ele dedicou as Nove Bachianas Brasileiras, os Cinco Prelúdios Para Violão, e um bocado de outras mais. 

Seguem os três melhores momentos.

• Dona Mindinha contou que numa ocasião, em Nova York, seu marido a levou para conhecer ouvir um grande compositor se apresentar ao piano – não disse quem nem onde. O lugar, segundo ela, bem mixuruca, o artista estava numa pindaíba danada, era nada mais nada menos que Béla Bartók! 

• Perguntei se ela conhecia Antonio Carlos Jobim e da admiração do Tom pela obra de Villa-Lobos.  

– Sim, claro que conheço, ele compõe melodias lindas, e ama a obra do Villa. Lá, pelos anos 50, ele esteve em nossa casa. Lembro bem dele brincando ao se despedir: – Maestro, quer vender pra mim a ária da Bachiana Nº5? O Villa ri; ele gostava do Tom e até havia avisado ao Santoro (Claudio) não se arriscar na música popular, porque com o Antônio Carlos Jobim na parada a coisa complicava pra ele!  Tom estava começando sua carreira de compositor, que o consagrou no mundo inteiro. O Brasileiro se tornou Planetário.

• Após um cafezinho, dona Mindinha foi atender alguém, disse que voltava logo e que eu a esperasse. Fiquei sapeando pela sala alguns pertences do maestro; batuta, piteira, borrachas, óculos vários lápis, entre eles, um com prolongador e que não parava de olhar pra mim. Dona Mindinha voltou a tempo de frustrar e rir da minha investida no patrimônio nacional e ouvir minha pretensão.                                                                                                           

– Dona Mindinha, desde pequeno, eu sei que é feio roubar;  acontece que esse lápis encantado eu escrevo minha sinfonia!

Voltei com um bocado de partituras, entre elas, a Melodia Sentimental, que vinte e dois anos depois, sugeri à Zizi Possi que a incluir no repertório do CD Mais Simples, e livro  Solfejos que aí está, autografado por Mindinha Villa-Lobos 

Autógrafo de dona Mindinha de Villa-Lobos

Viva Villa-Lobos!

quinta-feira, abril 16th, 2020

Dezessete de novembro, dia em que o Indio de Casaca se despediu da tribo e deixou  um Amazonas de musica para a humanidade.

O menino Tuhú sabia que a pipa ia voar alto.

Diogo, meu pai, chegou a noitinha com o extinto jornal A Gazeta e a triste manchete – Morreu Heitor Villa-Lobos! Eu tinha 13 anos em 1959  e conhecia o Prelúdio, da Bachiana nº4 , que minha mãe  Antonietta tocava a transcrição para piano.

Por volta de 1964 havia um programa na rádio Eldorado de São Paulo cujo prefixo era uma música maravilhosa. Sabia que os intérpretes eram o Modern Jazz Quartet, pelo solo de vibrafone de Milt Jackson e o piano de John Lewis, mas e o compositor? Resolvi a questão na Eletroarte, antiga loja de discos na rua Augusta – onde eu costumava esconder  os discos de bossa nova, jazz, etc… atrás daqueles que eu imaginava pelos meus favoritos – com a ajuda do Toninho que sabia do meu truque e tambem me apresentava os ultimos lançamentos: era a ária da Bachiana nº 5, de Heitor Villa-Lobos, do LP The Sheriff . Gastei o disco. Villa-Lobos eentrou para sempre na minha seleção brasileira ao lado de Tom Jobim, João Gilberto, Pelé, Garrincha, Pixinguinha, Vinicius, Noël, Ary, Oscarito, Grande Otelo…

Aos vinte e um anos ouvi pela primeira vez os estudos e prelúdios para violão do nosso índio de casaca. O Brasil que eu sentia e não sabia explicar. Comprei as partituras e estudei que nem louco. Depois veio o Concerto para Violão e Orquestra, simplesmente o máximo. No Guia Prático, estudo folclórico musical achei a maquete  do gênio.

Tom Jobim reverenciou sua musica. Canta, canta mais, Saudades do Brasil, Brasilia, Sinfonia da Alvorada, são provas disso. Na corda da viola, em Stone Flower,  e A maré encheu, em Autopsicografia, letra de Fernando Pessoa, prováveis são lembranças dos seus estudos do Guia Prático. Se é por falta de adeus – nnazo tenho receio de dizer que fecha com uma citação do Trenzinho do Caipira.

Seguem quatro faixas do CD “Villa-Lobos e Carlos Gomes para Crianças” que produzi para a revista CARAS. São quatro Cirandinhas arranjadas pelo mestre para piano solo sequenciadas nos softwares Logic e Performer e executadas por um computador MacIntosh.

Carneirinho, carneirão

Audio clip: Adobe Flash Player (version 9 or above) is required to play this audio clip. Download the latest version here. You also need to have JavaScript enabled in your browser.

O Cravo Brigou com a Rosa

Audio clip: Adobe Flash Player (version 9 or above) is required to play this audio clip. Download the latest version here. You also need to have JavaScript enabled in your browser.

Todo Mundo Passa

Audio clip: Adobe Flash Player (version 9 or above) is required to play this audio clip. Download the latest version here. You also need to have JavaScript enabled in your browser.

A Canoa Virou

Audio clip: Adobe Flash Player (version 9 or above) is required to play this audio clip. Download the latest version here. You also need to have JavaScript enabled in your browser.

A imortalidade registrada pela música

“Era um espetáculo. Tinha algo de vento forte na mata, arrancando e fazendo redemoinhar ramos e folhas; caía depois sobre a cidade para bater contra as vidraças, abri-las ou despedaçá-las, espalhando-se pelas casas, derrubando tudo; quando parecia chegado ao fim do mundo, ia abrandando, convertia-se em brisa vesperal, cheia de doçura. Só então se percebia que era música, sempre fora música.

Assim é que eu vejo Heitor Villa-Lobos na minha saudade que está apenas começando, ao saber de sua morte, mas que não altera a visão antiga e constante.
Quem o viu um dia comandando o coro de quarenta mil vozes adolescentes, no estádio do Vasco da Gama, não pode esquecê-lo nunca. Era a fúria organizando-se em ritmo, tornando-se melodia e criando a comunhão mais generosa, ardente e purificadora que seria possível conceber.

A multidão em torno vivia uma emoção brasileira e cósmica, estávamos tão unidos uns aos outros, tão participantes e ao mesmo tempo tão individualizados e ricos de nós mesmos, na plenitude de nossa capacidade sensorial, era tão belo e esmagador, que para muitos não havia outro jeito senão chorar, chorar de pura alegria.
Através da cortina de lágrimas, desenhava-se a nevoenta figura do maestro, que captara a essência musical de nosso povo, índios, negros, trabalhadores do eito, caboclos, seresteiros de arrabalde; que lhe juntara ecos e rumores de rios, encostas, grutas, lavouras, jogos infantis, assovios e risadas de capetas folclóricos”.

Carlos Drummond de Andrade

“Villa-Lobos acaba de chegar de Paris. Quem chega de Paris espera-se que chegue cheio de Paris. Entretanto, Villa-Lobos chegou cheio de Villa-Lobos.

Manuel Bandeira, na revista Ariel, 1924.

 •

Sobre a inspiração:

Audio clip: Adobe Flash Player (version 9 or above) is required to play this audio clip. Download the latest version here. You also need to have JavaScript enabled in your browser.

Viva Villa-Lobos!

P.S.:

Em 1974, convalescendo de uma terceira cirurgia corretiva na mão esquerda,

entusiasmado com a possibilidade de voltar a estudar as peças do mestre, fui ao Rio de Janeiro conhecer o Museu Villa-Lobos; quem sabe não voltava a São Paulo com um convite para um estágio na Universidade de Cascadura?

O convite não veio, mas em compensação levei um papo inesquecível com Dona Mindinha, mulher do grande Villa, a quem ele dedicou, entre outras dezenas de peças, os Cinco Prelúdios Para Violão e as Nove Bachianas Brasileiras. 

Mindinha contou que numa noite em Nova York, Villa lhe convidou para assitir a um grande compositor, esse sim!, que iria se apresentar ao piano. O lugar, segundo ela era bem mixuruca, e o músico, numa pindaíba danada, era nada mais nada menos que Béla Bartók!

Coincidentemente, Villa-Lobos e Bartók tinham ouvido absoluto; compunham sem usar nenhum intrumento, ou seja, tudo na cuca.

Perguntei a ela se conhecia Antonio Carlos Jobim.

– Sim, claro tem melodias lindas, e ama a obra de Villa-Lobos. Uma ocasião esteve em casa, lá pelos anos 50, bebia bem esse moço, na hora da despedida perguntou brincando :

– Maestro, vende pra mim a ária da Bachiana Nº5?

O Villa riu e gostou. 

Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim que amava a música de Villa-Lobos, estava começando sua carreira de compositor consagrado no mundo inteiro.

 Antônio Carlos Planetário de Almeida Jobim.

Depois de um cafezinho, Mindinha foi atender alguem e eu fiquei sozinho na sala com vários pertences do nosso Villa: batutas, piteiras, lápis, borrachas, óculos, partituras e veio a tentação de roubar um lápis – com prolongador.  Mindinha voltou a tempo de frustrar o assalto ao patrimônio nacional e eu confessei minha intenção.

– Edgard, que coisa feia!

– Dona Mindinha, é que esse lápis está encantado! Com ele até eu escrevo uma sinfonia!

Pois sim…

Ganhei várias partituras e dona Arminda de Villa-Lobos, entre elas a Melodia Sentimental, e vinte e dois anos depois mostrei à Zizi Possi que gravou no CD Mais Simples.

Clique para ampliar

Assista trechos do meu depoimento para o documentário Villa-Lobos
“O Tempo e a Música”.

Jean William. Dois Atos.

quinta-feira, maio 16th, 2019

Meus amigos, aí está o resultado de um trabalho realizado com muito amor e dedicação. Dois Atos, dois CDs. Jean William é um grande artista. Agradeço a ele a oportunidade de fazer a direção artística, consultoria de repertório, além da produção e direção Musical ao lado do querido Ney Marques, e mais ainda, a sua interpretação de Estrelinha, parceria com meu velho amigo Nelson Ayres, e da Serenata, letra que escrevi em homenagem ao genial Cândido das Nevessobre a famosa melodia (Ständchen) de Franz Schubert.

CD #1

01. Noche Ronda (Agustin Lara & Maria Tereza Lara)

Participacão: Fafá de Belém

Arranjo e piano : Ruriá Duprat

02. Amor em Lágrimas (Claudio Santoro & Vinícius de Moraes)

Arranjo e piano: Nelson Ayres

Contrabaixo: Zeca Assumpção

03. All The Things You Are ( (Jerome Kern & Oscar Hammerstein II), com citação de Night and Day (Cole Porter/) e Fly Me to the Moon (Bart Howard)

Participação: Alissa Sanders

Arranjo e piano: Nelson Ayres

04. Estrelinha (Nelson Ayres & Edgard Poças)

Arranjo e piano: Nelson Ayres

05. Hymne a L’amour (Marguerite Monnot & Edith Piaf)

Arranjo e piano: Ruriá Duprat

Violões: Webster Santos

Acordeão: Marinho

06. Poema dos Olhos da Amada (Paulo Soledade/ Vinicius de Moraes)

Arranjo e piano: André Mehmari

Suíte dos Pescadores (Dorival Caymmi)*

O Mar, O Bem do Mar, Canção da Partida, Adeus da Esposa, Temporal, Cantiga da Noiva, Velório, É Doce Morrer no Mar, Canção da Partida.

*Todas as composições são de autoria de Dorival Caymmi, exceto É Doce Morrer no Mar que é parceria deste com Jorge Amado.

Montagem da suíte: Edgard Poças

Arranjo e violoncelo: Jaques Morelenbaum

Violão: Marco Pereira

Contrabaixo: Rodolfo Stroeter

Percussão: Caito Marcondes

Côro dos Pescadores: Jean William, Edgard Poças e Roberto Teixeira

Participações: Mônica Salmaso, Céu e Paula Morelenbaum

Orquestra de cordas:

Violinos: Adriana José de Melo, Alex Braga Ximenez, Cristina Cabral Fernandes da Costa, Fernando H.Travassos da Rosa, Heitor Hideo Fujiname, Luiz Britto Passos Amato, Marcos Henrique Scheffel, Nadilson Martins Gama, Otávio Scoss Nicolai, Pablo Zappelini de Leon, Paulo Calligopoulos, Ricardo Bem Haja da Fonseca.

Violas: Alexandre de Leon, Daniel Pires da Silva, Fábio Taguaferri Sabino, Roberta Lizandra Marcinkowski.

Cellos: Adriana Cristina de B. Holtz, Dimas Goudaroulis, Gustavo Pinto Lessa, Patrícia Mendonça Ribeiro.

Contrabaixo: Ana Valeria Poles de Oliveira.

Gravado nos estúdios:

Gravodisc: Engenheiro de áudio: Elcio Alvarez Filho, Assistente de estúdio: Gabriel Teixeira, Edição: Guido Baldacin

Estúdio Flautin 55: Engenheiro de audio: André Malaquias

Estúdio de André Mehmari

CD #2

01. Una furtiva lagrimada Opera L’elisir D’amore, de Gaetano Donizetti, com libreto de Felice Romani*

02. Ardir ah forse il cielo, voglio direda Opera L’elisir D’amore, de Gaetano Donizetti, com libreto de Felice Romani*

Dueto com Davide Rocca

03. Chiedi all’aura lusinghierada Opera L’elisir D’amore, de Gaetano Donizetti, com libreto de Felice Romani*

Dueto com Federica Vitali

04. Libiamo, Libiamo, da Opera Rigoletto de Giuseppe Verdi, com libreto de Francesco Maria Piave*

Dueto com Federica Vitali. Participação do Coral Luther King

05. Bella Figlia Dell’amore, da Opera Rigoletto de Giuseppe Verdi, com libreto de Francesco Maria Piave*

Quarteto com Federica Vitali, Adriana Clis, Jean William e Davide Rocca

06. Melodia Sentimental, de A Floresta do Amazonas, Heitor Villa-Lobos. Letra de Dora Vasconcelos**

07.  Serenata (Standchen), de Franz Schubert. Letra: Edgard Poças**

Orquestra Filarmonica Bachiana Sesi – SP:

Flauta: Ana Maria Gaigalas, Carlos Eduardo, Gomes de Souz

Clarinete: Leirson C.Maciel, Tiago José Garcia

Oboé: Gerson Quirino De Abreu, Wainer C. De Carvalho

Fagote: Eliseu Silva Nascimento, Osvanilson de Castro Ferreira

Trompa: Douglas Rodrigo Bruno da Costa, Eduardo Gomes da Silva, Rafael de Paula Nascimento, Vitor Ferreira Neves

Trompete: Adenilson Roberto Telles, Wellington de Souza Pinto

Trombone: Marcos Antonio Pacheco N. Junior: Marcos Henrique de Paula: Tiago Azevedo De Araújo

Tuba: Gustavo de Jesus Campos

Contrabaixo: Rafael Rodrigues da Silva, Thiago Hessel De Paula, Thiago Paganelli de Oliveira

Percussão: Daniel Dias de Lima, Natali Calandrin Martins

Violino: Ana Camila Castilho Bordino, Anderson Alves Tavares< Andréa De Araujo Campos, Andressa dos Santos Matheus, Carolina Camargo Duarte, Cintia Nunes Leite de Camargo, Davi Ricardo Mirada Gama, Dorin Serban Tudoras, Eduardo Augusto de Almeida Silva, Eduardo M.Leite de Camargo, Fellipe Moreira Santarelli, Flávio Geraldini, Hanry Dawson Oliveira Ribeiro, Hudson F.Gorzoni Pires, Israel Fogaça Junior, Jonathan Souza Cardoso dos Santos, Natalia Portilho Mattos, Pedro Roberti Gobeth, Renato Marins Yokota, Sara Silva de Oliveira

Viola: Danielle Lima de Andrade, Denise de Freitas Fukuda, Elisa Graciela Ribeiro, Everton Rodrigues de Souza, Francisco Ederson F.Pereira, Tiago Vieira Rocha

Violoncelo: Alice Mayumi Michetelli, Franklin Martis Chaves, Rafael Victor F.Fernandes, Thais Camargo Duarte, Túlio Padilha Pires, Wellington Ramos

Coral Luther King: Sira Milani, Wagner Dias, David Matias Salim Neto, Roberto Mendes Barbosa, Cintia Derio, Daniel Giffoni, Daniel José Lopes, Daiane Scales Cezario, Alba Stela Zilahi, Alex Mastropasqua, Andréia Balbino, Antonio Martins Neto, Carolina da Silva, Irene B. Moreira dos Santos Kabengele, Débora Maclean, Denise Sacchetto, Dina Valeria Milani, Enilde Borges Costa, Francisca Monteiro de Oliveira, Garbo Aranyi, Gustavo Manzani, Ione A. Rodrigues de Souza, Jacira dos Santos Costa, Joanice  Cerqueira Fonseca, João Afonso Filho, Larissa Acelina Casemiro de Queiroz, Geni Aparecida Barbosa, Luisa Ventura Giraldez, Fernandes dos Santos, Mariana Anacleto, Milena M. De Andrade, Nivaldo Marcelino, Paulo Rogério Jacovick, Rodrigo Garcia, Rodrigo Wagner de Freitas, Rogério Tabyra, Rosana Taketomi de Araújo e Victor Ribeiro de Oliveira.

Gravado ao vivo na Sinagoga Shalom

Engenheiro de audio: Gato

Edição: Guido Baldacin

Fotos da capa : Danilo Mantovani

Projeto Gráfico: Aldeia Idéias

Direção de Arte: Paulo Hardt/ Matheus Hardt

Produção Fonográfica: Dabliú

Gerencia de Produção: Tatiana B.Librelato

Produção Executiva: Zezito Marques da Costa

Direção Artística e Consultoria de Repertório: Edgard Poças

Produção e Direção Musical: Edgard Poças e Ney Marques

Direção de Produção: Fred Rossi

Documentário fotográfico das gravações:

Ruriá Duprat, Fafá de Belém, Edgard Poças e Jean William

Vídeo produzido por Vando Mantovani, no estúdio Gravodisc.

Noche de Ronda : Jean William e Fafá de Belém