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Ary Barroso e Trio Los Panchos, conforme Vinicius de Moraes me contou.

quarta-feira, setembro 2nd, 2015

Ouça enquanto eu conto:

Em 1965, após ouvirmos o disco de Angela Maria interpretando suas parcerias com Ary Barroso, Vinicius de Moraes mr contou o seguinte episódio que ele presenciou na companhia de Ary Barroso – o poeta foi o ultimo parceiro do autor da Aquarela do Brasil.

O consagrado Trio los Panchos, reis do bolero, apresentando-se numa boite no Rio de Janeiro, resolve oferecer o samba canção Risque, megasucesso do grande Ary, cantado em ritmo de bolero: “nuestra homenaje al gran compositor brasileño, que nos honra con su presencia!”

Ary, que já estava bem adiantado, levantou-se, irritadíssimo e sem o menor lero lero, botou o rei Congo no congado:

– Não aceito! Risque é um samba canção!

P.S.#1: Os jornais noticiaram que Ruy Castro e Zuza Homem de Mello estão escrevendo sobre o samba canção. Serão, com certeza, dois livros bemvindos a história da nossa grandiosa musica popular.

P.S.#2: A cantora de Risque é Linda Batista e o violino é Fafá Lemos.

Vinicius, Antonio Maria e Ary Barroso

Ary entre Vinicius e um menino grande que tambem gostava de sambas canções.

Quatro amigos e uma saudade imensa.

sexta-feira, junho 26th, 2015

Deixa tocando enquanto voce lê:

Em 1965, Zequinha Marques da Costa, meu primo querido, me apresentou seus grandes amigos, Vinicius de Moraes, Baden Powell e Ciro Monteiro; alguns meses antes de dar início aos ensaios do espetáculo Vinicius Poesia e Canção, realizado no Teatro Municipal de São Paulo, dirigido e produzido por ele, com a presença do poeta e parceiros; que primo, que amigos, que privilégio!


                                                                                             


Tempo Feliz.

P.S.: entre uns uisquinhos, Vinicius, falando de sua admiração pelo cantor e pela pessoa de Ciro Monteiro, contou que Baden havia composto oito músicas para esse LP – eram previstas dez – quando teve de voltar a Paris, onde morava, para uma série de concertos, e Ciro gentilmente completou as dez com duas músicas suas – Alô João  e Toma meu coração, oferecendo autoria a Baden Powell e Vinicius de Moraes.

Assim era Ciro Monteiro, o Formigão, como era carinhosamente chamado, de quem Vinicius falou:

– Uma criatura de qualidades tão raras que eu acho improvável qualquer de seus amigos não se haver dito, num dia de humildade, que gostaria de ser Cyro Monteiro. Pois Cyro, pra lá do cantor e do homem excepcional, é um grande abraço em toda a humanidade.

Ciro Monteiro, por Miécio Caffé

P.S.: Num dos intervalos de Vinicius Poesia e Canção, não lembro porque, papeando com Ciro, mencionei algo ligado a algum político que aprontou alguma, e o Formigão saiu com essa:

– Pois é Edgard, o candidato é aquele cara que fala bonito, tudo aquilo que a gente quer ouvir; quem não cumpre é o eleito!

Sábias palavras.