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O assobio

quarta-feira, fevereiro 3rd, 2016

Há tempos reparo que cada vez menos se assobia, ou assovia. O assobio, na minha infância e adolescência, nos anos cincoenta, era um instrumento apreciado e utilíssimo. Além de ser barato e de fácil transporte era, depois da voz, o que melhor expressava nosso humor, nossa melodia interna e se prestava para dezenas de utilidades.

Ouvi e vi grandes assobiadores se apresentando no rádio, na TV, no cinema, em LPs, solando esse instrumento de altíssimo custo benefício, ele já vem com a gente, de nascença.

O assobio, com certeza, nasceu antes da música, provavelmente para chamar alguem ou algum bicho e se consagrou multimídia. E tem assobio mudo, de extrema utilidade para quando entramos numa sala de espera cheia, sabendo que estamos sendo observados,assopramos aquele ventinho cheio de naturalidade.

Mas voltemos às músicas. Aqui seguem tres que marcaram velho e assobiáveis tempos:- The High and the Mighty, de Dimitri Tiomkin, do catastrófico filme Um Fio de Esperança (1954), estrelado por John Wayne e premiado com o Oscar de trilha sonora original. Acho, até hoje, a música a mais triste do mundo. A esperança por um fio.

A gravação é de Victor Young e sua Orquestra.

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Just Walking In The Rain, de Johnny Bragg e Robert Riley estourou no Brasil, em 1956, na voz de Johnnie Ray. Assisti sua apresentação pela TV e fiquei impressionadíssimo ao ver que ele usava um aparelho auditivo.

Essa música, por um bom tempo, foi o carro chefe do meu show imaginário cantada num ingles idem.

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Trinta anos depois escrevi essa letra em português – Quem não sabe assobiar – gravada pela A Turma do Balão Mágico.

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Quem não sabe assobiar

Eu posso ensinar

Preste atenção no que diz esta canção

 

Quem não sabe assobiar

É que nem comer

É que nem coçar

É só começar

 

Faz um bom biquinho

Aí, é só soprar

Mas não dê risada

Senão pode falhar

 

Quem não sabe assobiar

Pega esta canção

Faz que nem balão

Sopra, só pra ver voar

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– The Happy Whistler, tambem de 1956, assobiada por Don Robertson, só nos USA alcançou mais de um milhão de cópias vendidas.

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– Colonel Bogey March. Marcha escrita pelo tenente F.J.Ricketts (1881–1945), um militar britânico, maestro de banda diretor musical da Royal Marines em Plymouth, editada com o pseudônimo de Kenneth Alford e usada como tema principal do filme  A Ponte do Rio Kwai, de David Lean sobre a Segunda Guerra Mundial, produção espetacular, que conquistou o público e venceu sete Oscars em 1957, entre os quais os de Melhor Filme, Melhor Actor (Alec Guiness) e Melhor Realizador.

A Marcha do Coronel Bogey cantarolada nos tempos da Segunda Guerra Mundial transformou-se num êxito mundial.

Aqui uma gravação com a Boston Pops Orchestra regida por John Williams.

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e aqui um trecho do filme :

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Embora menos, o assobio continua presente na música: leiam a matéria publicada pela revista Rolling Stone, no endereço abaixo.

http://rollingstone.uol.com.br/galeria/dez-assobios-mais-grudentos-da-musica

O sabiá, embora menos, também continua assobiando.

Lincoln Olivetti. Não dá pra parar a música.

quinta-feira, janeiro 15th, 2015

Querido Lincoln

Voce estará sempre no meu coração. Escrevo ouvindo seu LP com o Robson Jorge – que suíngue! – e relembrando o choque musical que voces provocaram aqui no “bossanova”. A emoção do meu filho Diogo,  pequenininho, seu fã, vendo voce chegando aqui em casa, ao lado do parceiro genial, curioso para ver como é que é êsse negócio de Macintosh tocando sintetizadores. Levou meu Jupiter 8, da Roland e multiplicou por mil tudo que eu sabia desse negócio de Macintosh tocando sintetizadores.

Telefonemas de madrugada:

– Edgard, alguma novidade?

– Voce já ouviu o DX7?

– Não, é bom?

– A CBS mandou um pra mim; acho que voce vai gostar. E o Jupiter?

– Já está em órbita; juntei ele com outros sints num teclado só!

– E os arranjos da Turma do Balão?

– Tá tudo prontinho, voce vai gostar.

Meu amigo Lincoln, quanta bobagem escreveram a respeito da sua música “pasteurizada”, dos seus teclados ” eletrônicos”! Voce está na história como um dos maiores arranjadores da nossa música. Apontou os rumos nos anos 80, revolucionando os timbres as levadas e reinventou o som de muitos intérpretes da MPB.

Desculpe a redundância: gênio!

Não dá para parar sua música!

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Não Dá Pra Parar a Música (H.Beloto – Phil Hort – B. Whiterhead – J. Morali)

Letra: Edgard Poças

Intérprete: A Turma do Balão Mágico

Arranjo: Lincoln Olivetti

Não dá Pra Parar a Música

 

Brinca no compasso

Dança no teu passo

Anda pela rua

Terra, sol e lua

Ritmo que está aqui, agora, lá

A todo momento

Não pode parar

 

Jeito de falar

Tempo que passar

Ritmo, magia, diz a melodia solta pelo ar

Em qualquer lugar

Música pro mundo girar

 

Sim é mesmo incrível

A música é invencível

Pra cantar o amor, espantar a dor

De verdade, amor, a felicidade

 

Sim, é mesmo incrível

A música é invencível

Toda emoção

Pura sensação

Viva voz do coração

 

Música no céu

Música no mar

A maré n’areia

Ritmo na veia

Ritmo de ser

Mesmo sem querer

A melodia bonita de viver

 

Ritmo do som

Ritmo da luz

Mostra tua força

Canta tua força

Música, canção

Oração no ar

Música pro mundo girar

A música que o Faustão não gravou com a Turma do Balão Mágico

quinta-feira, maio 10th, 2012

Com o sucesso de Superfantástico cantado pelo Djavan e a Turma – recorde de venda de disco no Brasil – a gravadora passou a convidar outros artistas do seu casting, para participar dos LPS . Roberto Carlos, Fábio Jr, Erasmo Carlos, Moraes Moreira, Simone, Léo Jaime, Dominó, Metrô, Castrinho, Fofão, José Luis Perales deram a maior força pro balão subir e o mundo ficar bem mais divertido.

Quando estava trabalhando no repertório do sétimo LP da Turma do Balão Mágico (com uma foramação diferente daquela que fez grande sucesso), acho que no final dos anos oitenta, lembrei de um tema musical que meu xará, o grande músico Edgard Gianullo, havia mandado tempos atrás num K7 (que coisa antiga!), e botei a letra imaginando que a gravadora (CBS/Sonny Music) poderia convidar o Faustão, que estava com tudo na Globo, para gravar com as crianças.

Fizemos uma gravação demo (rascunhada) e enviamos para a gravadora CBS/Sony Music.
Até hoje não sei se o Fausto Silva ouviu ou não, e se ouviu e não gostou. A gravadora nunca se manisfestou.

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Pentelhão 

– Essa musica é do tempo em que encher o saco era só passatempo de Papai Noel! Ô loco!

Puta, cara chato, ô pentelhão

Vive enchendo o saco chamando atenção

Não se toca que é uma mosca no pudim

Quando ele começa é o fim

Nunca desconfia que ele entra a gente sai

E quando ele vem a gente vai

– Ôrra meu, que cara chato!

 

Ô pentelhão, como é que é ?

Você anda que nem meia pegando no pé

Ô pentelhão, vai se catar!

Ôrra meu, é brincadeira, vai pra …

– Ôôôôôôô…

Deixa isso pra lá!

– Ô loco meu, êsse cara dá sono em travesseiro!

 

Diz sabe tudo, o pentelhão é uma mala cheia sem alça de mão

Tem apenas duas palavrinhas pra dizer

Não se cansa de aparecer

Vende guarda-sol e geladeira pra pinguim

Nunca vi um pentelhão assim!

– É brincadeira meu!

 

Ô pentelhão, como é que é?

Você anda que nem meia pegando no pé

Ô pentelhão, o que é que há?

Ôrra meu, é brincadeira, vai de novo pra …

– Ôôôôôôô…

Deixa isso pra lá!

Ô loco, diz que tá vendendo pente até pra careca e desodorante pra cobra, ô loco!

 

Puta, cara chato, ô pentelhão

Vive enchendo o saco chamando atenção

Não se toca que é uma mosca no pudim

Quando ele começa é o fim

Nunca desconfia que ele entra a gente sai

E quando ele vem a gente vai

– Ôrra meu, esse cara é uma mala!

Arranjo e Vozes: Edgard Poças e Edgard Gianullo

Ô pentelhão, como é que é ?

Você anda que nem meia pegando no pé

Ô pentelhão, o que é que há ?

Ôrra meu, é brincadeira, vai de novo, outra vez, ‘cê não foi ainda pra …

– Ôôôôôôô… deixa isso pra lá!

 

– É o famoso gangorra: quando ele senta, todo mundo levanta, meu!