Há tempos reparo que cada vez menos se assobia, ou assovia. O assobio, na minha infância e adolescência, nos anos cincoenta, era um instrumento apreciado e utilíssimo. Além de ser barato e de fácil transporte era, depois da voz, o que melhor expressava nosso humor, nossa melodia interna e se prestava para dezenas de utilidades.
Ouvi e vi grandes assobiadores se apresentando no rádio, na TV, no cinema, em LPs, solando esse instrumento de altíssimo custo benefício, ele já vem com a gente, de nascença.
O assobio, com certeza, nasceu antes da música, provavelmente para chamar alguem ou algum bicho e se consagrou multimídia. E tem assobio mudo, de extrema utilidade para quando entramos numa sala de espera cheia, sabendo que estamos sendo observados,assopramos aquele ventinho cheio de naturalidade.
Mas voltemos às músicas. Aqui seguem tres que marcaram velho e assobiáveis tempos:- The High and the Mighty, de Dimitri Tiomkin, do catastrófico filme Um Fio de Esperança (1954), estrelado por John Wayne e premiado com o Oscar de trilha sonora original. Acho, até hoje, a música a mais triste do mundo. A esperança por um fio.
A gravação é de Victor Young e sua Orquestra.
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– Just Walking In The Rain, de Johnny Bragg e Robert Riley estourou no Brasil, em 1956, na voz de Johnnie Ray. Assisti sua apresentação pela TV e fiquei impressionadíssimo ao ver que ele usava um aparelho auditivo.
Essa música, por um bom tempo, foi o carro chefe do meu show imaginário cantada num ingles idem.
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Trinta anos depois escrevi essa letra em português – Quem não sabe assobiar – gravada pela A Turma do Balão Mágico.
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Quem não sabe assobiar
Eu posso ensinar
Preste atenção no que diz esta canção
Quem não sabe assobiar
É que nem comer
É que nem coçar
É só começar
Faz um bom biquinho
Aí, é só soprar
Mas não dê risada
Senão pode falhar
Quem não sabe assobiar
Pega esta canção
Faz que nem balão
Sopra, só pra ver voar
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– The Happy Whistler, tambem de 1956, assobiada por Don Robertson, só nos USA alcançou mais de um milhão de cópias vendidas.
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– Colonel Bogey March. Marcha escrita pelo tenente F.J.Ricketts (1881–1945), um militar britânico, maestro de banda diretor musical da Royal Marines em Plymouth, editada com o pseudônimo de Kenneth Alford e usada como tema principal do filme A Ponte do Rio Kwai, de David Lean sobre a Segunda Guerra Mundial, produção espetacular, que conquistou o público e venceu sete Oscars em 1957, entre os quais os de Melhor Filme, Melhor Actor (Alec Guiness) e Melhor Realizador.
A Marcha do Coronel Bogey cantarolada nos tempos da Segunda Guerra Mundial transformou-se num êxito mundial.
Aqui uma gravação com a Boston Pops Orchestra regida por John Williams.
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e aqui um trecho do filme :
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Embora menos, o assobio continua presente na música: leiam a matéria publicada pela revista Rolling Stone, no endereço abaixo.
http://rollingstone.uol.com.br/galeria/dez-assobios-mais-grudentos-da-musica
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O sabiá, embora menos, também continua assobiando.
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