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Pátria • Ruy Barbosa

quarta-feira, novembro 4th, 2015

A pátria é a família amplificada.

E a família, divinamente constituída, tem por elementos orgânicos a honra, a disciplina, a fidelidade, a benquerença, o sacrifício.

É uma harmonia institiva de vontades, uma desestudada permuta de abnegações, um tecido vivente de almas entrelaçadas.

Multiplicai a célula, e tendes o organismo.

Multiplicai a família, e tereis a pátria.

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Não chamemos jamais inimigos da pátria aos nossos contendores. Não averbemos jamais de traidores à patria os nossos adversários mais irredutíveis. A pátria não é ninguém, são todos; e cada qual tem no seio dela o mesmo direito à idéia, à palavra, à associação.

A pátria não é um sistema, nem uma seita, nem um monopólio, nem uma forma de governo: é o céu, o solo, o povo, a tradição, a consciência, o lar, o berço dos filhos e o túmulo dos antepassados, a comunhão da lei, da língua e da liberdade.

Os que a servem são os que não invejam, os que não infamam, os que não conspiram, os que não sublevam, os que não emudecem, os que não se acobardam, mas resistem, mas ensinam, mas esforçam, mas pacificam, mas discutem, mas praticam a justiça, a admiração, o entusiasmo. Porque  todos os sentimentos grandes são benignos, e residem originariamente no amor.

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Transcrito de Rui Barbosa: Elogios Acadêmicos por JSN pp.401-402, Colhido na magníica Antologia de Antologias de Magaly Trindade Gonçalves; Zélia Thomaz de Aquino; Zina Bellodi Silva, Editora Musa, 1996.

Bosques • José de Anchieta

terça-feira, maio 5th, 2015

Todo o Brasil é um jardim em frescura e bosque e não se vê em todo  o ano árvore nem erva seca. Os arvoredos se vão às nuvens de admirável altura e grossura e variedade de espécies. Muitos dão bons frutos e o que lhes dá graça é que há neles muitos passarinhos de grande formosura e variedades e em seu canto não dão vantagem aos rouxinóis, pintassilgos, coloridos, e canários de Portugal e fazem uma harmonia quando um homem vai por esse caminho, que é para louvar ao Senhor, e os bosques são tão frescos que os lindos e artificiais de Portugal ficam muito abaixo.Há muitas árvores de cedro, aquila, sândalos e outros paus de bom olor e várias cores e  tantas diferenças  de folhas e flores que para a vista é grande recreação e pela muita variedade não se cansa de ver.

(Transcrito de Cartas, Informações, Fragmentos Históricos e Sermões por MR, p.352)

Texto do padre José de Anchieta (1534 – 1597) colhido na magnífica Antologia de Antologias de Magaly Trindade Gonçalves; Zélia Thomaz de Aquino; Zina Bellodi Silva, Editora Musa, 1996.

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Penso no estão fazendo com a Amazônia; que judiação.