Radamés Gnattali nasceu em 27 de janeiro de 1906 e faleceu em 13 de fevereiro de 1988, mas está vivinho da silva, aqui no blog do Degas.
Ajoelhe-se e ouça o mestre tocando o seu Noturno:
A condução é que é o X do problema. É Radamés. Radar!
Compositor, arranjador, maestro, pianista, pessoa angelical.
Segundo Jobim:
Meu amigo Radamés é coisa melhor que tem
É um dia de sol na floresta, é a graça de querer bem
Radamés é água alta, é fonte que nunca seca
É cachoeira de amor, é chorão, é rei da peteca
Deu sem saber que dava e deu muito mais que tinha
Multiplicaram-se os pães, multiplicou-se a sardinha
O Radar é concertista, compositor, pianista, orquestrador, maestrão
E, mais que tudo, é amigo, navega junto contigo
É constante doação
Ajudou a todo mundo, e mais ajudou a mim.
Alô Radamés, te ligo
Aqui fala o Tom Jobim
Vamos tomar um chope
Te apanho na mesma esquina
Já comprei o amendoim.
Meu amigo Radamés • Tom Jobim, do CD Antonio Brasileiro.
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Meu querido Zeca Assumpção, irmão, contrabaixista, apresentado por Paulinho Sarraceni, num fim de tarde num boteco carioca, para substituir o falecido Vidal, baixista do fabuloso quarteto do mestre gaúcho carioca, conta seu primeiro papo com maestro:
– Você lê música?
– Sim maestro! (Zeca havia estudado na Berklee Scholl of Music e trabalhado com Tom Jobim, Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti e dezenas de outras feras).
– Você conhece minha Suíte Popular Brasileira?
– Não maestro, infelizmente não conheço…
– Conhece algum concerto?
– Não, (constrangido) não conheço maestro…
– Alguma suíte?
– Olha maestro (Zeca, sem graça), eu não conheço nada da sua obra.
Radamés (no seu jeito mal humoradamente carinhoso): – Não está perdendo nada!
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Aprovado, para fazer um ensaio, Zeca, corajosamente, confessa ao Radar:
– Eu não sei tocar samba maestro!
– Não se preocupe, voce vai aprender!
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Sunça do rabecão conta que, num ensaio para uma gravação, um músico, se achando, dirige-se ao mestre, partitura em mãos, e num tom pretenciosamente confidencial:
– Maestro, o senhor tocou errado essas duas notas…
Rada saca rápido a caneta, corrige as notas e:
– Agora está certo!
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Zezé Gonzaga era a cantora favorita de Radamés Gnattali
Zezé, o maestro e o Camerata Carioca faziam temporada num Teatro João Caetano que estava em obras. Radamés, reclamava de tudo, do calor, do ar poluído, do barulho dos operários, do desconforto dos camarins, tudo com seu habitual mau humor.
Zezé que do seu camarim ouvia tudo enquanto se maquiava pediu paciência, que tudo se arranjaria, e na hora do show os problemas estariam resolvidos.
Radamés inconformado dispara: “
– E você Zezé, vai ser afinada assim na puta que o pariu!
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Zeca Assumpção foi premiado com uma composição do grande Radamés. Aqui está o Remexendo sequenciado pelo Zeca:
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As rosas não falam, mas sorriem.
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Muito lindo. Obrigado por postar!
Pois é Carlos; Radamés foi uma das figuras mais importantes da nossa música popular e erudita.
Abraço
Edgard