A Esquina da Sorte

A Esquina da Sorte era uma casa lotérica do Rio de Janeiro, que assegurava, através do slogan, que, É mais fácil um burro voar do que a Esquina da Sorte falhar“, que todos os seus bilhetes seriam favoritos aos prêmios.

Lamartine Babo e Hervê Cordovil, compuseram uma marchinha de carnaval com o nome da casa lotérica, numa escancarada mensagem subliminar, de duplo sentido, que estabelecia uma relação entre a sorte no amor e a Esquina da Sorte .

A marchinha, um verdadeiro “jingle” para a casa lotérica, foi gravada em janeiro de 1936 e lançada em fevereiro, bem em cima do “tríduo momesco”.

Os dois\ conseguiram arrancar “uns cobres” do proprietário.

Clique e ouça, com Aracy de Almeida e Lamartine Babo:

https://www.youtube.com/watch?v=HOMtYtfOagI

Esquina da Sorte

(Lamartine Babo e Hervé Cordovil)

– 8.083, 50 mil-réis! 8.083!

Na esquina da sorte
onde mora o meu amor
encontrei um bilhete
enrolado numa flor

Um bilhete azulzinho
Cinco abraços, dez beijos
E depois do carinho
um milhão de desejos
Um encontro mais forte
Outro encontro depois
E a não ser nossa sorte
nada além de nós dois!

E no fim do bilhete
outro encontro marcado
Um cinema, um sorvete
Tudo bem combinado!
Umas frases amigas
e umas brigas depois
E a não ser nossas brigas
nada além de nós dois!

Zero, zero, zero, zero…
Pra que tanto zero?
Zero, zero, zero, zero…

Hervé
Lalá

A moda pegou. Hervé e Lalá já haviam composto um “jingle” para a Companhia Antártica de Cerveja, louvando as qualidades do seu chope em barril. A letra reagia à novidade do chope em garrafa, lançado pela rival Companhia Cervejaria Brahma. Era uma marchinha, intitulada, nada mais nada menos que: “Madame du Barril”!

Edgard Poças

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